Se Eça de Queirós fosse vivo provavelmente não quereria ir para o Panteão quando morresse. O que já li dele nomeadamente em "As Farpas" que ele escreveu em colaboração com Ramalho Ortigão sugere-me a pouca vontade que teria em ser um dia tresladado para o túmulo dos lusos heróis.
Sei que há uma demanda em tribunal, já com a família a recorrer a uma providência Cautelar para evitar a saída, dos restos mortais do grande romancista, para Lisboa.
Em termos meramente teóricos diria que concordo com a família. Mais... quem teve esta ideia deveria, em primeiro lugar, perguntar à família se o poderia fazer. Não imagino se alguém o fez e foi assim uma decisão à revelia dos herdeiros de Eça.
E porquê Eça? Porque não Camilo ou Herculano já que Garrett também lá está? Ou quem sabe Torga ou Pessoa? Nemésio ou Júlio Pomar? Vieira da Silva ou Cutileiro? Namora ou Almada Negreiros?
Por favor deixem os defuntos em paz e sossego e quem teve esta pouco iluminada ideia seria bom que se dedicasse à pesca, mas sem que o PAN soubesse.
Este é sem dúvida um tema menor que está a ocupar demasiado tempo aos tribunais e à AR. Até porque daqui a uns anos Eça será olvidado como já foram tantos e tantos bons escritores portugueses.
Por este andar ainda um dia o José da Xá também irá para o Panteão.
O jardim cá de casa está cheio de roseiras. Cor de rosa (não podia faltar), brancas, vermelhas de diferentes tons e depois há estas. Eu que não sou muito sensível à jardinagem reconheço muita beleza nestas rosas. Agora que se aproxima o fim do Verão e surge a estação das cores mais bonitas estas roseiras continuam a dar flores sem destino.
Só mais um pormenor: as fotos foram feitas com a minha máquina fotográfica.
Tenho assistido a muitos casos envolvendo a raspadinha. Desde uma mulher que preferiu jogar a dar uma sandes ao filho, aos velhotes que deixam de comprar medicamentos por a dívida de raspadinhas no quiosque ser tão grande que pouco sobra para remédios. Enfim um ror de situações que todos ou quase todos nós vamos diariamente assistindo.
Li hoje que começa a haver por parte de algumas entidades (leia-se governo) alguma preocupação pela forma viciante como as pessoas seguem a raspadinha.
Qualquer vício é...tramado! Ou a pessoa percebe o caminho que está a trilhar e coloca um travão na atitude ou continua em negação e a gastar o que tem e não tem!
Muitas podem ser as causas para esta doença de adição, mas a principal é a forma como se vendem sonhos ao preço da "uva mijona"! A constatação dos factos prova o que disse acima pois o estudo evidencia que são as pessoas de menos recursos, deficiente formação intelectual e alguns desiquilíbrios emocionais as mais propensas a este vício da raspadinha!
Agora creio que será tarde para inverter a situação para os mais velhos. O melhor mesmo é iniciar bem cedo, obviamente na escola, uma simples formação sobre a vida financeira.
Acrescento que durante muitos anos os meus filhos sempre assistiram e assumiram como normal que eu e a mãe fizéssemos contas de forma aberta e sem segredos. Talvez por isso hoje eles estejam a abraçar os seus próprios projectos.
Eu sei o que é um vício já que durante anos derreti muito dinheiro. Mas acordei a tempo para a realidade e num àpice deixei tudo. Portanto o primeiro passo é assumir que há um vício de jogo. Depois lentamente tudo se concerta!
Por fim e como nota de rodapé fica a pergunta: como pensará o governo travar esta cegueira pela tal de raspadinha?
Sempre vivi e convivi com homens do campo. Gente por vezes rude, de poucas palavras ou quando as tinham eram sempre pouco simpáticas, Homens que lidavam com parelhas de vacas como se fossem pequenos felinos. As mãos, essas, eram um oceano de calos e talvez por isso mal sabiam fazer um afago fosse na esposa, nos filhos ou num cão.
Homens que olhavam o céu ou a encosta da serra sobranceira à aldeia e adivinhavam o tempo para o dia. Sabedores de tanta coisa, conhecedores das verdadeiras regras da Natureza e a quem nunca ofendiam.
A estes lavradores, agricultores ou meros cavadores sempre lhes vi aquele gesto para mim estranho e quase nojento de cuspirem para a mão e depois esfregarem uma na outra antes de pegarem na enxada. Nunca lhes perguntei o porquê desse gesto meio bizarro e acima de tudo pouco higiénico.
Mas o curioso é que ontem dei por mim a fazer o mesmo, antes de pegar na pesada alfaia e enfiar os bicos da enxada na terra. Só depois é que percebi da razão para tal acto.
Não o consigo explicar por palavras, mas a verdade é que entendi perfeitamente.
Levantei-me cedo para ir à feira comprar couves. Quando lá cheguei havia uma fila com mais de 20 pessoas à minha frente.
Chegou a minha vez e comprei três dúzias de "Penca de Chaves" e outras três de "Pão de Açúcar", uma dúzia de couve galega e outra de brócolos.
Ora a terra estava ainda por cavar. Portanto peguei numa "caneta" de dois aparos e bora lá revolver o chão. Porém de vez em quando caía uma gravanada de chuva e eu tinha de me recolher. Mas teimei, teimei, teimei...
Ao fim do dia e após muitas horas de trabalho eis o resultado.
A foto supra respeita à couves "Pão de Açúcar" e a de baixo às conhecidas e saborosas (assim espero) "Pencas de Chaves":
Hoje por aqui choveu! Não muito, todavia suficiente para entrar na terra e torná-la mais fresca e mais capaz de ser,,, cavada.
Amanhã irei à feira aqui perto para comprar meio cento de couves "pencas de Chaves" ou "Pão de Açúcar" de forma a preencher o quintal. O tempo anda fresco e mais ou menos chuvoso o que agrada sempre às novas plantações.
Todos os anos por esta altura se repete este fado... Para depois na noite de consoada se perceber realmente o resultado de tanta azáfama.
Estranho este Setembro tão dado ao mau tempo (ou será bom?)! Ou melhor... já não estou habituado a intempéries nesta altura do ano. Não é que me incomode, bem pelo contrário, mas que é estranho isso é!
Portanto o dia de Domingo será com certeza entregue à agricultura... caseira! Pode não ser muita, mas é importante para mim já que gosto de ver as couves tomarem forma e tamanho.
Quando escrevi este postal não me lembrei, na altura, desta foto que havia feito vai para lá de um ror de anos.
Um destes dias numa revisitação ao passado através de fotografias encontrei esta. Logo ali me lembrei do postal de Julho passado e pensei em usá-la neste desafio.
Assim o Paraíso existe mesmo... Não é uma ideia nem um desejo, mas uma povoação para os lados de S. Pedro do Sul!
Apreciava apenas saber como se denominam os naturais desta aldeia beirã?
Lembram-se desta celebérrima frase que Vasco Santana quase vocirava na "Canção de Lisboa"? Pois é... em Águeda os chapéus são mesmo muitos.
Nesta volta de três dias a primeira paragem ocorreu na Pateira de Fermentelos (bem bonita por sinal, especialmente do lado da Óis da Ribeira) para a seguir parar em Águeda. Percorri algumas ruas do centro e deparei-me com esta beleza.
Termino com a seguinte pois parece-me uma foto feliz!
Parti na passada segunda-feira para a zona centro de Portugal. Não sei bem se Sever do Vouga é centro, já que sempre aprendi que o centro de Portugal seria em Vila de Rei. Enfim adiante...
Regressei hoje após uma grande volta... Saí de Sever de manhã, fui tomar café a Mortágua, visitei o Bussaco (ainda não sei por que mudaram o çê cedilhado original para dois esses), almocei na Mealhada e acabei em casa por volta das seis da tarde.
Vi muitos sítios bonitos mas o que mais gostei foi desta cascata.
Inserida dentro do Parque Natural da Cascata da Cabreia é um sítio muito agradável e com direito a banhos se for adepto disso. Até o nome do rio é curioso: rio Mau!
Nas redondezas há, ao que soube, outras cascatas, mas nesta altura do ano avisaram-me que têm pouquíssima água! Não merecia o investimento do tempo que perderia.
Portanto esta valeu por todas, com toda a certeza.
Uma das culpadas de existir o meu livro... regressou, em boa hora, à blogosfera! Através de um novo espaço.
Ontem foi chamada aos recortes dos Blogues da SAPO e ainda bem. A falta que faz a este sapal uma autora como a Fátima.
Boa escritora é um daqueles seres humanos donde só vêm coisas boas! O desafio dos Quadros que inseri no meu livro saiu da sua cabeça e é por tudo isto um belo exemplo.
Estarei sempre grato a ela pois só assim consegui completar o meu livro. E que bem que ficaram aqueles textos.
Finalmente dois conselhos lhe dou: não deixar que o corpo mande na mente e impôr a si mesma uma disciplina de escrita. Se eu fizesse a vontade ao corpo mais de metade dos textos não seriam escritos nem publicados.