É verdade que as pontes são obras necessárias para acessos sejam pedonais ou de viaturas e comboios. A ponte 25 de Abril que atravessa o rio Tejo já perto da sua larga foz é uma daquelas obras hiper necessárias e movimentadas.
Quem por aqui vive ou como eu que vivi no Laranjeiro, freguesia de Almada e trabalhava em Lisboa, passei esta ponte milhares de vezes. E ainda passo pois tenho residência oficial na margem sul.
Certo é que com o tempo fui ganhando respeito a esta irmã (quase) gêmea da celebérrima Golden Gate de S. Francisco, nos Estados Unidos. Acima de tudo por um acontecimento há muitos, muitos anos! Vinha eu de autocarro no sentido Lisboa - Almada ou Norte - Sul, quando o trânsito parou no tabuleiro. Recordo que nesse tempo havia somente duas faixas para cada lado, quando agora são três.
Estivemos parados sem andar mais de meia-hora até que o motorista saiu e foi em busca de saber o que originara esta imobilização. Passado um bom bocado regressou e avisou que um caminhão se atravessara nas duas faixas e avariara. Não havia forma de sair dali tão depressa.
O final como imaginam resultou em sairmos do transporte e atravessar o resto da ponte... a pé! Era inverno e caía uma chuva forte. Assim que coloquei os pés no chão da ponte senti aquele tremor. Não gostei... mas segui os outros passageiros. Quando 500 metros mais à frente senti o chão fixo... respirei de alívio.
Hoje atravessei a ponte, mas de carro como faço tanta vez. A meio do trajecto parámos todos (ainda estou para saber porquê) e mesmo dentro da minha viatura voltei a sentir aquele tremor. Também é verdade que agora passa o comboio por baixo, mas seja como for não é uma sensação agradável. Eu, pelo menos, não gosto!
Por exemplo já passei a ponte de D. Luis a pé e sendo mais antiga e também com o Metro, não tive aquela sensação estranha que tive hoje.
Será da idade ou a ponte é uma passagem... para o outro lado?
Tenho andado longe da escrita criativa. As férias, especialmente estas têm-me retirado alguma confiança e competência para escrever coisas diferentes.
Até que recebi uma mensagem de correio electrónico da poetisa Maria João mostrando a sua admiração pela minha inactividade.
Bom... acordaram o fantasma e assim propus àquela competentíssima sonetista lançar uma desgarrada, daquelas populares. Escrevi por isso uma quadra para abrir as hostilidades (positivas, claro!) à qual houve logo resposta e estamos assim lançados!
As trocas de quadras já foram algumas...
Ora serve então este postal para publicitar esta minha iniciativa convidando todos os que quiserem a participar nesta "Desgarrada"!
Vá lá atrevam-se... é engraçado e não custa rigorosamente nada! Basta umas quadritas a rimar, faxavor!
Um pouco na ideia do que um dia Raul Solnado disse sobre o humor: é uma questão de cultura, venho agora também escrever sobre a minha ideia do que é o humor e essencialmente para que serve.
Gosto de rir. Tal como gosto de fazer rir. Não com palhaçadas à Jerry Lewis, por exemplo, mas de uma maneira mais evoluída ou dinâmica como era o humor de Benny Hill ou o de Rowan Atkinson no celebérrimo Mr. Bean!
Adoro a cultura popular e as suas máximas, mas "onde há muito riso há pouco ciso" será das poucas com a qual discordo frontalmente. Percebo que o verdadeiro humor pode ser uma enormissima arma de resistência. Assim foram, a título de exemplo e em Portugal, as sucessivas revistas que passaram pelo Parque Mayer e outros teatros onde a subtileza de alguns diálogos humorísticos conseguiam fugir à censura.
O humor sempre serviu, serve e servirá para criticar o momento, seja ele político, social, desportivo ou outro qualquer. E quem for nele referido deve ter capacidade de encaixe para superar a crítica. De outra forma arrisca-se a ser ainda mais maltratado.
Hoje há uma série de humoristas (a maioria deles nunca vi actuar|), mas que me aparecem em muitos vídeos que recebo no telemóvel, naquilo a que pomposamente chamam "stand up comedy". Alguns têm alguma graça, mas a maioria é demasiado ordinária e têm nessa javardice de linguagem os seus trunfos para o sucesso. De mim raramente terão um aplauso porque não é necessário usar de vernáculo para se fazer rir.
Recordo a este propósito a "Conversa da Treta" ou até o "Gato Fedorento" onde o humor era inteligente sem ser reles e de mau gosto. Ou até os primórdios de Herman José no seu "Tal Canal" de tão boa e grata memória!
Não sendo eu humorista, nem nunca seria capaz de o ser, também uso algumas vezes do humor para lançar aqui e ali uma farpa ou apenas para chamar a atenção para uma situação mais estranha. Mas dificilmente me verão a usar de uma linguagem "bukowskiana" para fazer uma piada. Só se o meu tino mudar muito...
Há que perceber que a piada é tanto melhor quanto menos evidente ela for! É necessário colocar as pessoas a pensar...
Li há tempos alguém assumir publicamente que o humor pode e deve brincar com tudo! Não assino esta ideia...
Uma das muitas coisas que aprendi da vida é que nem sempre o que se vê é o que parece, tal como aquilo que se tem nem sempre vale o que gostaríamos que realmente valesse.
Esta situação realça-se, por exemplo, quando morre alguém e há uma série de herdeiros. No momento triste e sempre confuso das partilhas há sempre quem considere que determinada coisa, seja ela grande ou pequena, vale muito mais do que estão a valorizar. Especialmente se o dito não estiver interessado na tal coisa.
Por causa destas bravatas é que se desfazem famílias inteiras.
Ora como tenho a desdita sorte ou azar de ser filho único não terei, em princípio, destes problemas quando os meus antecessores partirem. A menos que parta eu primeiro que eles e o problema de heranças passe directamente para os meus filhos...
Hoje fui a um velório de uma prima afastada e que morreu de velhice. A determinada altura a filha dizia-me que ia ter imensos problemas com a herança por causa do irmão. Ainda o corpo estava na capela e já todos se preparavam para uma batalha imbecil e inglória.
Nada comentei até porque não poderia nem deveria tomar uma posição. Era só o que faltava... arranjar sarilhos para cima deste pobre!
Talvez por este triste exemplo já ande a pensar onde e a quem deixar as minhas coisas... Assim quando eu morrer pouca coisa haverá para partilhar!
Eu sei que há testamentos... mas sem bens não há demandas!
Todos os dias pelo trânsito em direcção às praias calculo, sem grande erro, como estarão de pessoas.
Ora hoje é Domingo e não estando aquela temperatura de há uns dias, ainda assim o dia prometia calor.
A verdade é que às nove e meia da manhã o trânsito era diminuto no sentido da prsia.
Já no areal e depois do meu costumado estaminé estar montado, desta vez até com um tapa-vento, é que constatei e senti na pele as milhares de razões da praia estar vazia: o vento que se fazia sentir era tanto que rapidamente percebino porquê de tão pouca gente na praia.
Uma hora depois era literalmente corrido da praia, tal era o vendaval.
Depois do meu Sporting ter ganho um jogo no último segundo do tempo de desconto, para na semanaseguinte haver um fora-de-jogo por uma mão-travessa não assinalado e que favoreceu também o Sporting, desta vez foi a atleta Auriol Dongmo, do lançamento do peso, que perdeu a medalha de bronze por um pé maroto que ultrapassou os limites originando a invalidação do seu último lançamento, que a ser válido lhe garanteria o terceiro lugar, nos Campeonatos Mundiais de Atletismo a decorrer em Budapeste.
Este intróito serve de lançamento para a ideia de como em tudo na vida basta uma fracção de segundo, um "cagagésimo" de mílimetro para que tudo ganhe novos contornos - bons e maus! No desporto então... é um ver-se-te-avias de casos destes. Mas no nosso dia a dia também assim é!
Há quem chame a todas estas situações sorte ou a falta dela. Eu, sinceramente, nunca soube o que lhes chamar!
O que sei e tenho consciência é que são estas minudências que comandam a nossa vida.
E vão cinco actualizações deste tema. Se juntar o primeiro de todos, somam seis os postais onde se encontram referidos os blogues que cuidaram de tratar este pobre de Cristo com um carinho, simpatia e amizade fora do comum.
Hoje trago aqui o postal mais recente da Beatriz (curiosamente o nome de uma das personagens do meu livro!!!) uma bloguer ligada à cada vez mais díficil actividade de... educar.
Neste seu espaço esta menina falou do meu "Quatro desafios de escrita" que em boa hora publiquei. Mais um exercício fantástico esgalhado pela Beatriz e que eu obviamente muito agradeço. Não só a sua divulgação, mas também pela maneira tão elogiosa como falou deste meu sonho em Maio realizado.
E assim devagar, mas de forma segura vou cimentando o meu eterno desejo de ser um escritor... a sério!
Mas gosto tanto dela que ainda hoje é o fundo do meu portátil. Tirada no dia 1 de Novembro às sete horas, 36 minutos e 57 segundos de uma manhã ainda fria como se pode ver pelo gelo ainda depositado no chão. Um ano inesquecível de azeitona.
A madrugada acordara naquele instante com um Sol ainda tímido! E eu aproveitei para fotografar este acordar de dia...
Um dos grande filmes do mestre de suspence, Alfred Hitchcock, chama-se "Os pássaros".
Evoco esta longa metragem porque ontem e hoje mesmo, encostado à beira-mar havia centenas de gaivotas que ora esvoaçavam ora mergulhavam no mar ou apenas boiavam ao sabor das ondas.
Cedo descobri a razão. Uma corrente de água quente aproximou-se de terra trazendo consigo cardumes de cavalas, para enorme deleite das gaivotas. Aquilo parecia um manjar!
Entretanto a temperatura do mar subiu exponencialmente, de maneira que pensei que estava na bela, se bem que pequena, praia Formosa em Santa Maria, onde o mar é brando e tépido.
Entretanto o pequeno filme infra mostra como estava a beira-mar!
Este beijo que um marinheiro terá roubado a uma enfermeira simboliza o fim da Segunda Guerra Mundial e ficou mundialmente famoso.
Como este, muitos outros beijos ficaram também célebres. No cinema o beijo de Clark Gable e Vivien Leigh no filme “E tudo o vento levou”,
na música o ósculo trocado entre Madonna e Britney Spears,
ou até mesmo a obra-prima de Gustav Klimt.
Mas um beijo pode ser uma coisa natural entre um casal, uma coisa ensaiada como foi com a Madonna ou simplesmente profissional como são os beijos no cinema.
Agora um Presidente da Federação Espanhola de Futebol pespegar um beijo na boca a uma atleta do seu país só porque ganhou o campeonato, não lembra “ao careca”! Será que o homem perdeu a noção do local onde estava ou simplesmente esqueceu-se do que era?
Fosse de uma coisa ou de outra, a verdade é que ficou mal na fotografia. Mesmo com as desculpas esfarrapadas proferidas a seguir por parte do mesmo e com a própria atleta, posteriormente, a não valorizar a situação.
Cada vez tenho mais noção que há gente que não percebe qual o seu lugar no Mundo e na sociedade. Então em figuras públicas julgo ser desnecessário tais desmandos.
Um beijo será sempre um gesto simples e bonito. Desde que seja aceite por ambos.
Neste caso particular pareceu a mim e ao Mundo uma coisa bem pior!