Não guardo da minha infância gratas recordações. Filho único fui em demasia protegido pela minha mãe já que o meu pai, militar de carreira, andava muitas vezes pelo mar em busca de mais uns tostões.
Assim a minha criancice foi feita ao redor de poucos brinquedos e ainda menos amigos. Comecei a usar óculos muito cedo o que naquela altura era raro. Logo na escola priméria fui baptizado com uma série de alcunhas que me escuso a reproduzir.
Portanto no tempo em que deveria brincar e relacionar-me com outras crianças... nunca o fiz!
Isto para dizer que olho para as crianças cá de casa e percebo como são... crianças. Umas mais dadas, outras menos. Umas mais alegres outras nem por isso. Mas fico sempre feliz quando as vejo todas juntas na brincadeira, mesmo que depois caia sobre para mim a responsabilidade de arrumar o caos em que deixaram a casa.
Gostaria de ter tido uma infância assim, repleta de outras crianças e fundida na alegria. Por isso quando de longe as vejo brincar, partilhar brinquedos mesmo que por algum instante haja uma breve disputa, sinto-me imensamente feliz porque saber brincar será uma das fundações para se ter uma perspectiva mais feliz da vida.
Haverá outras certamente, mas repito brincar é essencial!
Portanto deixem as crianças serem crianças todos os dias do ano.
Já em tempos falei daquilo que são os hospitais on-line. O que não quer dizer consultas... Que são coisas bem diferentes. Na segunda há um contacto com o médico mesmo que seja via câmara e portátil, enquanto na primeira há apenas uma pesquisa na internet.
O conhecimento é algo muito importante. Todavia é sempre necessário uma certa capacidade para perceber onde começa o exagero ou acaba o bom-senso. Dito por outras palavars nem tudo o que se lê na internet é verdadeiro.
Da mesma maneira que os medicamentos descrevem todos os sintomas de efeitos secundários conhecidos para aqueles medicamentos isso não implica que todas as pessoas sofrerão esses mesmos efeitos.
Portanto minha gente... quando tiverem um problema de saúde procurem um médico verdadeiro, daqueles de carne e osso e não se embrenhem em teorias, algumas delas mirabolante e quase de conspiração, para explicar a vossa doença.
Haja, como já referi acima, bom-senso para saber distinguir o trigo do joio!
Quando me perguntam a idade respondo que tenho 52 anos… mais IVA! Contas feitas dará a idade que tenho hoje!
Todos os anos neste dia costumo escrever algo sobre o meu aniversário porque definitivamente gosto de comemorar… a vida!
Todos os anos comemoro este dia de maneira diferente. Umas vezes com a família toda, outras só com a minha mulher e até já comemorei sozinho!
Tenho consciência que caminho a passos largos… para uma vida fora destas guerras estúpidas e demandas ainda mais imbecis e para a qual estou bem preparado.
Nestes 64 anos, que hoje comemoro, já fiz quase tudo que deveria ter feito! Repito... quase, pois há sempre aquela viagem, aquele aventura, aquele sonho por realizar...
Portanto agora é tentar chegar o mais longe possível na idade sem demasiados cometimentos que a saúde não pode nem deve ser esticada.
Desde o fim do Verão de 2020, em plena crise pandémica, que passei a ser cuidador de uma neta que na altura tinha apenas alguns meses de idade.
De um momento para o outro acrescentei à figura quase sempre simpática de avô a enormíssima responsabilidade de cuidador e ao mesmo tempo de educador, pelo menos enquanto está comigo.
Diz o povo: os pais educam e os avós deseducam.
Esta máxima tão popular é a prova teorica de que os avós servem unicamente para os momentos doces da relação com os netos. Porém a prática tem outras nuances.
Na verdade todos os que já foram pais percebem que há com os filhos um momento de dúvida e que se prende com a ideia daquilo que vale mais: o amor de pai ou o amor de educador? No fundo os pais e os avós de uma criança pequena vivem permanentemente neste velhíssimo dilema.
Entretanto eu não fujo à regra
Disciplinar uma criança de tenra idade não é fácil. Fazer aquela entender o que pode ou não pode fazer, comer ou simplesmente mexer requer de uma certa pedagogia que não está ao alcance de muita gente. É necessário muito amor e muita paciência para se levar "o barco a bom porto".
Resumindo reconheço que amar e educar uma criança são faces opostas de uma só e estranha moeda cujo nome nem imagino qual seja, mas que existe certamente!
Mesmo com esta idade ainda estou para perceber o que leva um ditador a assumir uma guerra... só porque sim! Bom mas há quem saiba e perceba disto mais e melhor que eu... Portanto adiante!
O Mundo está repleto de pequenos e grandes ditadores que manuseiam a vida das suas populações (e dos outros) a seu bel-prazer. E nem necessitam propriamente de dinheiro pois há sempre quem tenha algum graveto disponível para alimentar confrontos bélicos.
Putin é um desses ditadores, muito no seguimento do que foi Brejnev ou Josef Stalin. Há também Nicolás Maduro seguindo as pisadas de outro ditador como foi Hugo Chávez. Na ilha de Cuba reinaram vários ditadores da família Castro depois de um outro de nome Fulgencio Batista.
Depois temos a Coreia do Norte, a Republica Popular da China ou Mianmar (antiga Birmânia) todos estes países liderados pela força.
Em África raros são os países onde a democracia é uma realidade (nem sei se haverá algum realmente democrático!)
Perante estes factos tenho dificuldade em entender as ditaduras, nomeadamente as assumidas por uma só pessoa. Será que não percebem que um dia terão de morrer, como qualquer um de nós?
Ficar na História será a ideia de muitos deles. Todavia esta disciplina tudo fará para que aqueles desapareçam da memória e fique apenas um breve resíduo!
Acabei ontem de ler o livro de Luís Rosa referente aos dois mandatos do Doutor Carlos Costa como Governador do Banco de Portugal.
Como antigo colaborador daquela entidade reguladora e tendo estado muito próximo de alguns Departamentos envolvidos nos maiores casos deste século presumi que seria interessante ler este livro, acima de tudo para validar alguns dados de que tinha tido conhecimento.
O livro não é simpático para muita gente, nomeadamente alguns banqueiros e políticos da nossa praça que não gostarão de ali serem tão sofrivelmente referenciados. Mas quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele... diz o povo!
Cruzei-me diversas vezes com este Governador que sempre me pareceu ser uma pessoa sensata e assertiva. Para além de mostrar muita competência. O livro demonstra isso mesmo.
Porém durante os anos que se seguiram à Resolução do BES e BANIF, o Banco de Portugal foi constantemente capa de jornais pelas piores razões, culpando a instituição, na altura liderada por Carlos Costa, de todos os maus acontecimentos criados pela Banca.
Recordo a este propósito uma extensa entrevista que o Senhor Governador deu ao semanário Expresso e que teve a magia de amenizar o antagonismo da sociedade civil contra o Banco de Portugal.
Este livro esclarece e elucida 10 anos de muitas divergências, muitas guerrilhas e demasiadas tentativas de influência.
Gostei deste esclarecimento público que se desejava e impunha.
Um tempo que requer predisposição para assumirmos que somos todos seres mortais nesta Terra e imortais se entrarmos no Céu.
Como católico gosto deste tempo de reflexão, de serenidade interior que nos faz falta. Serão 40 dias e mais os Domingos até que tenhamos novamente flores nas igrejas e se cante novamente o "Aleluia" na Eucaristia!
A carne que se deve evitar comer à sexta-feira não deve ser levada à letra, até porque há muita gente (como eu, por exemplo) que gosta mais de peixe do que carne.
O não comer carne serve essencialmente para percebermos até que ponto estamos dispostos a privarmo-nos de algo que gostamos. E até que ponto esse pequeno sacrifício nos impele a ver mais além.
Sei que muita gente neste dia queima os ramos benzidos no Domingo de Ramos da Páscoa anterior. No fundo para percebermos que tudo na vida é efémero. E as cinzas são o que sobra de nós depois da nossa passagem por este Mundo terreno.
Portanto... de que vale uma bravata se amanhã seremos somente cinza e pó? Que interessa termos quando o melhor é sermos!
A resposta não vem no sopro do vento como escreveu Bob Dylan nem no silêncio que por vezes me invade. Diria mesmo que não há uma resposta perfeita à questão.
Desde muito cedo que iniciei a escrever. Textos pequenos e pobres, mas com o tempo fui evoluindo e abraçei vários projectos jornalísticos.
Já neste século acordei para a blogosfera. Todo o mundo ali à distãncia de um simples clique.
Hoje lembrei-me dos primórdios da minha escrita e dos sonhos que naquele tempo persegui. Que ingenuidade. Passaram muitos anos, talvez em demasia, desde esse escolástico tempo, porém o desejo de um fim de excelência mantém-se.
Não sou grande apreciador do Entrudo. Por todas e mais diversas razões, a saber algumas:
- porque sou a mesma pessoa o ano inteiro;
- porque nunca gostei de ser outra pessoa;
- porque há brincadeiras demasiado parvas nesta altura.
Foi na escola que iniciei a não apreciar esta quadra, mais precisamente quando fui Delegado. Nesse tempo tinha na minha turma uma senhora tão jovem quanto eu, mas já casada.
Por altura do Carnaval estava grávida e um dos alunos mais novos, no último dia de aulas antes das pequenas férias, espetou-lhe com um saco de farinha na cabeça, não cuidando do estado interessante da jovem colega.
Assisti ao longe ao caso, acorri logo à jovem e acabei por levá-la a casa. Na semana seguinte o marido apareceu na escola, veio agradecer o meu cuidado, mas queria saber quem o havia feito. Disse que se identificara o aluno, mas que estava a contas com a justiça escolar.
Resumindo... foi um sarilho que levou muitos dias para se resolver. E para acalmar! Desde esse dia nunca mais gostei desta festa nem nunca a comemorei.
Sei que actualmente o Carnaval tende a ser diferente, mas eu prefiro continuar afastado...
Todavia para quem gosta... desejo uma óptima festa e que se divirtam!