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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Marcado para sempre!

Não sei se o pior já passou no que se refere a este vírus que veio da Ásia e num instante invadiu os países, para depressa se converter num péssimo companheiro nosso. Há que aguardar...

Como já escrevi o início deste ano de 2021 surgiu com uma novidade: ficámos todos infectados. Desde uma criança com 90 anos a outra com pouco mais de um ano...

O primeiro fui eu, para logo a seguir outros cá de casa serem também abrangidos. Porém nenhum necessitou de cuidados médicos especiais e bastou uns comprimidos para debelar o malvado bicho. Curioso que a decana nem percebeu o que teve. A sua cabecinha vive num outro mundo tal é a força da senilidade.

Agora estamos no fim da fila para a vacina, mas faz sentido e também não me apetece estar três ou mais horas, aqui bem perto de mim para ser vacinado.

Porém o covid19 deixou marcas em quem foi infectado. Recordo que na altura em que me sentia doente sem saber que era o bicho, tive um cansaço enorme, febres altíssimas, sem ter cheiro nem sabor.

Mas do vírus adveio uma (ainda) maior surdez, fiquei com menos apetite e tenho à noite umas dores articulares que quase me toldam os movimentos. É verdade que também perdi algum peso, mas felizmente já o achei todinho.

Face ao que precede tenho real consciência que jamais serei o mesmo que era antes desta doença. Pode ir um dia definitivamente o vírus, mas ficaram cá as marcas.

Para sempre!

Que Deus é este?

Leio e sei de muita gente que se assume, no que refere à religião, como ateu ou agnóstico. Estão no seu perfeito direito e sendo eu um homem de fé não critico ninguém, até porque esta tem tantas, mas tantas versões...

Levanto este tema pelas palavras que li, proferidas pelo doutor Daniel Sampaio, ilustre psiquiatra e irmão do antigo Presidente da República, o doutor Jorge Sampaio. Aquele médico esteve gravemente infectado com Covid19, tendo estado internado durante 50 dias.

Todavia o mais curioso foram as palavras do próprio médico ao afirmar que a determinada altura "... muitas vezes pensei em Deus e se Ele me podia ajudar..."

Apraz-me perceber que Deus, independentemente das (poucas) convicções religiosas, continua a estar presente no espírito de muitos, mesmo que digam que não acreditam ou acima de tudo não queiram acreditar.

Esta assumpção do doutor Daniel Sampaio não é caso único. Já vi e assisti a outras pessoas profundamente afastadas de qualquer religião assumirem que num determinado momento crítico das suas vidas sentiram que, quiçá Deus, os poderia ajudar.

Por fim tenho de elogiar as declarações públicas do doutor Sampaio. Especialmente por terem vindas de alguém que se assume agnóstico.

Obras em casa: instalou-se o caos!

Sempre ouvi, e nem imagino se é verdade, que os ciganos quando querem mal a alguém dizem no seu sotaque tão próprio: "ai só espero que tenha obras lá em casa"!

Na realidade eles estão certos, porque fazer obras em casa é um estrafego.

Há uns meses a minha mulher achou que a nossa casa de férias necessitava de ser pintada por dentro. Do achismo feminino à concretização da situação mearam uns meses, mas estamos actuamente no meio... da total confusão.

Antes do fim de semana passado fui retirar tudo do andar de cima e colocar no de baixo. Hoje foi o inverso com a agravante de mais umas coisas de baixo para cima para que no próximo fim de semana o pintor venha para cá acabar o trabalho.

Neste momento a minha garagem parece uma daquelas cass de velharias onde se encontra de quase tudo: mobílias centenárias, outras nem tanto, rádios, loiças antigas, livros, revistas, brinquedos, candeeiros ou relógios de parede.

garagem.jpg

O pior ainda virá depois com a reposição das coisas nos seus devidos lugares...

Razão terá o senhor cigano. Ele sabe o que deseja... para os outros!

A pós-reforma!

Quando estamos a trabalhar e damos conta que se aproxima a idade da reforma vai crescendo em nós aquela ideia de "na reforma é que vou descansar".

Porém nem sempre aquilo que desejamos é o que nos acontece. Vou até mais longe assumindo a ideia de que raramente temos o que desejamos, mas tão somente o que precisamos (mas este são outros quinhentos!).

Desde 2017 que tinha consciência que a minha saida para a reforma seria um facto irreversível. Porém consegui ir adiando esse dia, não pelo facto de gostar de trabalhar ou de ganhar dinheiro, mas essencialmente porque a minha mulher estava no activo e não faria sentido irmos em épocas separadas para a aposentação já que tínhamos mais ou menos as mesmas condições para requerer a reforma antecipada.

Só que em 2019 comunicaram-me que iria ser avô e esta novel condição ditaria mais tarde algumas alterações na minha vida e que hoje se fazem sentir amplamente, mas para as quais jamais me arrependi... Isto de ser avô e voltar a ter crianças para cuidar fez-me regressar a uma juventude já perdida, mas que agora recordo com prazer.

Tudo isto para dizer que a reforma não está associada à ausência de trabalho, mas essencialmente à escusa de horários obrigatórios, se bem que no meu caso nem sempre seja assim.

Os meus dias de reformado são sempre muito preenchidos. Por vezes acabo por adiar coisas porque… falta-me tempo.

A minha vida nunca foi monótona enquanto estava no activo. Agora reformado também não. Há sempre algo a necessitar de intervenção humana. E claro sou eu que me chego sempre à frente para resolver alguns problemas domésticos.

Portanto… se está a pensar em meter os papéis para a reforma pense bem naquilo que poderá ter pela frente.

Porque como o diz o povo "nem tudo o que reluz é ouro!"

Ontem à noite quase morri!

Eu sabia que o Sporting jogaria às 20 horas de ontem. Mas tendo em consideração os últimos resultados temi o pior. Vai daí desliguei o telemóvel onde recebo as mensagens de uma série de grupos ligados ao clube, incluindo família,, não acendi o rádio para escutar o relato e deixei somente o portátil ligado, mas sem aceder a sitios onde percebesse o resultado.

Entretanto ao intervalo a curiosidade foi mais forte e nessa altura percebi que o Sporting jogava só com 10, mas mantinha-se... virgem!

Fui tentar ler, mas o pensamento... estava longe. Fui tentar escrever, mas as ideias não fluiam... estavam longe. Quando finalmente pensei que o jogo havia terminado liguei a televisão num desses canais manhosos, para então perceber que o Sporting estava a ganhar faltando apenas alguns minutos para terminar.

Quando acabou o jogo e sorriu a vitória os meus gestos pareciam os de um louco. O meu coração batia tão depressa que receei morrer ali mesmo.

Porém sobrevivi. Mas as mazelas interiores ainda hoje se fazem sentir!

25 de Abril... sem liberdade!

Hoje é dia 25 de Abril, feriado nacional, denominado "Dia da Liberdade". Curioso penso eu.
Num ano que que nos foi vedado sair de casa, de visitar os familiares no hospital, de beijar pais e mães, de ir a um simples baptizado ou casamento, comemorar algo que durante muitos meses não tivemos é deveras estranho.

Eu sei que a pandemia (e o governo) nos obrigou a vivermos neste estado desesperado e caótico. Mas comemorar o que se conquistou há 47 anos e que agora não temos é assim um bocado a brincar com o povo.
Não se admire, por isso, o governo e outros políticos do seu "estado de graça" estar em queda, que os portugueses estejam cada vez mais descrentes da política e dos políticos e que a abstenção seja cada vez maior.

Num dia como este o governo e outras organizações deveriam pelo respeito que o povo merece, deveriam repito, escusar-se de fazerem quaisquer comemorações. Porque se eles têm liberdade para o fazer... o povo não tem.

E assim sendo não somos um povo livre. Não sendo livre comemora-se hoje o quê?

Como vejo hoje o 25 de Abril

Aproximam-se mais umas festividades do 25 de Abril de 1974.

E regresso a essa quinta feira plúmbea e fria. Sobrava em calor revolucionário.

Andava na escola e o meu pai, sendo militar permanente, veio logo comunicar para não sairmos de casa. Estava a decorrer um golpe de Estado. (Só mais tarde se criaria o mito da Revolução dos Cravos!!!)

Telefonia ligada, logo iniciámos a escutar um locutor a falar. Creio que era o Luís Filipe Costa! Dizia o que se estava a passar a pedido de um tal Movimento das Forças Armadas que naquele instante desconhecíamos quem era ou o que era.

Só de tarde, creio eu, a televisão passou a série “Daktari”.

Esta é a primeira grande recordação que tenho do dealbar do meu 25 de Abril de 1974.

A dita Revolução veio depois e o país tanto avançava na democracia como recuava. Lembro-me bem do PREC (Processo Revolucionário em Curso) que quase levou o país a uma guerra civil. Recordo do 28 de Setembro com as barricadas nas estradas, do 11 de Março e a nacionalização de muitos sectores da economia portuguesa. E do 25 de Novembro.

No fundo o 25 de Abril foram todos estes acontecimentos. Foi outrossim as diversas eleições democráticas, os diferentes governos que caiam para virem novos, a apressada descolonização, a reforma agrária que verdadeiramente nunca se fez, as sucessivas greves, as constantes manifestações.

Durante quase dez anos Portugal foi um país estranho. Ou se era a favor ou contra, nunca havia a meia medida. Ou se era de esquerda ou então fascista. Ou pobre e revolucionário ou então rico e burguês.

Pretendeu-se o sistema social nórdico implantado num país de tendência latina em questões laborais. Tentava-se a implementação de diferentes sistemas políticos, quando obviamente nenhum servia para um povo que desde o início do século XX não sabia o que era o Mundo para além das suas fronteiras.

Talvez por tudo isto tenhamos hoje uma classe política tão pálida, tão enfezada para abraçar outros cometimentos. Nasceu entre dois polos opostos e nunca soube qual escolher. Adaptou-se ao que mais lhe convinha.

Sobra ainda daqueles dias a liberdade, dirão alguns. Será verdade, mas até quando?

Entretanto comemore-se mais um ano do 25 de Abril.

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