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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

De Astérix aos dias de hoje!

"Desencadeou-se" foi a feliz expressão que o irredutível Astérix aplicou aquando da luta tribal entre os Godos que ele próprio tinha fomentado.

Aquela palavra pode agora ser outrossim aplicada no mais recente magistério do Presidente da República.

É sabido, tornando-se quase tradição, que os segundos mandatos de Belém são muito mais interventivos que os primeiros, já que não podem, constitucionalmente, ser reeleitos e por isso já nada têm a perder.

Antes das eleições de Janeiro passado para a Presidência da República, falou-se desta forma de estar presidencial que se viu em Eanes, Soares, Sampaio ou Cavaco (talvez este menos devido à Geringonça). Ouvi alguns a afirmar que Marcelo seria seguramente diferente dos seus antecessores, enquanto outros defendiam o oposto, fazendo crer que, logo que pudesse, o antigo líder do PSD iria mostrar-se tal como é, opondo-se ao actual governo socialista.

Paulatinamente fui percebendo alguns recados vindos de Belém direccionados a S. Bento.

Mas o caso tornou-se mais evidente com a  recente aprovação pela Assembleia da República de uma série de leis com ajudas sociais devido à pandemia e à revelia do Orçamento do Estado já aprovado. E que o Senhor Presidente promulgou...

António Costa viu-se de repente metido numa disputa com Belém que há um ano seria, de todo, impensável.

Tenho por isso a forte sensação que o ambiente entre PR e PM tenderá a deteriorar-se. O que numa altura como esta seria de todo desaconselhável.

Pensamentos para um fim de tarde!

Está um dia triste.

Há um capelo de nuvens a tapar o Sol brilhante e o céu anilado. Da rua vem um bafo quente incomum nesta altura do ano.

Vou à janela da minha sala e penetro o olhar na paisagem urbana que se espraia na minha frente.

Pergunto-me quantas pessoas naqueles prédios que observo estarão em casa presas, rodeadas de dilemas que não conseguem resolver? Ou olimpicamente sós...

Eu também em casa, como muitos confinado, tenho tudo ao meu dispôr e vivendo serenamente cada dia. Até uma neta para me preencher os dias mais nostálgicos... Assim como livros, muitos livros. Por fim a escrita... esta que aqui vou lançando diariamente e que me devolve sempre em triplicado o que aqui coloco.

Viver obriga-nos sempre a actos de enorme coragem. Porque nem tudo corre como gostaríamos e por vezes não estamos preparados para um desaire.

Olho para esta urbe e reconheço que sou um homem feliz. Por que o Mundo, ao invés do que dizia o poeta, não é uma bola colorida, mas uma pedra cinzenta para a qual é necessário perícia para lhe pegar.

O meu momento Nabeiro

Juntado-me às comemorações dos 90 anos do Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro venho relatar o meu momento (leia-se encontro) com o empresário alentejano.

Como sempre cheguei cedo ao trabalho. Passaria pouco das oito da manhã.

Deixei o carro na garagem para depois subir as escadas até ao rés do chão onde apanhei o elevador mais próximo do meu gabinete.

Chegado ao quinto andar saí. No átrio encontrei o Comendador que falava ao telemóvel. Passei por detrás não interrompendo a conversa e fui para o meu gabinete.

Tirei o casaco, liguei o computador e voltei ao átrio para tomar café.

Nesse átrio onde parara o elevador, o empresário ainda aguardava que o chamassem na qualidade de testemunha de um caso qualquer.

Travámos este diálogo:

- Bom dia Sr. Comendador!

- Bom dia - respondeu, naquele seu sotaque bem alentejano e muito simpático.

Tirei o café da máquina ao que se seguiu:

- Sabe quem é que encomenda os cafés? - perguntou Rui Nabeiro.

- Creio que deve ser por concurso, mas há um Departamento interno que trata disso.

- Estive agora a falar para Campo Maior a tentar perceber porque aqui não há máquinas da nossa marca...

- Pois não sei... Mas acredito que um dia cá teremos as suas máquinas...

- Sem dúvida! - declarou.

Por fim despedi-me dele, apertando-lhe a mão e ele acto contínuo entregou-me um cartão com o seu nome e contactos. Rematou assim:

- Se um dia necessitar de alguma coisa, ligue-me. Terei muito prazer em ser-lhe útil.

- Muito obrigado... Se um dia tiver necessidade farei como diz.

E fui à minha vida com o pensamento: "É desta têmpera que se fazem os grandes homens e empresários".

Passados tantos anos deste episódio ainda hoje me sinto um privilegiado por me ter cruzado, mesmo de forma fortuita e rápida, com este alentejano.

Recordar outros caminhos

Não fosse a pandemia e hoje provavelmente estaria a caminho de Fátima na costumada peregrinação que tenho (ou tinha) por hábito fazer todos os anos.

Costumam ser cinco dias cheios, tão cheios que não fosse o coração uma caixa imensurável para receber emoções, provavelmente não caberiam lá.

O ano passado não houve peregrinação e este ano também não e pelo andar desta carruagem não imagino quando poderemos regressar ao caminho.

Hoje Domingo de Ramos era sempre um dia muito, mas muito especial.

Celebrei-o de forma obviamente diferente, mas ainda assim quero acreditar que poderei voltar ao caminho em breve.

Fica a cruz de Cristo que espero e desejo que ilumine todos quantos aqui vêem. Mesmo os que não acreditam. Eu acredito por eles!

cruz_cristo.jpg

 

Culturas de verão

Todos os anos vou aqui repetindo as minhas plantações.

Já sem as couves de inverno e após alguns meses de intempérie que deixou a terra num autêntico lamaçal, eis uns dias quentes que enxugaram a chão. Aproveitei assim esta trégua para enterrar dois compostores de estrume doméstico para que as próximas plantações tenham os nutrientes necessários e naturais para crescerem.

Ainda não plantei os tomateiros. Um vizinho disse que mos traria e deste modo aguardo.

O que já estão plantados são os feijoeiros e o cebolo. Este ano experimentei comprar feijão já nascido e plantá-lo em vez da costumada sementeira. A ver como corre!

20210326_145327.jpg

Faltam os tomateiros, as curgetes e os pepinos, mas a terra, essa, já esta pronta após espalhar o lixo organico. Agora os compostores vão ser lavados e guardados. Durante a Primavera e o Verão não faço compostagem... Os mosquitos mesmo com terra por cima são em demasia.

20210326_145341.jpg

O estigma do “filho único”

Durante muitos e muitos anos sofri na pele do estigma do “filho único”. Fosse na escola ou fora desta qualquer coisa que eu dissesse ou fizesse fora do normal, diziam logo que era por ser filho único. Como se esta realidade fosse culpa ou vontade minha.

Acrescentavam também que os filhos morgados eram invejosos e muito mimados. Outro mito sem sentido.

Na verdade, e no que me tocou, nunca invejei ninguém (talvez só aquele colega que tinha um sucesso especial com as raparigas…), nem nunca me senti mimado. Bem pelo contrário.

Até na aldeia alguém achava que eu era maluco, só por dar asas à minha liberdade quando por lá andava.

Mas o tempo e essencialmente a vida teve o condão de me iluminar para o realidade. E de súbito dei conta que o problema provavelmente seria de quem me invectivava.

Deixei por isso de me preocupar com aquilo que diziam de mim e fui fazendo a minha caminhada. Umas vezes caindo, outras erguendo, mas convicto das minhas ideias e desejos.

Quando em 1982 entrei para o Banco de Portugal após dois anos de ferozes testes, o meu prestígio como pessoa, entre aqueles que conviviam comigo, subiu muito. Mas eu continuava a ser o mesmo “maluco” ou o “filho único” que fora até ali. Não mudei…

A diferença residiu na forma como os outros me passaram a ver. Mas nisso eu fui totalmente inocente.

Hoje com 62 anos, reformado e avô dou por mim a pensar naqueles que durante tanto tempo me glosaram e acabo, sinceramente, por ter pena deles.

Porque, acima de tudo, eles nunca perceberam que a vida colocou-nos, para o bem e para o mal, nos trilhos que merecemos!

A gente lê-se por aí!

A agricultura que (já) não temos direito!

No início desta semana tive de ir à aldeia num tiro pois fui convocado pelo IFAP para uma visita às propriedades sobre as quais incidia um pedido de ajuda.

Este processo iniciou-se há uma meia dúzia de anos para após uma recusa por falta de verbas, ter sido aceite com direito a uns euros.

A verdade é que desde que comecei a fazer intervenções nas fazendas que ainda são do meu pai já gastei uns bons milhares de euros nuns pedaços de terra que se fossem vendidos não me dariam nem um quarto do que lá gastei.

Porém como também não tenho vícios e acima de tudo gosto de ver as terras arranjadas, fui investindo o que deveriam ser poupanças.

Segundo percebi irei receber uma fortuna que rondará 2500 euros, quando já lá gastei 20 vezes mais.

Mas o pior não está nesta minha situação, mas tão-somente saber que há cerca de 300 mil hectares de terras sobre as quais não incide nenhum subsídio, ao mesmo tempo que há “supostos” agricultores a receberam valores quase pornográficos, sem terem quaisquer terras. Como o conseguiram não imagino, mas foi o técnico que visitou as fazendas que denunciou a situação.

Entretanto parece que em 2023 as coisas tenderão a mudar, mas até lá…

Obviamente que não quero viver da agricultura, mas apenas gostaria de uma ajuda para tratar das terras que durante anos foram desprezadas.

A verdade é que a agricultura continua a ser o parente pobre da sociedade portuguesa. E dos consecutivos governos!

Hoje foi um dia primaveril...

... Tudo por causa de um tal verde-água (mas a água não devia ter cor pois não?).

Pronto já sabem do que estou a falar. Chega a quarta feira e a blogosfera fica toda colorida. Esta semana de um tal verde...

Já li tudo e asseguro-vos que há textos fantásticos e que não devem perder.

Segue agora a lista dos pintores:

Fátima;

Concha;

A 3ª Face;

Maria Araújo;

Peixe Frito;

Isabel;

Luísa de Sousa:

Maria;

Ana D.;

Célia;

Charneca Em Flor;

Miss Lollipop:

Ana Mestre;

Ana de Deus;

Cristina Aveiro;

bii yue;

João-Afonso Machado;

Marquesa de Marvila:

e a mais recente chegada da

Olga.

Ah eu também escrevi qualquer coisa... Nada de jeito! Está aqui.

"O Natal é quando o homem quiser" - parte 3

Neste e neste postais de Janeiro apresentou-se uma ideia de compilar os contos de Natal incluídos no desafio que a Isabel do blogue "Pessoas e coisas da vida" lançou em 2019, repetindo-o em 2020.

A data limite fixada para 31 de Março aproxima-se e foram poucos os contos recebidos. Portanto vimos por este meio alertar-vos para que não se esqueçam de enviar os textos.

Podem no entanto optar por uma solução menos trabalhosa para vós, mas para a qual necessitamos da vossa autorização por escrito.

Assim enviem-nos para o mail contosdenatal@sapo.pt a autorização para recolhermos os vossos contos para publicação.

Com estes dados eu e a Isabel recolheremos os contos e juntá-los-emos aos outros que já fomos recebendo.

Posto isto se não recebermos os escritos no mail supra ou a devida autorização os textos ficam automaticamente excluídos.

Pode parecer uma regra chata, mas não podemos arriscar a fazer contactos para um livro com cem págnas e depois aparecermos com 120. E nem queremos problemas com direitos de autor...

Sei que entendem. E gostaríamos que participassem o maior número de autores.

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Os Contos de Natal

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