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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

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De Quino para o Mundo: Mafalda!

Numa edição publicada em 1983 pela editora Dom Quixote sob o título "13 anos com a Mafalda", pode ler-se na contracapa a seguinte frase proferida pelo escritor Julio Cortázar "Não importa o que eu penso da Mafalda. Importa o que a Mafalda pensa de mim".

Creio que ninguém conseguiu descrever tão bem o poder da figura criada por Quino (Joaquin Salvador Lavado) em 1962, como aquele escritor argentino.

Soube que faleceu o humorista desenhador aos 88 anos.

Quando um escritor morre deixa os seus livros, as suas obras e as pessoas que por cá ficam vão lendo, gostando ou desgostando. 

Só que Quino deixou-nos a Mafalda para além de outros livros. Mas aquela não é só uma personagem criada pelo lápis assertivo do humorista argentino. Mafalda é tudo aquilo que sempre gostaríamos de dizer e nunca o podemos fazer. Mafalda é a menina que vive dentro de cada um de nós sempre pronta para questionar tudo e todos. Mafalda é o exemplo acabado de como se pode ser adulto sem nunca deixar de ser criança. E deste modo Mafalda passa para o lado das figuras eternas.

Finalmente tentei nos diversos livros que tenho da Mafalda encontrar uma prancha que traduzisse o que atrás escrevi. Não consegui porque é a soma das partes que dá o todo da menina que não gostava de sopa.

Obrigado Quino por nos teres deixado a Mafalda! E descanse em PAZ.

De saudades me vesti...

A Mula e a Mel continuam afadigadas com o desafio que propuseram à blogosfera. E para esta semana nada melhor que escolher uma palavra bem portuguesa e que segundo dizem intraduzível para outra língua (não sei se é verdade pois só conheço o português… e mal). Falo claro está da palavra... saudade.

O meu trabalho até estaria bem facilitado se pegasse neste ou neste poema que publiquei noutro espaço e o pespegasse aqui. Mas como sabem não gosto de facilitar a vida a mim mesmo e portanto teimei em escrever algo que me falasse de saudade.

Ando desde Domingo a bater com a cabeça em todas as paredes (e outrossim em algumas pedras), já não durmo, já nem como (pouco), só a pensar na coisa... Mas a vida dá-nos boas lições e de repente descobri o que iria escrever!

Estive hoje em Alvalade, no estádio do meu Sporting onde existe nas suas instalações uma clínica privada. E foi ao passar por aquele que percebi do que tenho actualmente muitas, mas muitas saudades. Assim estou saudoso:

- de ir “à bola”;

- de comer aquele hambúrguer com ovo e beber uma imperial (ou mais);

- de sentir o pulsar de um clube através dos seus adeptos;

- dos pregões dos vendedores de cachecóis e bonés;

- de subir aquelas escadas e sentar-me no meu lugar e ver aquele estádio e o seu relvado;

- de cantar a plenos pulmões “O mundo sabe que…”;

- de gritar “goooooooooooooooooooolo” até ficar rouco;

- de abraçar o meu filho nos festejos;

- de barafustar contra tudo e todos;

- daquele nervoso miudinho do final de um jogo electrizante;

- do incentivo das claques que nunca se calam;

- de vencer um jogo por margem alargada;

- de sair do estádio a comentar o bom resultado;

- de comer aquele pão quente com chouriço que alguém vende na rua;

- de chegar a casa à pressa para rever os golos na televisão.

E finalmente tenho muitas saudades de ver o meu clube novamente Campeão.

Mais informação, melhor informação?

Hoje em conversa com o meu filho mais novo surgiu da parte dele esta assumpção: actualmente as pessoas têm mais acesso a informação que há 30 anos!

O diálogo acabou por enveredar por outros temas, mas a frase ficou cá a picar a minha consciência.

Na realidade a informação que hoje chega até nós é tão vasta que ainda estou para perceber se é útil e formativa. Ou se é mais um dado para nos atormentar o espírito...

Tal como quando tomamos um medicamento vamos ler as contra-indicações - na maioria nunca são boas notícias -, também a informação que vamos absorvendo, seja através de notícias ou pesquisas, é por vezes tão contraditória que em vez de ficarmos esclarecidos e elucidados... ainda ficamos com mais dúvidas e incertezas.

O caso da actual pandemia, com a qual vamos vivendo e convivendo diariamente, é um dos exemplos. Já li e ouvi doutas personagens publicamente afirmarem que este virus não é mais mortal que outros com os quais fomos vivendo ao longo da nossa vida. Para logo a seguir escutar outros a dizerem o pior desta doença. Então de que lado está a razão? Ou será que ambas as ideias serão válidas? Ou nenhuma delas?

Concluo assim cde que estamos reqlmente muito mais informados... mas estaremos melhor informados?

Eu duvido!

Cem Pimenta!

Mais uma vitória do atleta de Ponte de Lima, Fernando Pimenta. Desta vez foi na especialidade de K1 de 5000 metros na Taça do Mundo que se realizou na Hungria.

Sei que é lugar comum dizer-se que todas as vitórias são importantes. No entanto creio que para este atleta a sua centésima medalha será um marco deveras importante na sua carreira.

Quando no futebol um jogador ao marcar o seu centésimo golo pela selecção (feito que poucos no mundo ousam orgulhar) é considerado um jogador em decadência nem sequer quero imaginar o que dirão deste brilhante canoista minhoto.

Cem medalhas não podem ser tidas como obra do acaso ou de sorte. Há nelas muito trabalho, esforço, espirito de sacrifício e humildade.

Num país onde faltam verdadeiros heróis no desporto (já que CR7 está anormalmente descartado) Fernando Pimenta surge como um exemplo maior do nosso pobre desporto nacional.

Fim de semana atípico!

Já não lembrava o que era ter uma criança aos meus cuidados desde que os meus filhos.

Pois... este fim de semana recebi em minha casa o corpa frágil, todavia simpático da minha neta.

Mas reconheço que a minha vida ficou toda desconfigurada. Vivemos estes dias somente com ela e para ela. Comer, dormir, brancar, cuidar requer muito tempo e dedicação.

E a partir de amanhã será sempre assim durante a semana já que a mãe regressa ao trabalho presencial. A miúda é irrequieta, já gatinha e não tarda que esteja a andar. Mas vale a pena retomarmos esta responsabilidade.

Foi um sábado e um Domingo atípicos , mas a alegria infantil regressou a esta casa até agora recheada de... velhos!

37a9m25d - #15

Estreia auspiciosa

A minha estreia como caixa teve um episódio que demonstrou duas coisas: uma é que há público que não tem qualquer ponta de educação, a segunda é que na Tesouraria os colegas defendia-nos sempre de gente imbecil.

Os novatos geralmente recebiam o dinheiro somente do caixa principal. Não fugi à regra e deste modo o Esteves entregou-me notas e moedas com a seguinte recomendação:

- Paga só com notas grandes, não faças trocos. Temos de colocar as notas de 5 contos em circulação e as pessoas têm de se habituar a elas...

Com esta indicação comecei a chamar os números de viva voz, pois no sítio onde estava não existiam chamadores eléctricos nem electrónicos. Também não era coisa que me causasse problema tanto mais que sempre fui dono de uma poderosa voz:

- CHAPA 26…

Alguém se aproximava do balcão, entregava-me a chapa redonda respeitante ao número chamado e eu perguntava:

- Quanto recebe?

- São … escudos!

Conferindo o valor retirava depois de uns cacifos as notas, recontava-as e entregava o numerário ao cliente. Tudo muito simples. Até que a meio daquela manhã chamei um número. A pessoa aproximou-se do balcão e eu perguntei:

- Quanto recebe?

- São 6 contos e vinte escudos!

Peguei numa nota de 5 mil escudos (tinha a figura de António Sérgio, lembram-se?), noutra de mil escudos e numa de 20 escudos. Recontei e entreguei o dinheiro. Diz-me então o cavalheiro:

- Não quero essa nota – e empurrou o dinheiro para dentro.

Percebi que referia-se à de 5 contos. Todavia retorqui:

- Lamento, mas não tenho ordens para pagar de outra maneira. Aqui tem o seu dinheiro.

De forma prepotente e malcriada pegou nas notas e atirou-as para dentro da minha caixa, enquanto dizia em tom áspero:

- Já lhe disse que não quero esse dinheiro.

Enervado pela minha falta de experiência e capacidade de resposta, peguei no dinheiro espalhado, devolvi a chapa ao cliente, agarrei na ordem de pagamento que tinha defronte e entreguei-a ao caixa principal que entretanto percebera que se passara algo de estranho.

- Este senhor não quer receber a nota de cinco contos… Podes fazer o pagamento, se fizeres favor'

Consciente da minha imaturidade para aqueles casos o Esteves disse-me:

- Deixa comigo.

Mais tarde soube o que se passou entre o cliente e o Esteves, mas de súbito tenho novamente o cavalheiro na minha frente após ter chamado o seu númetro de chapa que houvera devolvido.

Tive o mesmo discurso como se nada tivesse acontecido. O cliente recebeu o dinheiro e no fim disse-me:

- Peço muita desculpa pela minha atitude de há pouco. Fui muito incorrecto.

Espantado com o pedido de desculpas devolvi:

- Deixe lá, não se preocupe, está desculpado. Tenha um bom dia.

No entanto este acontecimento mexeu comigo e no fim do dia abordei o Esteves:

- O que se passou entre ti e o cavalheiro da manhã?

- Fácil… Eu conhecia-o muito bem… Ele é um coronel aposentado que fez serviço com o meu pai. E só lhe perguntei se na tropa as ordens não serviam para ser obedecidas. Ele, claro, calou-se.

Imaginei a cara do coronel perante a questão. Mas o Esteves continuou:

- E obriguei-o a receber na tua caixa e a pedir-te desculpas. Espero que o tenha feito.

- Pediu sim. Obrigado.

A minha estreia estava feita!

Obras em casa! - #2

Já estive mais longe de me imolar pelo fogo. Estou a pé desde as sete da manhã a arrumar as coisas nos seus lugares, após uma semana de pinturas de somente dois quartos: o meu e o que foi durante anos dos meus filhos e que passará brevemente a ser da minha neta.

Mas o que retiro deste dia é uma conclusão breve e sucinta e que se resume numa breve questão: para que quero eu tanta coisa?

Bom, cada vez penso mais em desfazer-me do que é superfluo, já que os descendentes não vão querer as minhas roupas, nem dar uso a qualquer dos móveis que enchem quartos e salas.

E tenho de lhes dar razão. Há coisas em que mexo somento quando assumo nestas andanças.

Desde as sete da manhã até perto das 10 da noite parece demasiado tempo, mas foi aquilo a que tive direito. Já ouvi dizer que para o ano haverá mais...

Dessa vez é que me vou imolar com gasolina...

Obras em casa!

Não sei se é um mito, mas sempre ouvi dizer que quando um cigano deseja mal a quem diz: espero que tenhas obras em casa.

Então desde o início desta semana que tenho a casa virada do avesso por causa de pinturas. Assim o meu quarto e o ex-quarto dos meus filhos foram sujeitos a pinturas.

Ora bem para que tal acontecesse tive de tirar aquilo que fosse mais pequeno dos quartos: quadros, mesas de cabeceira, cómodas, cortinados, lustres e até os espelhos das tomadas e interruptores foram retirados.

Agora tenho a sala, escritório e cozinha atafulhadas de mobílias. Acabaram-se já hoje as pinturas e portanto amanhã recolocam-se as mobílias.

Mas neste momento a confusão dentro de casa é imensa. Ando sempre à procura de qualquer coisa.

Portanto o cigano tinha toda a razão!

Às palavras ditas...

Uma autarca cá do burgo proferiu umas declarações sobre bairros sociais que cairam mal em alguns sectores. Especialmente no BE e no PCP.

Pegando no tema que abordou a senhora presidente da edilidade deveria ser mais comedida nas suas palavras. Já se sabe que há ideias que não podem ser ditas, arriscando a que aquelas se tornem armas de arremesso.

Não estou a criticar a essência do que disse, mas unicamente o estilo e a forma. Os bairros sociais em questão são de gente pobre, quase marginalizada. E deste modo não estou a imaginar a presidente da Câmara de Almada ir viver para um local daqueles. Mesmo que algumas casas tenham vista para o Tejo. Foi, no mínimo, infeliz das suas declarações.

Somos senhores dos nossos silêncios, mas totalmente reféns das nossas palavras. E Inês de Medeiros deveria saber isso muito bem. Tanto mais que é filha de uma jornalista e neta de uma escritora.

Há coisas que nunca se devem pensar... quanto mais dizer!

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