Uma quadra por dia...
pede a Ana...
Estou castanho diz a Maria
É do sol deste belo Verão
Tem cuidado, fala a maioria
Ou ainda apanhas um escaldão.
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pede a Ana...
Estou castanho diz a Maria
É do sol deste belo Verão
Tem cuidado, fala a maioria
Ou ainda apanhas um escaldão.
Desde que casei e passei a ter filhos dediquei sempre no Verão, uns dias à praia.
Hoje com os filhos criados (e trabalhos dobrados?), acabamos por ser apenas dois a usufruir de umas visitas diárias à beira-mar.
Na praia sinto-me bem... Muito bem mesmo. E vai daí lembrei-me de perguntar a mim mesmo o que mais gosto da praia?
A resposta é porventura difícil de exprimir pois são tantas as coisas boas que recebo...
Para já e em primeiro lugar... o mar! Esse mundo aquático tenebroso e manso, revolto e calmo, inimigo e amigo que tanto nos dá belo pescado como nos retira a vida num ápice. Sempre que me aproximo da praia, mesmo indo de carro, tenho a oportunidade de olhar o oceano anilado e perceber como está.
Depois outra sensação boa, vivo-a já na praia onde sinto os pés livres a enterrarem-se na areia branca. Segue-se as longas caminhadas à beira-mar, onde gasto cerca de hora e meia.
Os banhos são quiçá a altura menos do dia. Mas depende essencialmente da temperatura da água... Em Santa Maria nos Açores, por exemplo, estive quase sempre de "molho"...
Ainda há aquele sono saboroso ao sol (eu sei, seu sei que não devia!!!) e que me envolve como um véu ténue. Por fim aquela leitura lenta, muito lenta mesmo e que me faz saborear o livro como se fosse um rico acepipe.
Resumindo na praia... sinto!
Pede a Ana...
Belas quadras tenho eu lido
Neste prodigioso desafio da Ana
Quem diria? Eu que tenho tido
Uns dias de vida mundana.
Daqui a uma vintena de anos as crianças nascidas neste ano dirão quiçá com orgulho: nasci no ano da pandemia. Tal como o meu avô dizia que nascera no ano da Implantação da República.
Nessa altura os jovens nem se lembrarão das máscaras que os pais e restante família traziam colocadas. Nem se lembrarão do afastamento social de famílias e amigos. Mas ainda bem, acrescento.
Porém nesse tempo futuro haverá coisas que ficarão desta época. Por exemplo o lavar as mãos amiúde ou desinfectá-las com regularidade.
Como na Europa da Segunda Guerra Mundial ficou não se estender roupa na rua. Dizem alguns que onde houvesse roupa estendida era porque havia gente e as tropas invasoras saqueavam e matavam os habitantes. Outra versão aponta para a ideia de havia roupa estendida durante semanas seria sinal de que haviam sido mortas ou haviam abandonado à pressa as habitações. A verdade é que hoje quase ninguém estende roupa fora de casa, ao inverso do que acontece neste país.
Entretanto preparamo-nos para nova vaga de infectados. Os números portugueses estão aí e continua numa variável ascendente. Reconheço que o país não pode parar, mas as pessoas devem também ser salvaguardadas.
Um dilema que foi de ontem, é de hoje e será de amanhã. Pelo menos até existir uma vacina eficaz.
... diz a Ana!
Doces são os teus poemas
Simples, calorosos e bonitos.
Continua Ana não tremas
Tens a bela veia dos eruditos
Parti muito cedo de casa. O destino primeiro seria Sagres e a sua fortaleza que era uma ideia e um desejo muito antigo. Depois o Cabo de S. Vicente para terminar o dia em Alcoutim onde pernoitaria.
Quase dois dias para fazer 851 quilómetros. Que se fez muito bem não obstante o calor tórrido que apanhei.
A espectativa por Sagres e o seu promontório era grande. E não fiquei nada desiludido, bem pelo contrário. O local é diferente do que já vi, mas reconheço que aquele lugar está carregado de história de Portugal. Sente-se...
Fortaleza de Sagres
Ao longe o Cabo de S. Vivente com o seu farol parecia chamar por mim...
Porém da parte de dentro das muralhas da Fortaleza descobre-se um Mundo diferente não somente lá dentro, mas também circundante. As rochas características,
as gaivotas atentas,
as praias (agora) quase desertas
o mar verde e cristalino.
Após um passeio longo e demorado seguiu-se o Cabo de S. Vicente. Outro sítio bem bonito e onde começa a bela costa vicentina.
(Parte 2)
Mestre informático
Quando em 1997 saí a tesouraria para ingressar noutro departamento jamais pensei que a nova vida passaria pela informática. Mas passou… E também nesta área apanhei casos estranhos para não dizer bizarros.
Entre os “shorcake” e “printscreem” em vez de “shortcut” ou “ print screen” e os cd’s enfiados dentro do pc (ainda hoje estou para saber como conseguiu enfiar o cd lá dentro) em vez do leitor ou disquetes (pois… ainda sou desse tempo) enfiado dentro da “drive” de cd’s apanhei um pouco de tudo.
Curiosamente deste tempo todo, que foram mais de vinte anos, aprendi que aqueles que menos sabiam de informática eram os mais certinhos enquanto os curiosos eram um foco enorme de problemas.
Mas o primeiro caso mais estranho aconteceu com um jurista em fim de carreira. Havia-lhe sido entregue um computador de topo de gama e um monitor enorme. Chamo à atenção para a curiosidade de que o monitor era um do tipo CRT daqueles com um cinescópio enorme e que ocupavam um espaço considerável.
Todos os dias quando olhava para o gabinete via-se sempre com a mesma imagem: um relógio virtual ligado obviamente ao relógio do PC.
O utilizador era um homem bom. E grande… Em quase tudo. No tamanho, pois mediria perto de 1,90 de altura que corresponderia outrossim à mesma medida de cintura o que equivale dizer que pesava muito para cima dos 100 quilos.
Depois era um bom garfo. E consequentemente um bom copo o que em termos de despachos jurídicos nem sempre calhava bem. Quem com ele trabalhou recebia muitas vezes a indicação:
- Se esse despacho foi dado por mim de tarde não ligue pois já estava bêbado.
Ora um dia o meu chefe comunica-me que o computador do dito doutor de leis já tinha chegado ao limite de vida e teria de ser substituído. Teria por isso de ir buscar um novo ao armazém e coloca-lo no utilizador.
Nesse célebre dia de manhã, obviamente, cheguei junto do gabinete:
- Bom dia Doutor, como está?
- Optimo! O que precisa de mim?
- Tenho um computador novo para lhe entregar.
- Mas eu não preciso – confessou lhanamente.
- Acredito, mas são as regras da casa.
- E que é que quer que eu faça?
- Que desligue o seu computador se fizer favor!
Acto contínuo virou-se para o monitor e desligou-o. Para ele o resto não existia o que equivalia dizer que durante alguns anos aquele computador esteve sempre ligado.
Entretanto o monitor estava todo queimado da manutenção da mesma imagem horlógica durante anos.
Todas as belas quadras da Ana
Têm graça, competência e candura
São momentos que lhe dá na gana
Sempre com uma perfeita doçura.
Ser poeta é ser mais alto
Lá dizia a poetisa Espanca
Se ser poeta é dar um salto
Leiam então na sua banca.
Poeta não sou nem nunca serei
Apenas sonhador de palavras
Todas juntas, que não serei rei
Não são estas as minhas lavras.
Este é o meu verdadeiro fim
Ser amigo de quem merece
Espalhar alegria, ternura, enfim
Dar amizade a quem carece.
Após dois longos dias a viajar pelo Algarve e Alentejo profundo eis-me novamente em casa.
Oitocentos e cinquenta e um quilómetros percorridos. Muita estrada é certo, mas muita coisa vista.
E outra a ficar guardada para um dia mais tarde...
Algarve e Alentejo... Duas províncias de belezas fantásticas.
Que guardo no coração e na memória com muito carinho.
À Ana...
Já ferrei o conhecedor dente
em inesquecíveis petiscos,
um cozido de grão valente,
uma sericaia que abate priscos.
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