Neste tempo de confinamento teremos sempre nos livros uns enormes aliados para passar o tempo. Deste modo apresento aqui alguns dos livros que li, alguns recentemente, enquanto outros li há muitos anos e que considero que merecem uma leitura atenta. Obras de géneros diferentes, mas que por isso mesmo estimulantes. Vamos então ao rol:
O Físico - Noah Gordon
Sinopse - os primóridios do exercício da medicina (dos barbeiros aos médicos);
O Valente Soldado Schweik - Jaroslv Haseks
Sinopse - na primeira guerra mundial um estranho falsificador de cães de companhia entra no serviço militar;
A cidade e as serras - Eça de Queirós
Sinopse - um português habituado á sociedade parisiense regressa às origens;
Os coxos dançam sozinhos - José Prata
Sinopse - Um invulgar inspector da polícia procura um criminoso;
Esteiros - Soeiro Pereira Gomes
Sinopse - A vida de uma criança nas margens do Tejo;
Contos da Montanha - Miguel Torga
Sinopse - A visão melancólica e triste de um transmontano;
Servidão Humana - Somerset Maugham
Sinopse - O amor triste e submisso de um homem;
Robinson Crusoé - Daniel Defoe
Sinopse - A aventura de um náufrago numa ilha (quase) deserta.
Cada dia que passa desta pandemia que se vai alastrado a todo o mundo, sem excepção, temos (ou deveríamos ter) uma maior consciência de que esta doença é demasiado mortífera para o nosso gosto ou melhor para o nosso tipo de vida.
Não sou possuidor de dados estatísticos, mas provavelmente haverá no final deste ano de 2020 mais mortes a nível mundial devido ao cancro ou a problemas cardíacos que devido ao Convid19. Todavia esta doença tem-nos limitado as vidas, começando no trabalho e terminando nas nossas relações mais próximas.
A liberdade que tanto idolatramos resume-se agora unicamente às palavras que vamos dizendo, ouvindo, lendo ou escrevendo. Tudo o resto está-nos vedado.
Mas tem de ser… De outra forma poderemos estar a criar uma bola de neve semelhante à que existiu há 100 anos e que matou milhões de humanos por todo o mundo.
Custa ficar confinado? Custa.
É difícil trabalhar em casa? É.
Todavia esta é uma causa profunda e de todos para todos.
Sejamos assim conscientes do nosso lugar, função e atitude não só para os nossos mais próximos, mas essencialmente para os outros.
Desde esse dia 14 de Março apenas saí uma vez e foi somente para ir às compras.
Durante a semana dedico-me ao teletrabalho, uma experiência nova em fim de carreira profissional, mas que tem corrido bastante bem, tendo em conta a quantidade de utilizadores que tem a empresa onde trabalho.
Todavia continuo a levantar-me cedo. Sete da manhã e eis-me a pé. E sinceramente ainda não me cansei de estar em casa...
Aqui há sempre que fazer! Jardim, quintal, arrumações, leituras, escrita e um ror de outras coisas que durante o ano nunca se fazem por não serem essenciais.
Portanto por aqui vamos estando bem. Confinados, atentos e seguros.
A escrita têm-me dado muitas alegrias, assim como me tem apresentado propostas e amigos diferenciados.
Talvez por isso, e não só, desde há uns anos criei um outro espaço para escrever outro género de textos.
Muitas estórias e poesias são a essência daquele blogue que tem o nome deste autor.
O curioso é que hoje reparei que aquele sítio já contava com 1000 comentários. Um conto* de opiniões e contra opiniões e que me deixaram hoje deveras orgulhoso.
Quem diria?
* Conto - unidade de medida que corresponde a 1000 (p.e. um conto de réis seria igual a mil réis)
A obrigatoriedade de ficarmos em casa tem levado muita gente a sentir-se desconfortável e deveras ansiosa. Percebe-se porquê… estar confinado às paredes do lar pode tornar este uma espécie de prisão.
Posto isto diria que sou um privilegiado já que posso sair de casa, sem propriamente andar em espaços públicos, pois tenho um jardim e um quintal que requer alguma atenção.
Mas estar em casa a trabalhar tem também as suas vantagens. Eu vejo algumas:
Levanto-me mais tarde - em tempo normal o despertador toca às 6 e 10, agora não necessito que me acordem pois às 7 e meia estou a pé;
Deixei de andar de carro e de transportes – o que se reflecte numa economia de combustível, passes e diminuição de poluição;
Poupança de vestimenta – a trabalhar no escritório mudo todos os dias de roupa, em casa a “farpela” é (quase) sempre a mesma;
Bebo muito menos café – de quatro a cinco cafés diários passei a dois;
Aqueles almoços com colegas e amigos desapareceram – em casa as refeições são normalmente mais frugais;
Estando em casa não há problemas de tráfego para chegar;
Portanto eis meia dúzia de óptimas razões para estar em casa e de cá não sair.
Em Outubro último, ainda o Mundo era um local aparentamente normal, fez 60 anos que uma revista de BD lançou o seu primeiro fascículo.
Lá dentro, entre muitos heróis e aventuras, apareceram duas personagens que haveriam de mudar o gosto de muita gente pela nona arte.
Falo, como calculam, de Astérix e Obélix, dois indomáveis gauleses que tinham como único intuito infernizar as guarnições romanas ao redor da aldeia. No entanto estes irredutíveis aldeões só receavam que o "Céu lhes caísse em cima da cabeça".
Esse mesmo Céu recebeu hoje o desenhador-mor daquela dupla, o francês Albert Uderzo, a um mês de fazer 93 anos.
A Banda Desenhada perdeu uma referência, mas ficaram cá os heróis.
Jamais pensei terminar a minha carreira profissional com um espectro destes. Esta gripe tem-nos limitado a vida e independentemente do que possam dizer ou pensar, estou perfeitamente de acordo com esta quarentena.
Estou por isso em teletrabalho.
Mas duplo... que eu não brinco nestas coisas.
Nota final: o portátil da esquerda é o meu e serve para escrever aqui e noutros sitios, obviamente.
A primeira surpresa foi com o meu blogue de escrita mais elaborada e onde poisam muitas vezes os pássaros, o blogue Jose da Xã.
É verdade que este sábado foi o Dia Mundial da Poesia e não tendo eu com aquela forma de escrita uma relação fantástica, ainda assim uma qualquer tágide iluminou-me e escrevi um pequeno poema que acabou nos Destaques da SAPO.
Entretanto também ontem e neste mesmo espaço escrevi um texto sobre esta demanda que agora nos aflige e atormenta. E não é que ao fim da tarde este blogue estava outrossim em relevo, agora na página principal da SAPO?
Pela primeira vez desde que por aqui ando em termos de escrita, tenho dois blogues diferentes em destaque.
Desde já o meu humilde obrigado às equipas da SAPO!