É sempre bom percebermos que há gente assaz corajosa para enfrentar os próximos desafios.
Como já escrevi aqui adorei participar na primeira temporada e obviamente inscrevi-me para a segunda, arriscando-me a ter que elevar a fasquia na qualidade dos meus textos, o que também não deveria ser difícil tal a pobreza, quase franciscana, dos escritos anteriores.
Pronto... os dados foram lançados e agora é aguentar o que por aí vier.
Aproxima-se rapidamente a minha reforma. Uma decisão pensada, amadurecida e inevitável.
Mas ao invés de muitos que conheço não me vai faltar que fazer. Faltar-me-á com toda a certeza tempo para operacionalizar tudo o que gostaria.
Hoje encontrei um colega com quem trabalhei num Departamento. E foi mais ou menos este o diálogo que mantivemos:
- Viva João… como vai essa “bizarria”?
- Vai bem…
- Então quando é que te reformas?
- Ainda não sei…
- Mas já tens o tempo todo… Que idade tens?
- Tenho 65 anos…
- E os mesmos 37 de casa como eu…
- Sim!
- Então estás à espera de quê?
Um silêncio caiu no meio do nosso diálogo. Finalmente declarou:
- Não sei o que fazer reformado…
Avancei com diversas dicas desde voluntariado em hospitais ou em associações de animais, mas a todas elas ele respondeu.
- Não sei se tenho coragem.
Preferi não continuar a dar palpites e despedi-me.
Mas as palavras dele não saíram da minha mente: Não sei o que fazer reformado…
Tal como este meu colega haverá muita gente imbuída no mesmo espírito de inutilidade perante a sociedade aquando da passagem para a reforma. Nunca se prepararam para um dia deixarem de trabalharem.
Lembro-me a este propósito de um caso em que um colega (entretanto já falecido) se reformou, mas nunca o comunicou à família. Deste modo todas as manhãs levantava-se e saía de casa como se fosse trabalhar. Um dia a mulher a imperiosa necessidade de falar com o marido e vai daí ligou ara o trabalho a perguntar pelo marido e foi aí que soube que já estava reformado havia uns tempos.
Pois bem… a reforma será um passo tão importante quanto aquele que demos aquando do primeiro emprego. Só que agora temos a vantagem da experiência e a serenidade dos anos vividos.
Já havia lido críticas muito positivas sobre o sucesso da Nelflix (passe a publicidade!). Outras ainda assim menos fantástcicas.
Durante algum tempo fui adiando, adiando, adiando... até que enchi-me de coragem e dediquei o tempo necessário para ver um dos grandes filmes dos últimos tempos.
A história conta uma impensável amizade entre os dois últimos Papas (Bento XVI e Francisco), um demonstrando incapacidade para mudar, outro denotando uma inabalável vontade em ... se reformar da vida eclesiástica.
Um filme poderoso onde o poder verbal do Cardeal argentino se sobrepõe e destaca da teologia de Ratzinger.
Depois... bom depois temos Anthony Hopkins como Papa Ratzinger o que é naturalmente selo de filme com qualidade extra.
De vez em quando salta à ribalta estudos onde se revela que as crianças estão cada vez mais obesas, que comem mal, que fazem pouco exercício.
É certo que antigamente as crianças brincavam na rua porque, acima de tudo, não existiam outras formas de se divertirem a não ser… brincarem uns com os outros.
Especialmente nos últimos 25 a 30 anos, tudo se alterou. Foram os velhinhos “Spectrum” 16 K e mais tarde o 32 K, para se seguirem os celebérrimos “Gameboys”. As consolas de jogos ganharam tal mercado que as empresas da especialidade fizeram desta “actividade”, supostamente lúdica, uma enormíssima indústria.
O resultado foi, obvimente, a sedentarização dos miúdos ao trocarem a apanhada, as escondidas, a bola pelos jogos virtuais, muito viviantes.
Se juntarmos a estes factores uma alimentação muito à base de comida de plástico as coisas tendem a piorar e as crianças acabam por se tornarem gordas quando não obesas.
Entretanto os meus filhos, hoje homens feitos, enquanto bebés andavam numa alcofa que eu próprio carregava, mas quando eram crianças mais crescidas passaram a andar a pé. O que equivale dizer que nunca tive um carrinho de transporte de bebés.
Talvez por tudo isto me admire que crianças já com 5, 6 ou mais anos ainda se deixem transportar pelos pais em veÍculos pediátricos, ou fiquem enfiados dentro de um carrinho de compras como se fossem simplesmente mercadoria.
Depois seguem directamente com eles para o nutricionista…
Em Fevereiro de 1999, vai fazer brevemente 21 anos, fui apanhado por um evento médico que deixou marcas para toda a minha vida.
Sou alto míope e por isso toda a vida usei lentes muitos grossas (os epítetos com que toda a vida fui brindado foram inúmeros!!!). Aos 6 anos quando me foi diagnosticado a míopia o médico da altura avisou-me logo que haveria trabalhos que nunca deveria fazer, nomeadamente esforços físicos.
Mas fui crescendo e a bem da verdade nunca me preocupei muito com o estado dos meus olhos. Até que naquela terça feira de Fevereiro acabei por ir para casa com a sentença de um descolamento de retina da vista esquerda.
Resumindo e após uma série de cirurgias em Portugal, sem melhoras evidentes e seis meses de cabeça permanentemente para baixo, sem poder ler e escrever ou sequer ver televisão, acabei por ir até Barcelona onde na clínica IMO - Instituto de Microcirurgia Ocular de Barcelona fui visto pelo Dr. Borja Corcóstegui. Na altura sugeriu nova cirurgia que aceitei, para na semana seguinte estar já a trabalhar em pleno. Na verdade o meu olho esquerdo nunca voltou ao que era... mas não está cego.
Ora para quem foi para a cidade condal sem espectativas... fiquei óptimo.
Hoje recebi em minha casa a revista número 49, publicada por aquele Instituto. E entre muitas notícias pude ler que o Dr. Borja Corcóstegui foi no ano de 2019 agraciado com o galardão "Gaudi Gresol a la Notoriedade y Excelencia" promovido pela Fundação Gresol premiando assim uma vida de 40 anos dedicada à investigação clínica na melhoria de um dos mais importantes orgãos do ser humano: os olhos.
Especializado e pioneiro na investigação de vitrectomia e descolamentos de retina, o Dr. Corcóstegui continua a ser uma das referências mundias na sua "arte".
Daqui de Portugal, deste seu doente de mais de 20 anos vai um sincero abraço de parabéns.
Não pelo dia de calendário que esse é amanhã, mas pelo dia da semana.
Era um Domingo frio. E ainda ficou mais frio quando o meu filho me chamou à garagem para constatar uma evidência que eu já sabia que haveria de acontecer, mais dia menos dia.
Nada temos na vida como garantido a não ser o nosso passado e a morte. Mas quando a Ceifeira leva quem nos preenche fica a dor, a tristeza e uma incapacidade de lidar com o impossível.
Faz hoje um ano que a Lupi adormeceu para sempre.
Mesmo depois deste tempo decorrido ainda não me habituei à tua partida.
No mundo actual com tantas variantes e escolhas como poderemos assumir que alguém é mais ou menos culto? Qual a verdadeira matriz (se a houver)?
Dou o meu exemplo: a minha cultura de videojogos equivale a zero. Tal como da música pimba. Mas sei quem foi Prokofiev ou Shostakovich. Tal como sei quem foi Somerset Maugham ou quem é Lawrence Ferlinghetti.
Todavia este meu simples conhecimento daqueles compositores e escritores e o desconhecimento total de jogos e música popular não faz de mim alguém mais culto que outras pessoas que apreciam outros tipos de música ou de leitura.
O que equivale dizer que a cultura não é um bem físico, mas tão somente quase um estado de alma.
Teoricamnte ser culto é saber pouco de muita coisa ou muito de pouca coisa? Pois a resposta não parece fácil...
Já vi concertos, espectáculos, exposições, galerias de arte e muitos museus. Viajei e absorvi culturas. Serei por tudo isto mais culto de outrém que nunca saiu da sua aldeia?
O tema é deveras complicado e sem uma verdade absoluta, até porque há muita gente que acha que a cultura é um pedaço de conhecimento que se compra numa qualquer loja de conveniência.
Quando chegamos a uma certa idade e se iniciam algumas maleitas é que compreendemos que muitas das nossas doenças são consequências de uma vida pouco regrada, nada saudável tida muitos anos antes.
Oque comemos, bebemos ou fumámos em exagero vai-nos ser cobrado em dias posteriores com juros extremamente altos.
As organizações da especialidade, os médicos, os enfermeiros, todos de uma maneira simples ou mais complicada vão avisando para as consequências dos nossos actos.
Vou dar um mero exemplo. Deixei de fumar há mais de trinta anos. De tal maneira que já sou considerado não fumador. E desde essa época raramente me constipo ou tenho tosse. Atravesso Invernos sem um ai… Acrescento que sou de andar com poucos agasalhos. Camisa em cima do pelo e um casado é a minha indumentária diária, especialmente quando vou para o trabalho.
Seja mera coincidência ou não, a verdade é que conheço diversos médicos que mesmo tendo já alguma idade, e sabendo dos malefícios do tabaco e da má alimentação, continuam nesse registo arriscando-se a problemas graves. Claro constipam-se muitas vezes ao ano.
A morte de Nuno Ribeiro da Cunha , gestor da conta de Isabel dos Santos, tem tudo menos de inocente.
Parece que estou a ver um daqueles filmes de gangsters americanos onde coisas destas acontecem naturalmente.
Pelo que li aquele gestor teria sido constituído arguido no processo que agora envolve a empresária Isabel dos Santos. E das duas uma: ou o cavalheiro sabia demais e preferiu morrer a divulgar o que sabia ou então alguém o fez.
Uma coisa é certa... daquela boca já náo sairá nada.
No entanto fica aideia de que um gestor de conta ... não é o dono do dinheiro. Apenas vai gerindo tal como a palavra diz. E se recebia ordens de alguém superior como poderia ele dizer que não?
No meu trabalho já me aconteceu algo semelhante: alguém me mandou fazer algo com a qual não concordava, mas como alguém acima ordenava...
Nas estruturas de comando a fidelidade paga-se muitas vezes com a própria vida.
Conheço-o desde que começou a partilhar os jantares do blogue "És a nossa Fé". Pelas conversas que fomos tendo depressa o considerei um homem sereno, lúcido e acima de tudo muito competente.
Gostaria de o ver como Presidente do meu Sporting. Porque tenho a certeza que faria um óptimo trabalho.
Porque é um daqueles sportinguistas que prefere o bem superior que é o nosso clube.
Se se candidatar farei por ele tudo o que preciso. Lutarei a lado dele para que conquiste um lugar na história do clube de Alvalade.