Amanhã será um dia importante para dois cá de casa:
- Para o meu pai pois comemorará o seu octagésimo quinto aniversário (idade bonita, não é?);
- Para mim porque estarei pela primeira vez num encontro de bloguers.
Ora se no primeiro acontecimento o meu antecessor liga tanto ao seu aniversário como eu ligo ao campeontao Mundial de fumadoras de cachimbo, já no segunto a minha preocupação é real e evidente.
Um encontro de gente que escreve em blogues, tal como eu, ainda por cima como convidado acarreta uma anormal responsabilidade. Durante a já minha longa vida lidei com milhares de pessoas, todas elas com características naturalmente diferentes. E nunca me atrapalhei
Só que desta vez a coisa tende a tornar-se mais complicada pois não quero defraudar ninguém e muito menos quem apostou em mim.
Veremos então como correrá o dia.
Mas primeiro de tudo tenho de chegar a Lisboa e neste momento estou a algumas centenas de quilómetros da capital.
Há que partir muito cedo. Ir devagar para chegar depressa.
Se naquela quarta-feira me dissessem que 35 anos mais tarde estaria ainda a trabalhar na empresa, provavelmente diria que estavam loucos.
Todavia, aquelo número de anos passou tão rapidamente que ainda me recordo a roupa que vesti nesse dia (que já não tenho!). Outros pesos e outras medidas…
Tinha 23 anos. Não aproveitei a oportunidade de estudar numa universidade e depressa entrei no mercado de trabalho. Mas naquela manhã encontrei na recepção a R. uma antiga colega que não via fazia muitos anos.
Após dois dias em conjunto, ao terceiro cada um partiu para o seu Departamento para o qual estava previamente selecionado. O normal… naquela altura.
Curiosamente ou não ficou desse grupo, de pouco mais de uma dúzia de pessoas, uma enorme amizade que ainda hoje perdura.
Aos 15 anos preparei o primeiro encontro/almoço entre todos. E organizei alguns outros com o mesmo fito: juntar a malta daquele 6 de Outubro. Hoje as conversas são mui diferentes do início. Fala-se de reformas, netos, dores e afins… o usual em malta a rondar os (quase) sessenta anos.
O tempo passa tão depressa que nem damos por isso. Num dia somos jovens carregados de ideias para mudar o Mundo para, passado todo este tempo, percebermos que o Mundo é que nos mudou.
Quero aqui finalmente enviar um abraço a todos quantos fizeram (e ainda fazem) parte de mim e que hoje comemoram, tal como eu, as tais bodas de coral.
Obrigado por fazerem parte da minha história. Sem todos vós, sem excepção, eu não seria, certamente, a pessoa que sou hoje.
Ah pois é... julgaram que se livravam de mim assim tão rapidamente? Pois... se tiveram esse julgamento erraram.
Bom a história deste meu afastamento conta-se mais ou menos assim:
Desde o passado Sábado e até hoje às 17 horas andei pela aldeia dos meus pais na apanha da azeitona. Sei por experiência própria que a rede naquele lugarejo é quase nula, ao mesmo tempo não me parece bem o meu pai estar a pagar por um serviço que só eu ou os meus filhos usamos quando lá vamos.
Ora vai daí escrevi este texto, antecipadameente, para ser publicado no Sábado, já andava eu no meio das azeitonas.
Por outro lado tentei perceber como seria a minha vida sem a escrita. E mui humildemente confesso: não foi vida.
Apenas sobrevivi!
Por isso, hoje de regresso à civilização de internet (mesmo que seja a mais de 200 quilómetros de Lisboa), estou aqui para vos comunicar que estou de volta.