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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Bago a bago – 5

Bago 4

 

Ao fim de quatro dias a apanhar azeitona já não tenho dores... As dores é que me têm.

Este ano a coisa está difícil. Ainda bem que não chove... +pois nem imagino o que seria de nós se não fossem as varejadores eléctricas que falei antes. Seriam provavelmente semanas a colher azeitona.

Ao fim destes dias foram já contabilizados 68 sacos cheinhos de bagos negros que à média de 22 quilos cada um dá, mais ou menos, 1500 quilos.

20171031_181205_a.jpg

 

Falta saber o que virá das restantes árvores. Que ainda são muitas, Durante todo o dia saem dos panos mantadas de azeitona igual a este.

20171031_155925_a.jpg

Resumindo: a vida do campo é muito dura e dá muita apoquentação. Mas é muito mais saudável. Tanto para o corpo como para o espírito.

E enquanto não nos estrafegarmos todos.

 

Bago 6

 

Longe da cidade

Desde sexta feira que estou na aldeia rodeada da cor castanha devidos aos incêndios deste Verão. Portanto longe da cidade, das correrias e dos acontecimentos importantes em Portugal.

Mas parece que nada mudou. A geringonça continua a sua campanha, o Rui Rio continua a falar do Agir e Santana Lopes quer ter a "Sorte Grande" sem jogar o bilhete inteiro, joga só com décimos.

E soube isto no bocadinho no café, precisamente antes do jogo de Sporting, desta noite.

Plagiando o outro afirmo: de Lisboa, nada de novo.

Bago a bago – 4

Bago 3

 

Às 7 e 20 da manhã já estava no olival com pequeno almoço e café tomado.. 

A madrugada estava fresca a pedir mais roupa, mas resisiti e poucos minutos passaram até que reiniciasse mais uma dia na azeitona. Perguntar-me-ão a razão desta minha luta? A resposta pode ser enccontrada naquela época em que no povoado, onde vivi algum tempo, o azeite sempre foi algo de muito importante.

Primeiro... para dar a luz, já que nesse tempo a electricidade era uma mera miragem. Depois a conserva. Quem nunca comeu um belo de um queijo de azeite? Haverá algo mais saboroso e genuíno? Sinto que não.

Já para não falar das chouriças ou do negro que ficavam tempos infindáveis, naquele vasilhame de barro, até que fosse necessário para se comer.

Os próprios eixos dos carros de bois levavam o azeite de forma a rodarem melhor e sem ruído. E deste modo o azeite serviu (e ainda serve) para mil aplicações.

Com a natural evolução o azeite passou, essencialmente, a ser um produto de mesa e pronto a comer ou somente a ser saboreado.

Entretanto no campo corre uma aragem moderada que não é suficiente para deitar abaixo a azeitona, Só mesmo a alfaia eléctrica o consegue!

 

 

Após o almoço mais oliveiras, mais azeitona, mais máquina, mais mudança de panos, mais escolha, mais tanta coisa que o dia parece curto.

Pelo chão vão ficando os montes de rama cortada da poda das oliveiras.

 

20171030_104033A.jpg

Assim que o sol se esconde por detrás da colina é tempo de arrumar a trouxa. No chão ficaram os panos carregados de azeitona por escolher. Porque por aqui ainda se acredita que ninguém pretende o alheio.

Outras crenças!

Bago a bago – 3

Bago 2

 

Desde que me lembro sempre soube de onde vinha o azeite ou como este era feito. Os meus avôs tanto de um lado como de outro, sempre tiveram muitas oliveiras. Especialmente porque o povo é pobre, sem grandes chãos para cultivo rico e assim a oliveira ganhou terreno e força.

Acrescento que na aldeia que me viu crescer houve em tempos dois lagares. Ora num povoado com pouca gente, mesmo assim, lembro-me dos dois trabalharem em simultâneo.

Como o mundo não pára, há uns anos fecharam e para nunca mais abriram. E é pena.

Mas ainda não chegou o dia de falarmos do lagar. Portanto passemos ao que realmente interessa no dia de que foi o de hoje.

Acordei muito cedo e muito cedo estávamos todos no olival (eu, a minha mulher, o meu infante mais jovem e um prrimo que nos ajuda nestas coisas).

20171028_093344_a.jpg

 

O dia parecia mais fresco mas mui depressa percebi que o calor deveria vir, novamente, com força. E assim aconteceu. Pano então estendido debaixo da oliveira e quase no minuto seguinte começa a chover.

Pois não foi água, mas sim grossos bagos de azeitona arrancados à força de maquinaria…

Ah pois… que isto de andar a ripar azeitona à mão já tem os dias contados. Uma máquina faz numa hora o trabalho de dois homens para uma manhã. As varejadoras eléctricas são mesmo um grande avanço nestas alturas.

 

20171028_154142_a.jpg

A fotografia não está grande coisa, mas brevemente mostrarei como este equipamento trabalha.

Ainda não era chegada a hora do almoço e já todos andávamos de tralhas às costas da carrinha para outra fazenda. Esta última finalmente dera "uns meros20 sacos de azeitona... Muito acima da espectativa.

O dia foi aquecendo, mas a equipa não esmoreceu e no final do dia tinhamos o mesmo número de  sacos apanhados no dia anterior. Amanhã supostamente sem grandes viajens seremos capazes de arrebanhar mais uns bagos de azeitona.

Ao todo 30 sacos haviam sido já panhados.Não é realmente mau. O problema são as minhas costas já que todo o dia carrego a varejadora às costas.

O azeite pode ter sido em tempos um produto comezinho. Todavia hoje é rei numa mesa.

Entretanto antes de ser rei há escravos a trabalhar para ele.

 

Bago 4

Bago a bago - 2

Bago 1

 

O meu amigo José Navarro de Andrade no seu livro "Terra Firme" realça ideia que há muitos anos a oliveira seria uma árvore menor e à qual os agricultures lhe reservavam "... um canto da exploração de modo a que não estorvase os cultivos mais rendosos". Quem diz um canto diz junto às partilhas ou coladas ao caminho. É assim nesse espaço que se encontram algumas das minhas oliveiras. Com a agravante de recentemente eu ter lá colocado uma aramada...

Este entróito serve somente para dar ínício ao dia de hoje que começa com temperatura branda, mas acompanhada de uns sopros eólicos pouco convidativos. E que ajudaram à confusão.

Não imagino se é curiosidade ou mera coincidência, mas enquanto estive com panos e restante maquinaria do lado de fora da fazenda, passaram cinco viaturas obrigando-me, de cada vez que um passava, a desmanchar aquela feira e a remontar tudo.

20171028_093350_a.jpg

Os bagos caiam com profusão começando rapidamente a criar singelos panais. A azeitona cordovil amadurece muito mais tarde, quando o faz, e por isso na fotografia seguinte a azeitona aparece ainda muito verde.

20171028_122427_a.jpg

Após o almoço, mesmo sob uma temperatura desajustada para esta época e um sol inclemente, consegui-se recolher mais azeitona que de manhã. Os panos estendidos iam-se atapetando de bagos negros.

20171028_154203_a.jpg

Durante toda a tarde foi uma correria. Para uma safra final de onze sacos e mais este panal para escolher amanhã.

Começou mal este dia mas acabou bem.

20171028_183541_a.jpg

 

A faina terimna noite dentro, após arrumação das alfaias.

 

Bago 3

Bago a bago

É já amanhã que recomeça para mim mais uma campanha de azeitona. Reservei por isso dez dias para a coisa. Veremos se chega...

No ínicio deste mês vim à aldeia, percorri algumas fazendas e descobri muita azeitona já madura, tal como a foto demonstra. Desde lá choveu um dia ou outro, para logo o calor regressar em força.

Bom... veremos então o que cada dia nos trará.Diariamente virei aqui dizer como correu o trabalho. Quiçá com algumas fotos.

Receio que este calor não nos ajude.

 

azeitona1 (1).jpg

 

Bago 2

 

 

Zangam-se as comadres...

... E temos Governo e o Presidente da República quase em rota de colisão.

As últimas notícias vindas a lume referem que Marcelo sabia, antes do seu violento discurso proferido em Oliveira do Hospital, o que AC estava a tencionar fazer em relação a uma eventual remodelação governativa. Ao invés, o PR acusa o Governo de não ter percebido o que se passou na sociedade portuguesa, nomeadamente com as vítimas dos fogos.

Verdadeira troca de galhardetes.

Pegando neste assunto e olhando para ele de forma equidistante e desapaixonada  fico com a estranha sensação que as "comadres" governativas se zangaram profundamente. Assim sendo não imagino quais os próximos passos nesta relação que em tempos foi muito profíqua.

Até à entrada deste Verão ninguém em Portugal imaginaria que esta amizade entre uma esquerda demagógica e trauliteira e um Presidente festivaleiro e omnipresente, acabasse nesta espécie de arrufo. Mas veio o Verão quente, seco e assassino e logo tudo o que era amizade e compromisso se toldou numa tempestade.

O Primeiro Ministro não gostou obviamente da chamada de atenção do Professor Marcelo. Sentiu-se diminuido e quase humilhado. Por isso arranjou maneira de através de um conflito institucional se libertar da imagem de um governante frio e distante do povo que não o elegeu.

Não imagino como irá terminar este sarilho. Todavia o que fica é que as relações entre estas "comadres" esfriaram.

A geringonça teve o seu primeiro grande revés. 

... Falta agora descobrir as verdades de parte a parte.

 

                                                                    

Ciclovias

Não bastavam os carros roubarem passeios para estacionamentos, a Câmara alargar as estradas para fazer mais uma via, cortarem a terra para acrescentar um túnel e com tudo isto os peões ainda terem atenção redobrada, não bastava o que antecede e agora tenho de ter cuidado com as ciclovias implementadas na cidade?

Um destes dias ia sendo atropelado por uma menina... de bicicleta. Tenho consciência que ela não teria culpa se me acontecesse algo de mal, mas seja como for já são preocupações a mais na rua.

Não há quem aguente!

Astérix et ses amis

Foi um acaso. Olhei para o escaparate e vi as figuras inconfundíveis de Astérix e Obélix. Primeiro pensei que fosse a última aventura dos irredutíveis gauleses, mas logo percebi que não.

Tratava-se simplesmente de um número especial unicamente sobre "L'art de Astérix", publicado pela revista francesa L'express.

Obviamente que entrei na loja e adquiri a revista.

Assim que pude sentei-me a folhear aquelas mais de cem páginas coloridas e não só e onde numa primeira vista se pode observar e saber muitos pormenores e opiniões sobre a dupla que há 58 anos publicou pela primeira vez numa revista da especialidade, que Udrzo e Goscinny criaram chamada Pilote, as primeiras pranchas de Astérix e o seu fiel amigo.

E tudo em bom francês!

Fiquei de tal maneira absorvido pelas imagens e por alguns textos que pude ler, que fiquei sem almoço.

Mas foi por uma boa causa, dga-se de passagem.

Um documento muito especial, principalmente para os amigos do gaulês de bigodes loiros.

Imperdível.

 

Asterix_express (4).jpg

 

 

Ronaldo quebrou o protocolo

O melhor jogador do Mundo voltou a surprender a FIFA ao falar para todo o Mundo em português, quebrando o protocolo onde o léxico luso não é oficial..

Uma prova de grande patriotismo que tenho de realçar. Ser o melhor do Mundo é obra. Mas assumir a sua lusa paixão é de louvar.

Num discurso sereno e sincero envolveu todos no seu novo galardão. Desde à sua equipa, à selecção (fantástico gesto) e claro à família.

Portanto parabéns ao Cristiano Ronaldo pelo empenho, tenacidade e perseverança, para além do seu inegável talento e ao Sporting por o ter ajudado a ser o que é hoje.

Para imensa alegria de todos os portugueses... Ou será que não?

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