Há vinte anos o mundo parou com a trágica notícia. Num túnel em Paris a princesa Diana de Gales e o seu namorado árabe e herdeiro do celebérrimo Harrod’s de Londres, Dodi Al-Fayed, morreriam num acidente de viação, quando fugiam a um grupo de perseguidores de estrelas, vulgo paparazzi.
Na altura Diana estava já separada de Carlos, Príncipe de Gales, mas continuava a ser uma voz na luta contra diversas doenças, nomeadamente a SIDA e contra a guerra, especialmente a que usava minas terrestres. Lembro-me de uma imagem de Diana, em Angola, com crianças mutiladas ao colo.
Para além desta postura, sempre em prol dos mais desfavorecidos e indefesos, Diana tinha na comunidade gay muitos amigos. E não escondia essa amizade. O cantor Elton John é um desses casos, mas muitos outros foram exemplo.
Aquando da sua morte fiquei sempre com a nítida sensação de que o acidente não fora obra do acaso. Na verdade a coroa britânica passava por uma crise, acima de tudo pela evidência que Diana tinha no mundo, retirando a Isabel II alguma preponderância. Ora a morte de Diana não podia ter acontecido em melhor altura...
É óbvio que tudo passou, Diana abandonou os tablóides bombásticos e o Palácio de Buckingham passou a poder novamente ter nas mãos o poder visual da sua casa.
Lady Di, como o povo gostava de lhe chamar, estará, no entanto, sempre ligada a uma nova maneira de ser monarca. Muito próxima dos seus subtidos, Diana achava-se uma como os demais, não obstante a sua ascendência aristocrática. Esta postura enervou imensamente a Coroa Britânica muito habituada ao distanciamento do seu povo.
Finalmente a pergunta que intitula este texto: e se Diana ainda fosse viva?
Seria Diana, por exemplo, Prémio Nobel? E se fosse que impactos teria no Mundo?
Jamais o saberemos. Todavia, Diana Spencer será sempre conhecida com a Princesa do Povo. O povo de quem ela realmente gostava.
Atravessar o Alentejo é estar sujeito a muitas emoções, especialmente pictóricas.
Durante quilómetros assistimos a quilómetros de sobreiros por montes e vales rodeados de doirados fenos, muitos deles já ceifados e enfardados.
Ao longe surgem de súbito montes brancos de pedra. São as celebérrimas pedreiras que tantas vezes forram as nossas janelas.
Muito mais abaixo é a vez do Guadiana aparecer em todo o seu esplendor transformado no maior lago artificial da Europa. No meio do lago despontam pequenos ilhéus que procuram sobreviver ao próximo inverno.
Vou descendo na província. A estrada longa parece não ter fim...
De quando em vez percebo um grupo de homens e mulheres que já vindimam. São quilómetros de vinhas que matarão a sede e a fome a muita gente.
Novamente o Guadiana... Aquele lago parece interminável.
Umas nuvens plúmbeas toldam o céu ameaçando chuva. Quando passo Moura chove com alguma intensidade. Os campos exibem diversos verdes: uns quase negros das oliveiras carregadas, uns mais claros e mais joviais, de amendoeiras recentemente plantadas.
Chego a Serpa. O meu verdadeiro destino após Juromenha. Na cidade procuro o Museu do Relógio. Tenho alguns relógios para entregar e outros para receber.
Sou recebido com a costumada simpatia e calor alentejano
Demoro-me horas naquele local que enche o meu coração.
Finalmente de regresso a casa. A noite vai cainda assim como alguma chuva. A paisagem altera-se novamente. Após uns quilómetros de oliveiras, surgem as azinheiras e algum pinho manso.
O mar fica quase ali ao lado e a terra, que no interior era negra, agora aparece em tons mais brancos.
O Alentejo espaço de boa gastronomia, bons vinhos e fantásticas paisagens é outrossim um espaço de bonitos contrastes.
Há uns anos falaram-me da Aldeia de Juromenha, ali mesmo encostada à nossa vizinha Espanha, somente com o Guadiana a separar os dois países.
Prometi na altura a mim mesmo, que um dia iria até lá. Muitos anos depois e cento e noventa e nove quilómetros e novecentos metros desde a minha casa ao local onde parei, eis-me no local. Curioso número... marcado no conta quilómetros do meu carro.
O Castelo surgiu assim tristemente imponente. O seu interior é um ror de ruínas deveras abandonadas e que faz doer a quem olha para este monumento como parte integrante da história de Portugal.
Palmilhei pequenos declives e subi as escadas da torre altaneira, que ainda assim, na sua decrépita pujança, ergue bem alto o estandarte de Portugal.
Há muito tempo que o castelo foi abandonado. Nas paredes do que foram as capelas pouco se percebe das suas pinturas. Há destroços por todo o lado e só mesmo um pombo se sente bem naquele espaço.
Todavia por todo o lado há referências à importância deste forte, que tem uma origem que se perde no tempo, mas que D.Dinis mandou reconstruir. Os brazões ainda lá estão gravados na parede com uma data: 1143.
Obviamente que a data não é inocente porque corresponde à independência de Portugal.
Foi desta forma que três lusos assaltaram um castelo com o intuito de conhecer e apreciar um Alentejo tão profundo quanto distante da capital. A beleza da paisagem que se pode observar daquele local é deslumbrante, seja virada a Portugal, seja para Espanha.
Saí de Juromenha e parei no Alandroal onde outro Castelo nos aguardava. O tempo escasseava e a fome apertava e por isso só se viu por fora o que parece ser um belo castelo, aparentemente mais bem estimado. A pedir também visita atenta.
Após o almoço regressei à estrada, porque o meu destino estava traçado. No caminho que percorri e ao redor destes dois castelos encontrei diversas referências a muitos outros... Monsaraz incluído.
A exigir por isso um roteiro muito especial só para os castelos desta zona.
Por aquilo que já foi dado ver hoje, choveu intensamente em Lisboa, enquanto por aqui o sol foi brilhando, mais brando, mas mesmo assim aqueceu-nos.
Bom mas voltando à capital creio que a água foi tanta que inundou estradas e estabelecimentos comerciais.
Ora pois... já se adivinhava. Ou melhor adivinhei eu...
As sargetas entupidas foram, provavelmente, uma das grandes razões para as cheias. Pois as câmaras, nesta altura, estão muuuuuito mais preocupadas nas grandes obras, porque se aproximam as eleições autárquicas. O resto é dispensável...
Calculei isto num texto ou comentário anterior, já não tenho presente e gostaria muuuuuuito de ter falhado o prognóstico.
Mas já ando cá há muitos anos... e a história vai-se, infelizmente, repetindo anualmente.
Os entendidos dizem que o futebol é o Desporto-Rei.
Sinceramente não sei se é um rei sem coroa ou com a dita. O que sei é que se o Futebol não tivesse sido inventado no século XIX, provavelmente Alfred Hitchcock descobri-lo-ia.
Entre muitos exemplos que já vi e vivi na vida do futebol, raramente algum se comparará ao desta tarde que presenciei em Alvalade.
Em pouco mais de cinco minutos vivi emoções que dão para um ano inteiro.
- Penalti – grita o público.
Espera-se… Não é… Palavra de VAR!
- Penalti – gritam os estorilistas.
Espera-se… Não é… Palavra de VAR!
- Gooooooolo – explode o público. Bas Dost é a letra da música dos “ACDC”.
Não é… Palavra de VAR!
E o público esmorece…
- Gooooooolo – explodem os estorilistas.
Não é… Palavra de VAR!
E o público explode de alegria.
Outra vez. Desta… até ao final.
Pensando melhor… creio de o mestre do cinema de suspense jamais se lembraria de um fim destes.
Nota: VAR (Video Assistent Referee) para os não entendidos, é a tecnologia que revê os lances e que pode originar, ou não, alterações de decisões tomadas pelos árbitros de campo.
Na aldeia beirã realiza-se este fim de semana a tão costumada festa. Ora sempre que não vamos lá, a família junta-se num almoço geeralmeente fora de portas.
O ano passado calhou em Mafra. Este ano fazêmo-lo aqui na minha casa, enquanto estou de férias.
Bacalhau assado no forno com batatas, salada e muitas entradas e doces será o menu.
Seremos onze pessoas e neste momento já só falta ligar o forno e pôr a mesa.
Vamos então ao repasto:
Entradas:
Mini rissóis;
Mini croquetes;
Mini empadas;
Mini merendinhas;
Paté de marisco,
Melão com presunto;
Queijos diversos.
Prato principal:
Bacalhau assado acompanhado batatas e salada.
Sobremesa:
Mousse de chocolate caseira;
Gelado;
Frutas diversas;
Gelatina.
Por fim:
Café;
Descafeínado;
Diversas bebidas espirituosas
Faltam as referências aos vinhos. Mas assumo que haverá para todos os gostos: brancos, tintos, rosés.
Ser do Sporting tem destas coisas estranhas: ou estamos numa quase depressão ou passamos para a euforia repentina. Será assim uma espécie de personalidade bipolar.
Ora bem, na passada quarta feira e logo após o jogo em Bucareste eu, que ao intervalo acreditava tanto na passagem do Sporting como acreditava ir à Lua, escrevi uma quantidade de coisas sobre o que poderia ou deveria ser o sorteio da Liga dos Campeões. Estava eufórico, feliz… sonhava!
A verdade é que depois do sorteio da Liga dos Campeões regressei à minha tristeza terrena, pois percebi que dificilmente o Sporting passará aos oitavos de final.
Voltei a escrever sobre isso e recebo de muitos Sportinguistas uma verdadeira injecção de fé clubística. Mesmo com os colossos europeus que nos calharam, poucos ou nenhuns assumem a eliminação e acreditam que iremos fazer uma boa figura.
É por estas e por outras que ser do Sporting é ser alguém muito diferente dos demais. Nem melhor, nem pior.
... que não sou grande adepto fora do nosso estádio.
Sempre que estou a ver os jogos ao vivo vou comentando com os que me rodeiam, dizendo umas baboseiras, puxo pela equipa, mas sempre em tom sereno e calmo. Mesmo que o jogo não esteja a correr de feição, tenho sempre esperança.
Porém quando estou em minha casa... Bom... tenho perfeita consciência que sou irascível e tenho pouca paciência para a equipa. Barafusto, grito e até, pasme-se, sou capaz de chamar alguns impropérios a árbitros, jogadores, treinadores e até aos adeptos. Reconheço que sou impossível. Mas também grito quando marcamos, salto e cerro os punhos...
Hoje, mesmo em férias e após o golo do empate voltei ao meu estado de stress futebolístico. De tal forma que quando chegou o intervalo, desliguei a televisão e fui fazer um petisco para o jantar.
O problema é que o telemóvel tem uma aplicação que vai indicando a marcha do marcador e deste modo fui sabendo o resultado. Fiquei por isso preso entre deixar queimar o jantar e ir ver o resto do jogo ou esperar por vê-lo mais tarde.
Optei pela segunda hipótese porque assumo que não sou grande adepto fora de portas, isto é, Alvalade!
Gosto muito de cinema mas a saga Star Wars, curiosamente, nunca foi uma das primeiras escolhas.
Só que nestas férias foi-me destinado ver todos os filmes.
O meu filho mais novo tratou de arranjar todos os episódios e em cinco dias vimos seis películas pela ordem em que foram lançados.
Ora, perante estes factos que dizer então do que vi?
- Primeiro: é perfeitamente reconhecível que os três primeiros filmes desta saga, episódios IV, V e VI, têm uma tecnologia menos evoluída que os episódios I, II e III;
- Segundo: a história parece por vezes um tanto confusa, quase que nos perdemos e sem sabermos quem é bom ou mau, todavia acabamos sempre por perceber o fim;
- Terceiro: algumas das personagens estão muito bem criadas, mas falta algo... ainda não consegui perceber o quê;
Finalmente ver toda esta saga em cinco dias foi dose de ficção científica, qual vacina, que durará por alguns tempos... looooooongos!