Por motivos agrícolas tive de ir hoje ao Alentejo, mais propriamente ao Crato. Jamais havia estado ou passado por esta vila simpática histórica.
Nem desta vez tive muito tempo... Todavia ficou prometido uma visita para um futuro breve. Tal como ficou na retina Alter do Chão e Avis, outras duas povoações a merecerem visita cuidada e atenta.
Depois aquelas longas planícies repletas de olivais e sobreiros. Dignas de serem apreciadas com tempo.
Não sendo alentejano de nascimento, sempre olhei para esta provincía com uma anormal bonomia e interesse. Talvez porque a terra é ou foi o seu principal, e quantas vezes único, modo de sustento.
Foi uma viagem rápida mas a requerer outras passagens e evidente paragens!
Março marçagão, manhãs de Inverno tardes de Verão.
Em Abril queima a velha o carro e o carril
Se um pau o guardou em Maio o queimou
Para o S.João guarda tu o melhor tição.
Quatro frases sobejamente conhecidas sobre o tempo de cada mês, onde prevalece a Primavera. Só que este ano nada corre de feição: Março choveu a espaços mas com grande intensidade, em Abril o calor estival tem dominado a maioria dos dias. Para Maio já não imagino o que se pode prever.
O que é certo é que temos o tempo completamente desconfigurado e não sabemos com a certeza dos antigos como será o tempo para amanhã.
Mesmo com sítios na internet especializados... na coisa
Faz hoje precisamente 30 anos que era Domingo. Mas não um Domingo qualquer... Era Domingo de Páscoa.
Nesse dia em que se celebra a Ressurreição de Cristo da Cruz, eu próprio renasci para a vida. Uma benção!
Faz hoje precisamente 30 anos que fui pai pela primeira vez. Mesmo tendo já decorridos todos estes anos, creio sentir ainda a mesma emoção daquela altura, quando evoco esta data.
Trinta anos... uma geração. Trinta anos... quase metade da minha idade. Trinta anos... o tempo passa depressa demais.
Não imagino onde ambos estaremos daqui a outros tantos anos, mas aconteça o que tiver de acontecer estaremos com o pensamento no outro. Disso tenho a certeza.
Comemorar a vida é normal, comum. Todavia comemorar este amor por um filho, incondicional e comprometido, é uma alegria imensa.
Faltam-me já as palavras... sobram-me as lágrimas...
Portanto... Parabéns meu filho.
Que Deus ilumine sempre o teu caminho como o fez até agora.
Em Portugal há muita crítica no que diz respeito ao futebol. E sendo eu também um adepto do Desporto-Rei faço parte dessa mole que às segundas-feiras tem por hábito falar das boas e más vicissitudes do fim de semana.
No actual panorama futebolístico luso os árbitros têm tido as costas muitas largas ao suportarem as culpas de muitos maus resultados de algumas equipas. A maioria incompetência de treinadores e dirigentes, mas a culpa recai sempre neles... É mais fácil!
O curioso é que num qualquer debate futebolístico vem diversas vezes à baila as referênciias aos apitadores de outros campeonatos como gente com uma matriz quase perfeita no que concerne às regras do futebol e aplicação destas num jogo.
Se, por exemplo, em Inglaterra há árbitros de alto nível, quase professorais em campo, também já vi alguns decidirem coisas horríveis. Acontece a todos... Acrescento: um dos melhores do Mundo foi o italiano Pier Luigi Collina a quem eu vi arbitrar jogos que nem um árbitro de quarto nível.
Abordo este assunto após o Real Madrid - Bayern. Hoje... ou melhor esta noite... os Deuses da bola estavam com a equipa madrilena. Definitivamente!
Vi o jogo todo e, sinceramente, se não fossse o senhor do apito, esta noite em Madrid moraria a tristeza. Jogadores por expulsar, outros expulsos sem razão, golos em fora de jogo... bom no Santiago Barnabéu houve de tudo um pouco. Passou assim o Real, mas não devia...
O árbitro teve enorme influencia no resultado a pontos que deverá ter que fazer um curso de reciclagem ou então abandonar a actividade. Não dignificou em nada a sua classe nem o futebol.
De todas as festas religiosas para os católicos, a Páscoa será aquela de maior sentido. Não importa perceber como um Homem morreu e depois Ressuscitou. O que realmente interessa é que todo o homem está a tempo de se renovar.
A natureza faz tudo bem feito. O ser humano apenas descodificou para que todos consigamos perceber este mistério que é a renovação da natureza.
Pelo Ano Novo é fértil dizer-se "Ano novo, vida nova" como se a mudança de um dia de calendário alterasse algo na nossa vida. Porém a lei normal da Natureza tem aqui muita força. E assim, é perfeitamente aceitável que a partir desta época possamos ser um pouco diferentes. Essencialmente para melhores...
A Páscoa católica celebra a vida que venceu a morte. Na Primavera todo o mundo natural acorda com a luz e para a luz. Ora o homem é na sua essência outrossim um animal. Daí a restauração da vida com a chegada daquela estação do ano.
Portanto meus amigos... trago aqui uma visão um tanto antagónica ao que a liturgia ordena. Mas olho a minha fé à luz da minha interpretação e não presa a qualquer dogma da Igreja.
Deste modo caros leitores... desejo que a Páscoa nasça todos os anos nos vossos corações. Que o espírito de renovação seja uma certeza.
É extremamente raro passar na aldeia uns dias como passei os últimos. Geralmente venho cá para resolver uma quantidade de problemas que foram surgindo e ando numa roda viva. Desta vez vim com calma, passeei pelas fazendas, olhei com olhos de ver e decidimos muitas coisas para o futuro.
Assim sabe bem vir à aldeia, respirar o ar puro e sentir o pulsar da natureza na candeia das oliveiras, nas flores das cerejeiras ou no perfume inebriante das laranjeiras floridas.
Ao invés do ruído cosmopolita da cidade adoro escutar o cantar dos grilos no chão atapetado de erva seca, o coaxar das rãs na charca próxima ou os trinados afinados da passarada agitada.
Há quem olhe para este dia unicamente como um simples feriado. No entanto como católico considero este dia como um dia de profunda reflexão. Olhar o que me rodeia, perceber os actos dos que me envolvem e acima de tudo... perdoar. Como Cristo pediu na hora de morrer: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!"
Esta frase é, deste modo, marcante na minha vida. Perdoar mesmo àqueles que sempre me tentaram fazer mal. Porque perdoar não é ou não deveria ser apanágio somente de Jesus Cristo mas de todos os homens.
Posso nunca esquecer (e geralmente jamais esqueço) mas perdoo.
Neste dia da Gloriosa Paixão de Cristo, saibamos todos nós perdoar "a quem nos tem ofendido". Só assim a oração faz sentido, só assim um coração amargurado consegue sentir paz.