Azeitona 2016 - Parte III
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Sempre que os mais antigos falam dos seus tempos de apanhadores de azeitona assumem todos a mesma opinião: o frio era uma constante.
Contudo percebe-se porquê. Naquele tempo a azeitona amadurecia muito mais tarde acabando por ser no pino do Outono, já a bater as portas ao Inverno, que se apanhava a azeitona.
Contam e recontam que a primeira coisa que faziam quando chegavam ao olival era acender uma fogueira, pois o frio era tanto que encieirava as mãos dos homens.
Como mudou o tempo! Em primeiro lugar a azeitona tende a amadurecer cada vez mais cedo, daí estarmos em Outubro e a azeitona já inicia a cair de madura. Segundo, os Verões são cada vez mais longos e mais agrestes. Cientificamente não sei se há alguma relação entre as situações mas o que conta é que hoje, no final do mês de Outubro, andei a apanhar azeitona em tronco nu, tal era o calor.
Soprava ainda um vento suão que, em vez de aliviar, carregava ainda mais calor.
Do oito da chuva fria e desagradável, passámos para um oitenta de um estio invulgar e tenebroso.
Este ano a minha campanha de azeitona parece repleta de estranhas peripécias...
E ainda agora comecei!
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