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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Mais uma campanha!

Todos os anos se repete este (quase) devaneio. A apanha da azeitona é por assim dizer a minha sina. Mas desta vez com mais "carne". O que equivale assumir que somos três a tentar botar abaixo os bagos verdes ou negros de uma azeitona temporã!

Sim, sim que este ano atrasei-me. Ou melhor não me atrasei, a natureza é que se adiantou!

Gosto especialmente deste tempo.Talvez por ter sido criado no meio dele. E as boas recordações que tenho da minha mocidade retornam a momentos semelhantes aos que vivo hoje.

Já falei neste espaço do esforço e da perseverença que é necessário para levar a tarefa a bom termo. Mas vale a pena!

Quando semanas mais tarde, no aconchego de uma casa na cidade, rego com profusão as couves com um fio doirado penso porque vale a pena, nestes dias, trabalhar tanto.

Comecei hoje, mais a medo que outra coisa... pois a água da madrugada não agoirava coisa boa. Mas a meio desta manhã a chuva acalmou e o dia foi mesmo muito bom.

Amanhã não há azeitona. É dia Santo...

Mas Segunda-feira regresso!

Ao João Manuel

A vida para ele nem sempre foi mãe. Quase sempre foi madrasta. Mas o João Manuel mostrou-se sempre um lutador.

Ele é o neto mais velho de um avô comum e a quem devo o meu nome. Herdou-lhe, pelo menos, a perseverança...

Viajou pela vida como se fosse um peregrino. Sempre à procura da "tal" de felicidade.

Um dia teve mesmo de partir para longe em busca de melhor vida. Pretendeu um dia regressar para se despedir da mãe falecida. Nem nesse dia! Foi detido no aeroporto. Mas continuou a batalhar...

Finalmente, já com alguns anos e muitos cabelos brancos retornou à sua aldeia onde serenamente reconstruiu uma casa e dela fez o seu castelo. Como qualquer guerreiro após tremendas pelejas.

Mas naquela manhã acordou doente, muito doente. Um AVC retirou-lhe a fala e o andar. Por enquanto!

Fui hoje vê-lo ao hospital. Ainda sinto a sua voz rouca, de outras conversas, marcada no meu coração.
Todavia hoje quando me viu apenas chorou. Também me apetecia chorar porque dele sempre recebi incondicional carinho e profunda amizade.

É (quase) um irmão que ali está agora. A tentar lutar, como sempre o fez, por dias (mais) felizes.

Que nunca lhe falte a força de vontade nem a coragem!

O "pão-por-Deus" versus Halloween

Serei sempre um homem ligado às velhas tradições. Deste modo essa "coisa" de Halloween não faz para mim qualquer sentido.

Temos em Portugal boas e bonitas tradições para o dia de Todos os Santos. Lembro-me muito bem quando miúdo andar na aldeia, de casa em casa, pedindo o "pão-por-Deus".

Algo que quase se perdeu...

Digo quase porque as crianças são cada vez menos e os velhos costumes têm tendência, por isso mesmo, a desaparecer.

No dia de Todos os Santos levávamos uns sacos onde botávamos o que simpaticamente nos ofereciam: broas dos Santos, bolos de cabeça, nozes, rebuçados, tremoços e raramente umas moedas. Que rapidamente se enchiam!

No entanto o que realmente contava naquela época não eram os bolos nem o dinheiro, mas somente a festa que era em toda a aldeia. Um corrupio saudável de miudagem a bater a todas as portas e pedir o "pão-por-Deus".

Actualmente, nos grandes centros urbanos, esta velhíssima tradição foi tristemente substituída por uma festividade pouco religiosa e muito mais pagã. E pior: importada do outro lado do Atlântico!

 

 

 

O regresso do "lápis azul"!

Nunca comprei o "Correio da Manhã" mas compro, sempre que posso, o jornal "Record". E foi com algum espanto que li hoje o editorial deste diário. Pelo que pude retirar daquele texto alguém cobrou um favor e lançou uma providência cautelar contra a empresa proprietária daqueles diários.

Pela primeira vez desde o 25 de Abril, um jornal encontra-se proíbido, através de uma sentença soez e mal concebida, de publicar notícias sobre determinada figura, cada vez menos pública e mais ditatorial.

Regressámos ao tempo do lápis azul! A censura que prevaleceu em Portugal durante 48 anos e que tanta gente (e bem!) condenou está de volta à sociedade portuguesa. Uma espécie de caixa de Pandora foi agora aberta com esta sentença.

Que mais se seguirá? Fechar blogues? Jornais, revistas? Censurar ideias, calar opiniões diferentes?

Como pode o ego de alguém superiorizar-se ao interesse comum de uma sociedade? Como aceita a justiça fazer estes "fretes" a alguém?

Tantas questões, todas elas sem resposta.

Já percebi que é esta esquerda intolerante e seguidista que irá governar Portugal.

Os primeiros passos começam agora a ser dados.

Ainda e sempre as passadeiras

A minha cruzada contra as passadeiras de peões não tem descanso. Esta tarde parei para dar passagem a alguns peões numa passadeira. Só que um deles ia a atravessar e a teclar no telemóvel em passo moderador e completamente despreocupado com os condutores que aguardavam a passagem de seu Excelência. Acabei por lhe apitar chamando à atenção para o ridículo da situação.

Reconheço que muita gente achará esta minha batalha algo que não fará qualquer sentido. Obviamente que não os levo o mal! Porém custa-me que o peão seja alguém tão egoísta e tão despreocupado.

Atravessar uma rua não é andar às compras num qualquer centro comercial. É ou deveria ser uma atitude de grande cidadania. Um veículo pode matar ou atirar-nos para uma cadeira de rodas eternamente. E mesmo que tenhamos razão o que se ganhou? Uma limitação que poderíamos ter evitado?

Não sei se há quaiquer estudos sobre este tema mas acredito que com menos passadeiras evitar-se-iam muitos acidentes, sejam eles peões ou somente automobilistas. Quantos acidentes já aconteceram só porque alguém parou de repente para dar passagem a um peão numa passadeira? Talvez o Instituto de Seguros de Portugal pudesse fazer um estudo sobre este tema.

Por lei tenho de respeitar a prioridade dos transeuntes nas marcas brancas, mas se soubessem o que ralho dentro do carro...

 

 

Hoje faria o mesmo?

Hoje passei a pé pelo local onde há trinta e cinco anos comecei a trabalhar em Lisboa. Desse sítio, entre outras coisas, lembrei-me de uma espécie de partida que pregámos aos mirones que passavam na avenida. Eis assim o que aconteceu:

Eu e Amadeu havíamos almoçado e de regresso calmo ao escritório parámos junto a um gradeamento de ferro. Este era opaco e media cerca de metro e setenta de altura. Estava todavia assente numa espécie de murete com um palmo ou mais de altura. De tal forma que ao colocar lá os pés conseguia-se espreitar para lá do gradeamento.

Ora este limitador do espaço apenas tapava o acesso a uma espécie de quintal e que ficava desnivelado da estrada cerca de dez metros. Sem nada previsto ou combinado subi o tal murete e olhei para o quintal repleto de erva verde e demasiado lixo. Amadeu subiu a meu lado espreitou e de repende perguntei-lhe:

- Está morto?

Sem me olhar e entrando na conversa respondeu:

- Tá' nada morto. Tá´ vivo...

- Tá morto - teimava agora!

- Já te disse que tá´vivo...

De repente um transeunte desconhecido juntou-se a nós. Depois veio outro e mais outro. Em poucos minutos juntou-se uma multidão.

Foi a hora de sairmos, de mansinho.

No minuto seguinte entrámos no escritório que ficava no stand, como se nada tivesse acontecido. E aguardámos!

Não demorou muito até que chegassem alguém e perguntasse para o ar:

- Alguém sabe o que se passa ali em baixo?

Abanámos na cabeça negativamente, mentindo.

Finalmente chegou mais alguém dizendo:

- Está ali em baixo um homem morto. Até já chamaram os Bombeiros.

Acabei por perguntar:

- Viste o... morto?

- Eu espreitei mas não vi nada. Mas há gente que já o viu.

Nada mais disse e fiquei a rir por dentro. Amadeu também!

 

Mas hoje ao passar uma vez mais por aquele local perguntei a mim mesmo se seria capaz de voltar a fazer o mesmo? Sinceramente nem soube responder!

 

Portugal no seu melhor!

Hoje neste país só se fala do jogo de ontem à tarde/noite. Parece que Portugal vive de e para o futebol e que nada mais há para além disso.

Nem parece que estamos a dias semanas de ficarmos sem governo;

De regressarmos aos mercados a pagar valores proibitivos de juros;

De termos um PR sem coragem nem estratégia para enfrentar os problemas que as eleições trouxeram;

De consentirmos que os estrangeiros nos digam o que é melhor para nós;

De percebermos que este rectangulo jamais irá evoluir num sentido de estabilidade e riqueza.

 

Previsões pós-dérbi!

Amanhã vai ser um dia, no mínimo, estranho!

Os meus adversários de clube vão fugir de mim receosos que eu lhes diga alguma coisa sobre o jogo de hoje!

Eu, por outro lado, irei passar o dia a rir em silêncio dessas atitudes.

Os meus companheiros de clube estarão tão silenciosos quanto eu, gozando do mesmo prato!

Tudo num espírito de amizade e desportivismo.

Tal como eu entendo o futebol.

Tal como o futebol deveria ser!

E agora Jerónimo?

Assisti esta noite à entrevista que o líder do PCP deu a Judite de Sousa. De tudo retive uma ideia central: o PCP está entalado...

Tentarei então explicar a minha ideia:

1 - desde o famoso PREC (Período Revolucionário em curso) que adveu após o 25 de Abril e em que o PCP, muito mais organizado que o PS, tomou conta do País e comandou os destinos de Portugal até Mário Soares e Ramalho Eanes retirarem à força (25 de Novembro de 1975) o poder que o PCP havia conquistado sem eleições.

2 - Desde essa altura o Partido liderado na altura pelo carismático Álvaro Cunhal jamais perdoou ao PS a suposta traição e passou a ser seu inimigo fidagal. Mesmo que, por ironia do destino, anos mais tarde tivesse de dar o voto numa segunda volta a MS evitando que Freitas do Amaral (na altura mais centrista e democrático cristão) viesse a conquistar Belém.

3 - Pelos anos fora o Partido, actualmente liderado por Jerónimo de Sousa, sempre apontou as bateriasi ao seu inimigo número um. Fosse porque havia feito, fosse porque não havia feito... Daí a ideia de que o PCP existe como partido unicamente de protesto e sempre muito longe do arco da Governação.

4 - Porém os últimos resultados eleitorais trouxeram uma nova realidade política. E o PS encontra-se formalmente com o PCP no tal célebre dia 7 de Outubro. Não imagino o que terá sido dito nessa reunião mas não deverá ser dificil de adivinhar o seu conteúdo.

5 - Nesta entrevista Jerómino mostrou-se pouco à-vontade na eventual posição de acesso ao poder, deixando muitas perguntas que lhe foram formuladas sem resposta ou tentou derivar sempre para o mesmo tema que abrange a queda do actual governo

6 - Finalmente Jerónimo encontra-se barricado entre a posição de ter de dar apoio ao PS (que sempre atacou) mesmo que tenha de "esquecer" algumas das suas ideias centrais, ou faz parte do governo assumindo os respectivos custos políticos que lhe estão associados.

Nunca vi o lider do PCP fugir às questões como esta noite. Mais... A determinada altura quase deu a entender que estava a pedir desculpas ao PS pelos constantes ataques durante a campanha.

Temos assim um PS que negoceia de forma independente um acordo com os dois partidos da esquerda e um PCP muito desconfortável na posição de fiador de um futuro governo PS/BE.

O Dr. Álvaro Cunhal se fosse vivo não ficaria nada feliz, disso tenho acerteza!

Vale a pena a democracia?

"Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão" 

 

Quanto mais oiço e leio sobre a nova situação política criada com as eleições de 4 de Outubro mais dúvidas tenho sobre o que será melhor para o nosso país.

O PCP e o BE (não lhes chamo de esquerda porque considero esse conceito obsoleto!) que tanto criticaram durante a campanha eleitoral o PS, aceitam um programa de governo feito por António Costa, somente para derrubar a direita (mais um conceito sem sentido!).

A PaF considera que tendo ganho as eleições deve formar governo. Porém, como é sabido ganhou sem maioria parlamentar. A oposição requer assim o direito a governar com base na ideia de que o povo português maioritariamente votou contra esta coligação. Faz sentido!

PPC e PP ao invés avisam que, com um governo diferente, todos os esforços aplicados ao povo durante quatro anos esfumar-se-ão. Também é capaz de fazer sentido!

É aqui que pego no adágio popular e aplico à nossa sociedade política com evidentes alterações: Em parlamento onde não há consenso, todos ralham e ninguém faz governo.

O PR vê-se no fim da sua já longa carreira política com um intrincado dilema entre mãos. E ao ter indigitado PC para formar governo o PR não fez mais do que manda a Constituição. O problema virá no momento que cair a moção de censura no Parlamento e for aprovada por maioria...

A pergunta surge naturalmente: há maneira de resolver esta situação?

Penso que sim, mas para isso Cavaco teria de sair do seu pedestal presidêncial e descer à terra dos comuns mortais. Como? Chamando todos os líderes com assento parlamentar e colocá-los todos numa sala. E  só saíriam de lá quando houvesse uma solução governativa. Ponto.

Mas dirão alguns de vós que isso não seria muito democrático. Pois não é não! Mas pelo que percebo nem sempre a democracia conhece todas as soluções.

Não seria bom pensar nisso?

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