Há perto de trinta anos o meu bom pai ofereceu-me uma enorme garrafa de whisky. Para ser mais preciso a garrafa leva 4,5 litros de um genuíno líquido amarelo escocês.
Nessa altura eu estava enfermo com uma doença estranha que ninguém descobriu e que partiu tal e qual como apareceu, não sem antes me ter atirado para uma cama de hospital. O meu infante mais velho era, na altura, um bebé de poucos meses e foi nesse tempo de internamento que senti verdadeiramente o que era ser pai, pois tive umas saudades imensas daquela criança.
Quando regressei a casa encontrei a dita garrafa e em boa hora decidi não abri-la e guardá-la para a altura em que o meu filho viesse a casar.
Coloquei-a por isso no cimo de um móvel e lá foi ficando até... hoje.
Pois é retirei-a definitivamente do lugar onde morou por cerca de três dezenas de anos, para sábado cumprir a função que em tempos lhe reservei.
Agora na sala olho o topo de móvel e sinto-o triste, só...
A notícia de abertura do telejornal da RTP1 foi a divulgação pela NASAçççç de que haverá água salgada em Marte. Esta informação obrigou-me a algumas considerações. A saber:
Primeiro não percebo rigorosamente nada de Astrofísica para poder pôr em dúvida esta recente descoberta.
Segundo ainda gostava de perceber como sabe a NASA que a água é salgada? Terá provado?
Mas o mais importante é que tenho resposta para a grande questão formulada por aquela agência norte-americana e que é saber se há vida em Marte?
Pegando num velho silogismo filosófico podemos acrescentar: se há algures um slogan diz que água é vida e se há água em Marte, então há vida no planeta vermelho.
Vi, assim meio a correr, excertos do discurso improvisado do Papa Francisco em Filadélfia. Do pouco que assisti retive uma ideia expressada pelo Sumo Pontífice e que ia no sentido de que cada família tem uma cruz. Mas logo de seguida acrescentou que só com o amor da família é que os problemas se conseguem resolver.
Grande verdade.
Mas quem nesta nossa sociedade está disposto a fazer sacrifícios pela família? Poucos, muito poucos. Cada vez menos...
Porque aquela dá (muito) trabalho. E todos nós egoisticamente preferimos o descanço.
Desta vez nem me dou ao trabalho de ver e escutar a campanha eleitoral. Sei de antemão o me vão mentir (desculpem... dizer!) e portanto, ao não ver, ganho tempo para fazer coisas bem mais interessantes.
Não pretendo dizer com isto que não me interessa a política ou que não vou votar. É precisamente o contrário... Por achar que a política é ou devia ser, um exemplo de entrega a causas importantes e não a interesses meramente pessoais, é que deixei de ver a campanha eleitoral.
Votar é um dever do qual, como cidadão, não abdico. Mas sinceramentee deêm-me outras figuras, outras gentes, outros pensamentos. Isto é tudo tão igual, tão pobre que não dá gosto nenhum escutá-los, seja em que canal for.
Após a vaga de debates que se abateu sobre as televisões, sem grande esclarecimento é tempo das arruadas e comícios. Com os enganados do GES a tentarem boicotar os lideres partidários.
No fundo, no fundo tudo continua igual ao que sempre foi!
Há ideias que têm tudo para dar certo e dão errado, enquanto outras são precisamente ao contrário.
Paira no ar uma ideia quase real e para a qual fui convidado a contribuir. Com muito gosto e alegria!
Não vale a pena porem-se a adivinhar e a dar palpites que daqui não levam nada. Só escrevo estas palavras para vos alertar para a "bomba", eufemisticamente falando, que se aproxima.
E depois não digam que não vos avisei!
Como tem tudo para dar errado... vai dar certo, com toda a certeza.
Continuo com a minha saga dos relógios. Desta vez vou aqui apresentar uns pequenos aparelhos medidores de tempo mas que (quase) ninguém gosta. Eu incluído!
São os relógios despertadores, género de aparelho que já apresentei alguns mas estes não sendo muito peculiares foram aparecendo lá em casa quase sem saber.
A maioria nem trabalha. Mas ainda bem. nem imagino o que seria se todos pusessem a despertar ao mesmo tempo. Seja com for estes relógios fazem também parte do meu pequeno espólio e merecem serem divulgados aqui.
Eis o primeiro de ponteiro caído no fundo.
Este segundo é oval, também de ponteiro esmorecido na base, tem graça pelo seu design característicos dos anos 50 e 60.
O relógio seguinte é um dos poucos desta saga que trabalha (tenho é de lhe dar corda). Está um pouco desapertado mas ainda assim mantém com estoicismo a sua belíssima função.
Finalmente para terminar a visita de hoje apresento mais um despertador a trabalhar mas muito usado. Nunca percebi porquê mas tenho uma atração por este "menino". Paixões... quem as explica?
Costuma-se dizer lá para os meus lados: "Que o diabo nem sempre está atras da porta." Para quem não sabe, este adágio pretende dizer simplesmente que a vida não é só repleta de azares.
Durante as minhas merecidas férias recebi uma chamada no meu telemóvel de um número desconhecido. Irrita-me olimpicamente este tipo de telefonemas que geralmente não servem para dar nada, bem pelo contrário. Mas desta vez, quase sem saber bem porquê, atendi. Do outro lado uma voz masculina apresentou-se dizendo que vinha da minha operadora de telecomunicações e abriu um relambório de pequenas questões às quais respondi com sinceridade.
Finalmente apresentou uma nova proposta de tarifário com mais benesses e menos dinheiro a pagar. No fundo tudo se resumia a um desconto de 16 euros por mês. Aceitei e acedi que a chamada fosse gravada. Tudo normal!
No dia 1 de Setembro recebo uma mensagem a comunicar as alterações efectuadas e conferi com o equipamento as alterações.
Há mais ou menos duas semanas recebo no meu mail, a factura referente ao mês de Agosto e que deveria ser de igual valor das anteriores. Só que para grande surpresa minha o desconto de 16 euros sob o qual o meu tarifário passaria a vigorar fora já indevidamente aplicado à factura do mês.
Como só quero o que é meu, dou por mim a telefonar para a operadora a explicar o sucedido. Quem me atendeu ficou espantado com a minha conversa. Mais ou menos nestes termos:
- ...
- Em que posso ser útil?
- Chamo-me... e tenho aqui à minha frente uma factura a cobrar-me menos 16 euros que o devido.
- E quer fazer uma reclamação para pagar mais?
- Só pretendo saber porque é que, em vez dos 31 euros que estavam contratados até ao final do mês de Agosto, eu vou pagar somente 15 euros.
Atrapalhado o jovem (pareceu-me jovem, pela voz) lá foi desbobinando a conversa de uma reclamação.
Duas semanas após este último diálogo recebo uma nova chamada da operadora com uma senhora que me pareceu bem mais velha e serena, a explicar-me que na altura da contratação dos novos serviços e tarifários colocaram o desconto que foi logo aplicado na semana seguinte aquando da emissão da factura.
Escarecido, desliguei mas fiquei a pensar nos últimos momentos. E ter-se-á feito luz...
A operadora terá preferido perder o dinheiro do desconto a ter que refazer tudo para trás. E obviamente que teria de o fazer para todos os clientes nas mesmas condições...
Olho para os meus pais já idosos e pergunto a mim mesmo, se na minha velhice serei assim? Eu sei que a idade tudo traz: o esquecimento, o desleixo, a vontade de sossegar, a impaciência... um ror de coisas menos boas! E a juntar a tudo isto... menos saúde.
Por isso e tendo em conta que também caminho para lá (a velhice), tento já engendrar uma forma de evitar tais sensações. E uma das coisas é percebermos rapidamente que não justifica rodear-mo-nos de coisas inúteis e que só nos enchem a casa, a maioria das vezes sem qualquer proveito.
O meu faleciddo sogro, um homem bom e muito sábio, sempre que lhe perguntávamos se podíamos deitar algo fora ele dizia que não, sempre com a mesma resposta:
- Pode ser preciso para qualquer coisa...
E a verdade que muitas vezes recorriamos àquilo que pensávamos ser inútil.
Entendo que os mais velhos, quase todos habituados na sua juventude a ter pouco, plasmem ainda hoje esses sentimentos de poupança no seu dia a dia. É normal que assim seja.
Por isso tento desfazer-me dessa mesma matriz e tento, serenamente, conceber uma outra onde eu, na minha velhice, possa ser feliz tendo o menos possível. Sei que parece um paradoxo mas na realidade quanto mais temos menos somos.
Como já disse, nem sei onde, a felicidade é algo que não se compra nem vende. Simplesmente se conquista!