Em Portugal e em alguma da Europa mediterrânea a vitória da esquerda radical na Grécia é tida como uma vitória dentro de portas. Todos os partidos de esquerda ou centro esquerda e eurocépticos querem colar-se a a toda a força a esta vitória. Em Espanha o partido "Podemos" parece outrossim estar sentenciado a um destes dias ser governo. Assim votem os espanhóis.
Em Portugal, curiosamente António Costa desviou-se dos camaradas do PASOK helénico e anda muito entusiasmado com a actual "coragem" grega.
Mas é aqui que as coisas parecem mudar de figura. A Grécia está definitivamente falida. Não tem dinheiro e não terá qualquer crédito no futuro se teimar em não querer pagar o que deve. Mas o actual ministro da economia grego já veio dizer que a Grécia quer respeitar os compromissos assumidos, no entanto em moldes diferentes daqueles que foram anteriormente acordados.
Que quererá isto dizer então? Que o PM helénico Alexis Tsipras dá o dito por não dito e inflecte a 180 graus naquela sua ideia de não pagar e abolir a austeridade? Parece-me bem que sim, pois pelo que tenho vindo a perceber há um eventual recuo no radicalismo do PM grego, tentando para já agradar curiosamente a gregos e a troianos.
Não imagino o que o futuro lhes reservará com estas atitudes, algumas extremistas outras nem tanto, mas a Europa jamais olhará para os actuais políticos gregos da mesma forma que olhou para os seus antecessores.
A exemplo do que faz o Sapo aqui e o blogue Delito de Opinião também aqui, achei por bem fazer um destaque de textos que vou lendo e que gosto e que a Sapo não considerou relevante.
Começo assim por um tema que está, infelizmente, na "ordem do dia" e que se prende com a violência doméstica, cada vez mais um flagelo nacional, sem fim à vista.
Paralelamente à caneta de tinta permanente, há um velhinho gravador de bobines que sempre me acompanhou. O meu pai (sempre ele!) trouxe-o também de África, mais propriamente de Cabo Verde, nos anos sessenta. Desde essa altura o TK146, foi um companheiro inseparável. Nele ouvi horas de infindável boa música. Desde a clássica, à pop e até mornas, tudo ali foi escutado com imenso cuidado e prazer. De tal forma que algumas das fitas magnéticas acabaram por se partir de tanto uso.
Este aparelho, era para mim naquele tempo, algo muito à frente... Tinha a hipótese de ser portátil mas o seu peso era um tanto exagerado. Talvez por isso o gravador nunca foi grande viajante.
Hoje repousa junto a alguns outros da sua laia, no sotão da minha casa. Um espaço amplo e aberto que visito com frequência.
O Inverno nem tem sido assaz rigoroso. Uma chuva aqui, outra ali mas nada como o ano passado. Apenas o frio!
Então porque será que as ruas e avenidas da capital portuguesa estão uma lástima?
Consigo de vez em quando encontrar um pouco de estrada boa num buraco. Mas está cada vez mais difícil.
E passo à verdadeira questão que aqui me trouxe: será que vai ser desta mesma maneira que o Doutor António Costa vai deixar um dia o nosso país?
Tenho consciência que foi necessário poupar (e muito) nas despesas da Câmara, mas o actual estado das ruas de Lisboa é catastrófico. Isto é, corta-se no arranjo das estradas para eu gastar mais no arranjo dos pneus... e das jantes.
Como disse o Vasco Santana no celebérrimo Pátio das Cantigas: "compreenditi"
Ainda não entendi a alegria desmesurada dos nossos partidos de esquerda, no que se refere à vitória eleitoral do Syrisa na Grécia. Das duas, uma: ou os nossos políticos pretendem a toda a força uma falência total do país com as respectivas consequências económicas mas acima de tudo sociais ou então não percebem rigorosamente nada de política económica.
Se um país como o nosso não cria riqueza suficiente para pagar o que gasta, como pode alguém, de ânimo leve, dizer que tudo se resolve cortando as amarras à União Europeia, da mesma forma que a Grécia pretende fazer, deixando de honrar compromissos? E depois onde se vai buscar o dinheiro para pagar os salários da Função Pública, as pensões, os subsídios de desemprego e de reinserção social? Os países ricos são-no porque não esbanjam… ao contrário desta Europa mediterrânea pouco disposta a grandes sacrifícios… e a muuuuuitos gastos.
Por seu lado o povo grego acredita que tudo vai mudar para melhor, renegociando dívidas ou mesmo olvidando-as. O problema é que se o fizer, o futuro primeiro-ministro grego vai ter um sério problema de liquidez. E aquilo que poderia ter sido uma solução passa a ser um gravíssimo problema para o próprio país e para toda a Europa.
Nisto das economias não há verdadeiros milagres!
E a esquerda europeia, por muito que queira e deseje, não pode “fazer de Tsipras, coração”.
Foi-me oferecida pelo meu pai quando este lutava em África para que na Metrópole, eu e a minha mãe, tivéssemos uma vida melhor. Chegou via Cruz Vermelha.
Nessa altura vieram duas, uma para mim, outra para a minha mãe. E o que mais me espantou foi perceber como o meu nome vinha lá gravado.
Falo da minha primeira caneta de tinta permanente. Com ela fiz as diversas provas na primária. E mais tarde os testes no preparatório e finalmente no Liceu onde foi naturalmente substituída pelas esferográficas.
Anos mais tarde numas arrumações encontrei-a no meio de muita papelada. Nasceu uma saudade e recomecei a usá-la. Mas voltou a desaparecer e a cair no esquecimento. Até agora.
Cúmplice das minhas boas e más notas escolares ainda assim foi-me sempre fiel e nunca me deixou ficar mal. Tinha é que ter um tinteiro sempre à mão.
E foi com ela, com toda a certeza, que escrevi as primeiras palavras. Só tenho que lhe agradecer!
Hoje sem saber porquê lembrei-me da minha velhinha máquina de escrever.
Sim, sim esta mesma que aparece na imagem e ilustra este espaço. Sei que jamais lá escreverei alguma coisa, mas durante muitos anos ela foi a minha grande confidente.
Hoje mora num sótão de memórias junto a muitos outros papéis com nacos de prosas e poesias, todas elas sem grande ou nenhuma qualidade. Mas independentemente disso aquela “Hermes 2000” que me foi oferecida pelo meu pai, é ainda uma amiga... discreta e silenciosa todavia sempre presente. Nunca avariou e se neste momento lá chegasse com uma folha certamente estaria pronta a trabalhar.
Nela passei a limpo alguns dos meus primeiros escritos, que mais tarde seriam publicados em diversos jornais. Nela escrevi as lágrimas de tristeza e de alegria que fui acomodando. Nela relatei o que o meu pensamento tinha para dizer.
Tenho saudades desse tempo. Do barulho característico ao lançar as letras contra a folha de papel, de sentir as ideias a tomarem forma, do som da campainha quando chegava ao fim da margem, da folha quando saía do rolo…
Pois é, tenho (muitas) saudades da minha máquina de escrever. Curiosamente não tenho qualquer sentimento pelo meu primeiro portátil…
Começo a ver na fila demasiados nomes para presidenciáveis.
Alguns já eram mais ou menos conhecidos e aceites por todos. Caso de António Guterres ou Marcelo Rebelo de Sousa. Agora surgem um ror de outros políticos também eles com a ideia de chegarem ao palácio de Belém, nas próximas eleições. E já nem falo dos candidatos que a esquerda sempre apresenta para… perderem.
Para além dos dois que já referi, li que António Vitorino ou António Sampaio da Nóvoa por parte do PS, Rui Rio e Pedro Santana Lopes por parte dos partidos do governo podem também avançar.
Mas há algo que alguns se esqueceram. O lugar mais alto da Nação deve ser ocupado por alguém com postura de estadista. Ora se olharmos bem para os eventuais candidatos só o antigo primeiro-ministro socialista tem esse perfil. Todavia “cheira-me” que os seus desejos não se limitam a este rectângulo à beira mar plantado e prefere o lugar de Secretário Geral da ONU.
E o problema reside aqui. Se Guterres não avançar o PS vai ter algumas dificuldades em impor um candidato à esquerda, que facilmente aceitaria o Engenheiro como a cara duma mudança que se pretende efectiva e responsável.
O que equivale dizer que este ano de 2015 vai ser um bico-de-obra para todos os partidos. O actual governo já se está a imaginar fora disto tudo e sentado calmamente no hemiciclo de S. Bento a gozar com as asneiras do PS. Este com António Costa à cabeça, que não descola para a maioria, vai tentar fazer tudo para se manter em funções o mais tempo possível. E entretanto logo no início de 2016 temos as tais presidenciais.