Diz o brasileiro que “o passado está no museu”. Não subscrevendo inteiramente esta máxima do nosso país irmão, direi que entendo a ideia.
Na verdade o passado só serve para duas coisas mais ou menos essenciais: recordar os bons momentos vividos e aprender com os erros cometidos.
Porque de outra forma para que serviria o passado?
Pegando nesta última pergunta pode-se então lançar o futuro. Este é que é realmente importante. O passado é imutável, o futuro não…
Deste modo, olho em meu redor e tento duma forma lógica, serena e lúcida perspectivar o meu pobre futuro. Mas será que consigo ver para além do que a minha vista alcança? E vista aqui não tem o sentido da visão mas somente uma mera tentativa de perceber o que me está reservado.
Olvidando desde já todos os casos fortuitos a que estarei sempre sujeito só porque existo, há muita coisa que posso desejar para o próximo ano:
1 - Desde já a continuação da minha saúde. Com uma dor aqui e outra ali acordo sempre feliz por estar de pé uma vez mais;
2 - Depois o trabalho também é deveras importante. Tenho algumas despesas e convém ter com que as pagar;
3 – Continuar a manter esta disposição de miúdo traquina e sempre insatisfeito, pois como diz o povo “tristezas não pagam dívidas”;
4 – Gostaria muito que este país tomasse outro rumo. É tempo de se olhar o horizonte e ter a certeza de que o pior já passou (já terá mesmo passado?);
5 – Adoraria que a minha escrita fizesse sentido para alguém. Será que algum dia fará?;
6 – Desejo que todos os que me rodeiam e conhecem tenham um ano formidável. A imensa família, amigos chegados, os mais distantes, os da escrita (BB e PauloVasco icluídos), os do futebol… todos sem excepção.
7 - A quem não me conhece mas que aqui vem simpaticamente repousar a vista e comentários também desejo um ano de 2015 repleto de (fantástaicas) vivências. Porque viver é uma coisa extraordinária
8 - E por fim que Deus, que até agora tem velado por mim, o continue a fazer, para que eu possa ser seu verdadeiro testemunho de fé!
Detesto ser desinformado. Ou melhor odeio que divulguem acontecimentos (bons ou maus) fazendo-me crer que são verdade quando não o são!
Abomino que manipulem qualquer notícia a seu belprazer sem olhar às respectivas consequências.
É por estas e outras razões que não compro jornais nem oiço ou vejo telejornais. Mais de 90% das noticias estão eivadas de erros seja dos próprios factos seja da interpretação dos mesmos.
Sei que há uma autoridade, a ERC, que devia chamar à atenção dos diversos meios de comunicação social para não só a forma como a notícia é apresentada mas acima de tudo para a verdade dos acontecimentos.
O poder das televisões e da internet é cada vez maior. Usar esse poder para informar, esclarecer, divulgar ou ensinar é meritório. Todavia o seu contrário parece-me seriamente desajustado e muito, muito perigoso.
Não tenho por hábito fazer análises aos acontecimentos dos anos que vão terminando. Já escrevi algures que a mudança de ano não obriga forçosamente a mudança de atitude. Nenhum de nós muda radicalmente quando passa de um mês para outro e no fim de contas mudar de 2014 para 2015 também é mudar de mês.
Mas desta vez vou ter de quebrar esta regra já que em 2014 houve demasiados acontecimentos dignos de monta. A começar pela morte do Rei Eusébio logo no dealbar do ano. E eu que até sou so Sporting ergui em devido tempo o meu chapéu a um grande atleta.
Mas esta foi talvez a notícia menos bombástica. Seguir-se-ia a derrota dos partidos do Governo nas eleições Europeias à custa de um vitória pouco expressiva do PS. Situação que gerou a queda de António José Seguro e a ascenção quase meteórica de António Costa, apoiada pelos históricos do partido do Largo do Rato.
Mas o Verão seria quente, muito quente. Para já realço a (impensável) queda do império Espírito Santo liderado durante muitos anos por Ricardo Salgado.
Um acontecimento que abalou toda a estrutura financeira do país com as consequentes trocas de acusações. Expurgada ao que se pensa do mal que derreteu aquele grupo financeiro, logo foi criada uma nova instituição com novo nome e albergando o que de bom havia no BES (clientes e créditos).
Todavia para o final deste ano estava guardado o caso mais mediático: a prisão do antigo primeiro ministro José Sócrates. Suspeito de corrupção e branqueamento de capitais, entre outras acusações, Portugal acordou assim para uma realidade para a qual provavelmente não estaria habituado: que os políticos também se abatem
Para além de José Socrates, o antigo deputado Duarte Lima viu confirmada a sua sentença de 10 anos de prisão.
E ainda estamos a dia 27...
Finalmente o que mais me agradou neste ano de 2014 foi a minha ligação a BataeBatom e ao Paulo Vasco para uma parceria de escrita que tem tudo para ser um sucesso. Aqui.
Uns porque partem definitivamente, outros porque têm novos destinos na vida. Faz parte!
Mas hoje senti-lhe a falta! Aquele lugar ao meu lado estava... vazio! Mas amanhã já estarei com ele e com quem decidiu partilhar a sua vida.
O Natal tem também destes momentos quase cruéis, não de solidão, mas de uma ausência (muito) notada.
Esta quadra festiva é tão especial que qualquer gesto, qualquer palavra tem obrigatoriamente um significado mais intenso e marcante, mesmo que nada tenhamos dito e feito para tal.
Gosto do Natal não pelas prendas mas pelas crenças. Acreditar que podemos fazer um mundo melhor, nem que seja por breves instantes, sabe sempre bem.
Finalmente desejo a todos os que me lêem, gostando ou não do que escrevo, um Santo e Feliz Natal. E que a singeleza do menino nas palhas deitado, não seja só uma imagem mas uma tatuagem na alma de todos nós. ELE foi um exemplo. Sejamos nós também a continuação desse mesmo exemplo.
Seria talvez a última das figuras do Woodstock de 1969. E a sua voz era naturalmente inconfundível: pujante, quente, melodiosa como poucas.
Joe Cocker partiu hoje aos 70 anos de idade vítima de cancro num pulmão.
Desaparece assim alguém que aprendi a ouvir com grande respeito e muita admiração. Quando oiço um dos seus discos é como retrocedesse vinte anos. E não era só a música mas essencialmente a forma como Cocker cantava cada canção. Um estilo muito próprio mas que me dizia... tudo!
Deixo então aqui uma singela homenagem a este cantor inglês que tantas e tantas vezes me acompanhou em boémias noites.
Esteja lá onde estiver só posso dizer: Obrigado Joe por tudo aquilo que me deste!
A notícia tem preenchido os jornais televisivos: na Austrália uma mulher matou sete filhos e uma sobrinha.
Duma forma lógica e distante é forçoso perguntar: que levou aquela mulher a cometer tamanha atrocidade? Esta questão poderá, quiçá, ter ainda assim muitas respostas. Talvez em demasia. Mas nada, repito nada justifica tal hediondo crime.
O mundo mudou muito é certo! Já nada é tido como verdadeiro e os factos são quase sempre interpretados à luz das (nossas) convicções, sejam elas políticas, sociais ou religiosas. As novas sociedades alimentam-se assim, deste tipo de desgraças alheias, tentando com elas criar e justificar alguns dos extremismos que depois curiosamente terminam… nestas tragédias. Parece uma teoria um tanto redonda mas é a minha (triste) sensação.
Nos novos mundos, modernos e plenamente evoluídos, os valores humanistas foram há muito subtraídos, desgastados, olvidados. E a maioria das vezes em nome de ideologias fantásticas e muito apelativas mas obviamente pouco coerentes com o mundo real.
O nosso mundo está virado completamente do avesso. E infelizmente não é só no ambiente! Antes fosse...
Não se assustem que a tróica que falo no título nada tem a ver com aquela que "aterrou" (mal) nas vidas dos portugueses.
Esta é uma nova ideia de três amigos que partilham o mesmo gosto pela escrita.
A Três Mãos dedicar-se-á em quase exclusividade à ficção criativa. Poderá, como é normal nestas coisas, desviar-se aqui ou ali do foco principal. Mas faz parte da vida!
Gostaria no entanto de vos ver por lá. A ler, comentar, dizer mal.
Após dois dias de trânsito caótico em Lisboa por causa das constantes greves, creio que hoje sexta feira, o dia será bem melhor. Mas isto sou eu a desejar uma coisa, mais que a prever.
Vinha esta tarde a caminho de casa no meu carro, a passo lento, quando ouvi no noticiário que a entidade que regula as auto-estradas portuguesas, tendo em conta os níveis de inflação para 2014, não tenciona aumentar as portagens em 2015. Até aqui parece uma notícia boa... O problema veio a seguir quando a radialista afirmou ao mesmo microfone que a taxa de inflação para 2014 em Portugal seria de... -0,12 %. Isto é, uma deflacção.
Os meus alarmes internos soaram todos. E dei por mim a pensar que se a inflação fosse um por cento a mesma entidade levaria em linha de conta esta percentagem e aumentaria as portagens justificando com a tal hipotética subida da inflação. Mas como esta desceu, isso não deveria levar outrossim à queda dos preços, mesmo que fossse mui pequena?
Siceramente o nosso país não é para pessoas inteligentes... mas somente para alguns espertos!
Detesto espectáculo gratuito. Mas a gratuitidade que falo não é aquela em que podemos ver um teatro sem pagar mas a forma como as televisões transmitem as notícias.
Nos últimos tempos a detenção de José Sócrates, ex-primeiro ministro de Portugal, trouxe à ribalta o pior que tem as televisões: a mediatização estúpida dos acontecimentos.
Justa ou injustamente detido, o antigo lider do PS é neste momento o preso nº 44 de um estabelecimento prisional. A aguardar o que a justiça tem para lhe perguntar ou decidir. Não mais do que isso.
Como detido terá direito a visitas de amigos e familiares...
E é aqui que bate toda a imbecilidade das televisões e jornais: qualquer visita que apareça em Évora é levada ao extremo de perguntas. Todos querem saber o porquê da visita, o que disse o JS, como se sente, o que pensa, quantos vezes foi ao WC...
Parece-me que é tempo de se dissipar, de uma vez por todas, esta exacerbada euforia. Não basta já a condenação de JS por parte da opinião pública?
Parece-me que mesmo em democracia nem tudo deveria ser legítimo. O exagero da (má) informação é um deles!
Acreditem que cada vez percebo menos desta estória do BES. AInda esta semana li num diário de economia que o banco dirigido por Ricardo Salgado fez também um donativo à Festa do Avante. Não obstante a resposta negativa daquele veículo de informação do Partido Comunista Português, fica a ideia de que o Banco Espírito Santo era o Banco do regime.
É verdade que havia e há a Caixa Geral de Depósitos ou o Banco de Portugal ambos ainda detidos na sua maioria - caso da CGD - e na sua totalidade - BdP - pelo Estado Português. Mas ainda assim nunca foram as entidades deste novo regime. Parece que a candidatura do actual PR foi outrossim brindada com alguns donativos.
Se juntarmos a tudo isto os clubes de futebol, Câmaras e outras entidades públicas percebemos porque não se deixou cair esta instituição. E se calhar bem...
Mas o que me apoquenta é a forma como televisões exploram até ao tutano estas informações como se o país fossem apenas bancos, banqueiros e seus clientes.
Deixem a justiça fazer o seu trabalho e no final façamos todos as nossas contas. Basta por agora de tanta conversa e sarilho!