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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Esta noite...

... esfumou-se o sonho de José Mourinho de encontrar o Real Madrid na Final da Liga dos Campeões, a realizar no próximo dia 24 de Maio, em Lisboa.

 

Derrotado em sua própria casa, tal como ontem o Bayern, Mourinho tem agora a Premiere League como única preocupação. E mesmo assim já não depende só da equipa dele.

 

A capital portuguesa pode assim iniciar os preparativos para uma invasão de castelhanos. Surpresa, surpresa não é a derrota do Chelsea mas sim a fantástica vitória do Atlético.

 

O adversário do FCPorto na fase de grupos é, sem margem para dúvidas, o grande "outsider" desta final. Ninguém, nem os adeptos colchoneros mais ferverosos imaginariam esta final inédita.

 

Tanto para o Real como para o Atlético o céu é agora o limite!

 

Invasão espanhola?

Quem diria que o Real Madrid faria da visita a Munique um passeio? Provavelmente nem os mais optimistas.

 

Falta apenas saber se José Mourinho consegue contrariar a equipa de Simione ou teremos no próximo mês uma invasão castelhana à capital portuguesa. 

 

O futebol tem destas coisas... estranhas e bizarras. Não é obviamente uma ciência exacta! E ainda bem!

 

Mas sinceramente preferia o Chelsea a 24 de Maio contra Ronaldo.

 

Do mundo o melhor  treinador contra o melhor jogador.

 

Humm... já sinto água na boca!

E se não tivesse existido o 25 de Abril?

Grande parte da população portuguesa já não se lembra ou puramente não assistiu ao 25 de Abril de 1974. Os que tem entre 40 e 45 anos ou menos só sabem o que foi a Revolução dos Cravos através dos livros de História que estudaram ou através de algum testemunho familiar.

A liberdade ou a falta dela nunca atingiu esta geração, assumindo sempre que a democracia é (foi) o estado normal deste país. Porém nem sempre foi assim. Durante mais de uma geração Portugal viveu debaixo de uma ditadura que não trouxe qualquer desenvolvimento. Lançou-se este país numa guerra claramente perdida desde o seu dealbar apenas porque não pretendíamos abdicar do que pensámos ser só nosso. Erro estratégico que matou milhares de soldados portugueses, destruiu lares e deixou marcas profundas em muitos dos que regressaram e que ainda hoje se podem observar através do denominado stress pós-guerra.

Dou assim por mim muitas vezes a pensar e a perguntar ao  vento: e se o 25 de Abril não tivesse existido? Como estaria este país?

Ninguém em seu perfeito juízo saberá com toda a certeza responder as estas questões. Poder-se-á especular, pegar em exemplos e provar por A mais B o que sucederia se a Revolução dos Cravos não tivesse existido. Mas creio que Portugal nunca esteve realmente preparado para viver em democracia. Somos demasiados ambiciosos mas pouco empreendedores. Achamos que temos direito a tudo e nenhum dever. Consideramos que somos mais espertos que os demais povos porque sabemos fugir aos impostos.

Odiamos a corrupção quando esta beneficia o vizinho mas quando somos nós os vizados ficamos calados. A velha máxima tão pateticamente lusa: “A  galinha da minha vizinha é melhor que a minha…”

Tentou-se a seguir à queda do regime de Marcelo Caetano virar este rectângulo para uma esquerda radical à moda de Cuba de Fidel (mais ligado ao bloco soviético) ou da Albânia de Enver Hoxna (um maoista empedernido). Todavia alguns militares reverteram algumas destas opções partidárias e passámos a viver numa democracia representativa.

Hoje quarenta anos depois sinto que se poderia (e devia9 ter ido mais (muito) longe no que respeita a reformas estruturais. O problema é que na cabeça de cada luso há uma ideia diferente para cada situação. E todos acham que a sua ideia é melhor que a dos outros.

As minhas escolhas para a CL e não só!

A Liga portuguesa está decidida no que diz respeito aos lugares cimeiros. O Benfica foi campeão com competência, o Sporting ficou em segundo com muito, muito mérito e o Porto em 3º por demérito próprio. Falta portanto saber quem desce ou quem permanece na 1ª liga.

 

É tempo de começar a pensar na próxima época e o que se pretende para ela. A CL (Champions League) é naturalmente a montra máxima do futebol europeu, quiçá mundial. Só lá entra quem demonstrar mérito para tal. E o Sporting apresentou durante toda a época, não obstantes alguns (estranhos!!) desaires, valor para ingressar no lote das melhores equipas europeias. Tenho natural consciência de que com o actual orçamento dificilmente passaremos à segunda ronda. Mas como diria alguém ligado ao futebol: no final é que se fazem as contas.

 

Posto isto, apresento aqui algumas das minhas preferências quanto a equipas a defrontarem o Sporting, na fase de grupos. Em primeiro lugar preferia ter o Chelsea de José Mourinho. Para além do Real Sociedad em Espanha, gosto especialmente do Chelsea. Apreciaria também ver no grupo do Sporting uma equipa francesa. Mas nada de equipas alemãs, turcas ou gregas. Podem ser muita boas (e serão garantidamenrte), mas pouco apetecívéis.

 

E se eventualmente não for a equipa de Londres pode ser o Real Madrid. Sempre poderia (re)ver Cristiano Ronaldo em Alvalade. Entretanto há que (re)começar a preparar a próxima liga. Convinha que saíssem poucos jogadores e entrassem apenas os necessários a darem garantias da mesma qualidade de jogo deste ano.

 

A Academia continua a ser um bom fornecedor de talentos. Há que saber aproveitá-los! E Leonardo Jardim parece ter sensibilidade para tal!

 

 

 

Também pode ler-se aqui

Deuscidências de peregrino!

Para peregrinar não basta caminhar. É acima de tudo necessário acreditar.

 

O caminho faz-se à luz de uma vontade e de um desejo. Vontade de estar mais perto de Deus e o desejo de sermos cada dia, cada instante, testemunhos vivos da fé de Cristo.

 

Por isso aceito a ideia de que nos trilhos que já percorri até Fátima não há coincidências. Mas Deuscidências (obrigado Sara pela dica!!!).

Parece ser esta uma palavra estranha, inusual, quiçá mesmo perturbadora. Mas incrivelmente real!

 

Recordo bem a minha primeira peregrinação. E das que se seguiram. O que eu sofri fisicamente, como me senti à noite, completamente extenuado.

 

Mas regresso sempre olvidando antigos sofrimentos, e ciente que vou sofrer uma vez mais. Não importa! Não sei porque peregrino, mas Deus sabe.

Este ano mais uma vez no penúltimo dia Deus entrou no meu coração e limpou-me as manchas que lá se encontravam, vai para demasiado tempo. A chegar ao Covão do Feto a rezar a Via-Sacra, uma passagem num texto na 5ª estação fez-me sentir tão pequeno, tão insignificante. Aquelas palavras agitaram o meu espírito que a partir daí jamais fui o mesmo. Não fora apenas uma coincidência mas uma Deuscidência.

 

Tal como em 2011 quando em Ribafria o café caiu no chão e deixou a imagem que a foto abaixo apresenta. Mais uma das muitas Deuscidências destes caminhos.

 

Mas apesar do sofrimento passado sei que regresso, uma vez mais, ao regaço de Virgem Maria para nela depositar as minhas tristezas e as minhas amarguras.

 

Cinco dias, cinco bolhas...

...Não, não são essas.

Porque dessas também tive duas!

 

Falo das bolhas de fé que nestes últimos três dias foram apresentadas a 86 peregrinos. Mas comecemos pelo princípio:

 

Dia 1 - A riqueza dum cubo de gelo

 

Começamos cedo, como sempre. Após a eucaristia madrugadora fizemo-nos ao caminho em passo despachado. Primeira paragem em D. Maria para junção em comunidades. A mim calhou-me Maria Goretti uma santa do século XX. Mas foi na Malveira após o almoço que obtivemos a primeira grande bolha de fé. O Padre Jorge Anselmo depositou na mão de um dos peregrinos um cubo de gelo, significando este a riqueza de cada um. Ainda atravessávamos a povoação saloia e já a maioria dos peregrinos se encontrava pobre. A riqueza esvaíra-se por entre as mãos. Estávamos agora mais abertos para receber todos as dávidas que Deus reservava para nós. Desaparecera a riqueza física, restara a espiritual.

 

Dia 2 - A (in)justiça do vazio

 

Após uma noite mal dormida, eis que regressamos ao caminho. a manhã parece fria mas o caminhar aquece-nos. A igreja de S.Quintino surge imponente no cimo da colina. Rezam-se laudes num ambiente que convida á meditação e à interioridade. Partimos para Chã onde um segundo pequeno-almoço nos aguarda. Café à moda antiga, leite e tantas, tantas iguarias. Após a oração do Angelus eis que surge a injustiça do dia. A todos peregrinos foi entregue somente um invólucro de um qualquer chocolate enquanto os jovens da organização se deliciavam com chocolates verdadeiros. Um exemplo que pode ser a nossa vida do dia-a-dia.

 

Dia 3 - Um coração manchado

 

A atapa sabia-se longa e muito complicada. Após laudes em pleno eucaliptal partimos para Tagarro onde após reforço foi atribuído um pequeno coração de papel riscado por uma criança, simbolizando cada risco, cada mancha as nossas mágoas e as nossas tristezas. O caminho longo, longo até Asseiceira trouxe-nos o silêncio. Era preciso apagar as manchas, os traços dos nossos corações. A borracha estava também lá mas estaria a coragem para o fazer? A tarde trouxe-nos o terço, rezado em comunidades, e a missa. Neste fim de dia uma mui grande surpresa: o Rodrigo Sarmento veio ao nosso encontro. As saudades desmanchadas naquele abraço amigo e caloroso. Como gostei de te ver amigo...

A noite deu-nos a adoração do Santíssimo. Momentos únicos a terminar um dia cheio, cheio.

 

Dia 4 - A Cruz como exemplo

 

Partimos de Rio Maior bem cedo. As fráguas ficavam a uns meros nove quilómetros de distância. Nada para quem já tinha andado quase cem. Nesta povoação leram-se as laudes e após o café regressou-se à estrada movimentada. Fiquei para trás para uma conversa a sós com o Padre Jorge. Um catequista permanente, uma força da natureza, um exemplo de vida na entrega completa aos outros, dando assim forma à obra de Deus. Um contratempo devido às abelhas não esmoreceu o grupo que entrou na igreja de Monsanto pronto para ouvir a palavra de Deus. Mas ainda havia muito para caminhar e acima de tudo para sentir. A Via Sacra rezada no caminho para o Covão do Feto foi demasiado profunda. Não consegui evitar que as lágrimas corressem em torrentes. Textos belíssimos que tocaram todos os pergrinos. O fim da noite trouxe-nos a Adoração da Cruz. A Cruz que nos salva e que Cristo carregou para nos salvar. E cada um naquele instante por entre lágrimas sentidas adorou a sua cruz e aceitou carrega-lá como Cristo o havia feito. As canções serenas e apelativas ajudavam-nos a perceber melhor o testemunho de Jesus, naquela caminhada para o Calvário.

 

Dia 5 - Chegada ao regaço da Mãe Santíssima

 

Último dia. O desejo de chegar a Fátima era tão grande que a primeira subida da serra logo pela manhã fez-se sem problemas de maior. No Covão de Coelho rezámos laudes e recebemos o carimbo da fé. Mais à frente o silêncio até quase ao almoço. Após um belo repasto partimos na nossa última etapa até à Cova da Iria. Entrámos no santuário todos juntos a rezar o terço. Na Capelinha das Aparições apagaram-se as últimas manchas dos nossas corações. As lágrimas choradas naqueles instantes lavaram o que ainda havia de triste nas nossas almas. Instantes maravilhosos para quem vive na fé de Cristo e de Sua Mãe Santíssima. Seguiu-se a missa com muitos depoimentos de Peregrinos e o agradecimento sincero à Virgem Maria por nos ter sempre acompanhado. A festa final foi bonita... Porque é necessário ter coragem para se ser feliz! 

 

 

Finalmente

 

Um agradecimento sincero a quem neste caminho me aturou:

 

À minha mulher,

ao Luís Costa,

à Sara Gomes,

à Mafalda Martins (não fui que te ajudei, foste tu que me ajudaste, acredita!),

ao João Gaspar,

ao Edgar que era da minha comunidade e restante organização,

ao Padre Jorge pela paciência.

 

E obviamente aos restantes peregrinos.

 

Nota Final

 

Este texto foi iniciado no dia 16 à noite, mas só hoje tive a Coragem da Felicidade de o terminar.

Eis-me aqui...

... de regresso após 5 dias a peregrinar até Fátima.

 

Cinco dias que pareceram cinco horas.

 

A todos quantos lograram comigo caminhar o meu mais profundo bem-hajam.

 

Vocês foram todos maravilhosos...

 

A gente vê-se por aí!

Quase, quase...

... de abalada.

 

Os sacos estão prontos. A ansiedade começa a dar os primeiros sinais. É sempre assim!

 

Pois é, lá vou eu uma vez mais por-me a caminho até Fátima. Uma viagem naturalmente muito dura mas ao mesmo tempo demasiado importante para ser desperdiçada.

 

Esta será a nona vez que faço esta caminhada (a oitava seguida!).

 

Há, no entanto, quem me pergunte: porquê?

 

E eu respondo invariavelmente: porque não?

 

Num mundo onde os bens materiais tomaram o lugar infelizmente das pessoas (telemóveis, Ipad's, portáteis, etc.), abdicar de todos os bens e confortos em prol de uma fé, de uma ideia, de um sentido para os dias futuros parece-me ser muito mais importante que qualquer periférico digital, mudo, frio e insensível.

 

Assim, cada passo, cada quilómetro, cada etapa são feitos com profundo sentido cristão. Os outros que nos rodeiam estão sempre primeiro. Ajudar os que mais sofrem, os que sentem mais dores e têm menos coragem é por assim dizer o meu sortilégio.

 

Se tudo correr bem quarta feira já cá estarei! Obviamente cansado... mas naturalmente feliz!

 

E isso é o que importa, não é?

 

 

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