A ideia, ainda que idiota, de que a valorização de vida de cada um de nós devia ser tomada em linha de conta para se obter notas nalgumas cadeiras, em determinados cursos superiores, parece assim à primeira vista, de uma insensatez a toda a prova.
Dei por mim, esta tarde, a pensar no que o senhor Ministro Miguel Relvas tem de aguentar, agora que chegou a governante, dos jornalistas. Não há nada na vida daquele senhor que não seja totalmente escrutinado e observado à lupa, nos dias de hoje.
Não quero com isto dizer que estou de acordo com o que fez o senhor Ministro, bem pelo contrário, mas… (Nestas coisas há sempre uma conjunção a estragar uma ideia simples). Mas, pergunto eu, a quem de repente interessa(m) o(s) caso(s) Relvas? Bom… visto assim com calma… não sei… à oposição de esquerda? A António José Seguro? À Presidência da República? Ou a outros…?
Como é sobejamente sabido um dos dossiers de Relvas é a privatização de um dos canais públicos de televisão. Ora se olharmos bem, tanto a SIC como a TVI, têm apresentado quebras substanciais nas receitas de publicidade. E obviamente a entrada no mercado de um outro canal de televisão privado, iria retirar ainda mais receita àquelas televisões.
Temos assim que o actual Ministro Adjunto de Passos Coelho passou a ser um alvo a abater. E das duas uma: ou o PM o segura, corroendo ainda mais a (má) imagem deste governo, ou deixa-o cair substituindo por outro, eventualmente mais de acordo com os interesses das televisões privadas.
Haverá provavelmente outra opção, que seria a desistência do governo em privatizar um canal, mas não creio que seja esta a decisão do actual PM. E assim ficaremos à espera de ver e ouvir mais notícias sobre a vida (privada!) de Miguel Relvas.
A consciência de que temos vivido muito acima das nossas possibilidades é actualmente um “prato” que nos tem sido servido, de um jeito muito pouco “saboroso”. Duma forma ou doutra já percebemos as asneiras que foram cometidas neste país, tudo em nome dos elevados interesses da nação, e que ora damos conta não terem sido os melhores.
Hipotecámos o nosso futuro, o dos nossos filhos e quiçá dos nossos netos. À nossa volta vivem (será que vivem? Ou sobrevivem?) gente com profundas dificuldades financeiras, desemprego, salários em atraso, subsídios desaparecidos.
E quando após um esforço quase titânico percebemos que nada valeu a pena, porque há que retirar ainda mais décimas ao déficit e consequentemente mais dinheiro aos portugueses, ficamos com aquela vontade de desistir de tudo e deixarmo-nos ir sem destino.
Nos rectângulos televisivos os comentadores, uns atrás dos outros, vão denunciando os dinheiros e oportunidades perdidas ao longo destes anos - alguns são os mesmos que diziam que gastar em obras públicas era um bom investimento!!!
Os quilómetros de estradas que rasgam o nosso país de lés-a-lés, tiveram um preço demasiado elevado para um país que não produz o que realmente gasta. As escolas sem alunos, os hospitais sem equipamentos nem médicos, as industrias subsidiadas por um Estado perdulário e incompetente e agora deslocalizadas, as empresas municipais criadas para alojar os amigos que ajudaram na eleição, uma justiça a diversas velocidades dependendo dos interesses envolvidos, as PPP’s altamente ruinosas para os interesses do Estado, as dúvidas e certezas sobre as vidas de certos políticos, sejam eles de esquerda, direita ou centro, fizeram deste país um lugar sem rumo e sem destino, onde cada um faz o que dá na real gana.
É necessário repensar este rectangulo. Haver alguém equidestante de interesses obscuros e que consiga por mão neste país...
De toda esta crise de identidade retiramos uma natural e mui triste conclusão: jamais viveremos como antigamente!
No dia 1 de Abril do ano o passado sobre a queda do então governo socialista e entre diversas considerações, escrevi o seguinte: “…Se eu fosse PM não deixaria que uma dúvida sobre o meu curso superior alimentasse televisões e jornais. Rapidamente tentaria esclarecer as coisas (se alguma coisa houvesse para esclarecer)…”
Ora acontece que corre por aí que Miguel Relvas, o actual Ministro dos Assuntos Parlamentares também obteve uma licenciatura numa universidade privada (coincidência ou talvez não???), só fazendo quatro cadeiras. O resto caiu-lhe nas mãos através da sua vida política. Não posso, em face do que escrevi antes, dizer o contrário do que disse para José Sócrates. Este Miguel Relvas devia publicamente esclarecer a opinião pública, agravando consideravelmente se não o fizer a sua imagem já altamente deteriorada após o caso do “Espiões”.
É tempo do actual primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho agir em conformidade, sob pena de amanhã, ninguém mais neste pobre país acreditar num governante que seja. E é pena…
Trinta anos a trabalhar numa entidade bancária de renome.
Quinze directamente com a liquidez, o que me tornou uma sumidade em risco da mesma. Se ao fim do dia aquela não batesse certinha, arriscava-me a pagar com a da minha carteira.
Especialidades: Gestão de Risco e Liquidez
Quinze anos em gestão e administração de uma rede informática. Se o tipo não acertasse com a password de acesso, administrava-lhe uma outra e geria a minha fúria antes de lhe dar uns tabefes.
Especialidades: Gestão de IP's (Indivíduos Parvos) e Redes informáticas
Diversos textos publicados em jornais e revistas. Oito anos a gerir uma redacção de jornal com autores a observarem opiniões muito diferentes das minhas.
Especialidades: Gestão de conflitos e conteúdos
Um ror de trabalhos de electricidade especialmente na montagem de calhas, ligação e passagem de fios. Operações de “choque” com diversos critérios.
Especialidades: Engenharia de correntes fortes
Diversos processos de perda de tempo, nomeadamente nas filas de trânsito citadino e repartições públicas.
Especialidades: Gestão de tempo e recursos humanos
Face à minha experiência profissional supra, pretendo três licenciaturas e dois mestrados…
Está enraizado na mente dos portugueses que os políticos são pouco fiáveis, para não epitetar com um adjectivo pior.
Há quem considere que, só vai para a política quem não pretende trabalhar.
Outros ainda, talvez a maioria, acreditam que os políticos só estão nela para se “encherem” – ai como odeio esta palavra!
Aliás creio mesmo, que poucos são os lusos que acreditam nos nossos políticos…
E entende-se porquê: hoje dizem uma coisa, amanhã precisamente o contrário e horas mais tarde o contrário do contrário, numa amálgama de declarações que por vezes ninguém percebe… Nem eles próprios. E não são só os políticos da capital que sofrem por vezes de algum desnorte. Os autarcas e deputados regionais fazem também parte do rol de gente com discursos e acções obviamente contraditórios. Mas enfim, esta é a natureza do político português, quase sempre (só) mais preocupado com o seu próprio bem-estar do que com a sociedade em geral.
Veja-se o exemplo de Macário Correia por quem tive, em tempos, alguma simpatia. Pareceu-me ser um homem sem receios de enfrentar o poder central, tomando posições por vezes difíceis mas coerentes com um discurso, populista é certo, mas interessante. Mesmo enfrentando alguns dos seus apaniguados…
Ora tal é o meu espanto que leio ontem em rodapé num noticiário na televisão, que o ex-presidente da edilidade de Tavira teria em risco o mandato que actualmente exerce, por ter desobedecido ao PDM aprovado, autorizando construção em locais, que pertenciam a uma reserva natural.
Independentemente das decisões judiciais, Macário Correia deveria ter vindo a público esclarecer o que se passou em Tavira (ainda está a tempo!), tendo em conta que o próprio considera que nada fez em prejuízo da Câmara que comandou.