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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Endireitar o país.

Uma das alterações propostas para o orçamento de 2012 é que se aumente o tempo de trabalho em meia hora. O patronato está de acordo (pudera!), mas as organizações sindicais recusam-se a aceitar tal alteração. Dei então por mim a pensar como resolver este imbróglio laboral? Nesse momento passou no corredor uma colega, à qual nada lhe falta. Mulheres assim deviam até pagar mais impostos… Mas foi nesse preciso momento que se fez luz! Eh pá e se… se… se? Por exemplo alguém que trabalhe (?) das nove até às seis, com uma hora para almoço, irá, a partir do próximo ano, sair às 6 e meia. Imaginem então que o patrão coloca a partir dessa hora umas senhoras da limpeza todas despidas, nuazinhas mesmo, tal como vieram ao mundo? Provavelmente muitos dos homens que agora não concordam com a meia hora a mais, ficariam mais duas ou três sem qualquer remuneração. Quem diz senhoras diz cavalheiros totalmente despidos para as colaboradoras femininas (que também têm direitos!) ou pessoas com outras opções. De certeza que ninguém olharia para o relógio desejoso de sair. E viessem cá os sindicatos dizer alguma coisa… E quando chegassem a casa, à pergunta: porquê tão tarde? por parte da/o cônjuge sairia provavelmente a seguinte resposta: estou a trabalhar para endireitar o país.

Uma das mais belas músicas II

Quando apareceram no ínicio dos anos 70, em plena ditadura brasileira, foram muito mal recebidos. Tempos mais tarde foram enfim considerados como umas das melhores bandas do novo rock brasileiro. Só comecei a escutar "Secos e Molhados" já a década de setenta ia quase no fim. Todavia, ainda fui a tempo de ouvir o que de melhor fez este trio. Entre todas as canções, "Rosa de Hiroshima", ficou como uma das melhores ou pelo menos com um maior impacto antinuclear muito em voga naqueles anos 70. Lembram-se da expressão "Nuclear? Não, obrigado". Fica aqui o registo de uma actuação ao vivo.

Vinte anos sem Freddie Mercury

Cresci a ouvir, entre outros, Freddie Mercury e os Queen. Controverso e assumidamente homossexual Freddie desapareceu faz hoje 20 anos. Mas o património vocal que nos deixou é simplesmente fenomenal. Segundo se conta, em Montreux onde passou muito tempo a gravar já enfermo, pedia repetidamente aos seus companheiros que o deixassem cantar. Eis um exemplo... da sua fantástica voz!

Greve Geral? Não, obrigado!

Hoje dia 24 de Novembro o país acordou para uma anunciada Greve Geral. Pararam os transportes públicos, os hospitais, as repartições públicas…

Porém o desgraçado do trabalhador que tem o emprego precário - que os sindicalistas de meia-tigela vão denunciando e tentando em vão defender – não pode fazer greve. E, no entanto, fica à mercê de grupos de indivíduos que usam esta "suposta" luta apenas como forma de contestação política.

Senão, vejamos: já ninguém faz greve por aumentos salariais, ninguém usa a greve para reivindicar melhores condições de trabalho. Convoca-se greve porque não se gosta do PM ou do PR, ou porque o partido A ou B manda fazer. Isto é: a verdadeira luta dos trabalhadores… já era!

Os actuais dirigentes dos sindicatos têm mordomias, quais directores ou administradores de empresas, como carros, gabinetes com secretária privada, cartões de crédito e pior, um dirigente sindical desde que toma posse jamais regressa ao seu posto de trabalho. Desculpam-se com os “afazeres” sindicais…

Mas quem os ouve não os leva presos, como soi dizer-se. Falam sobre tudo, conhecem todos os dossiers, têm todas as soluções…

Pois é… o Sócrates teve no seu governo uma sindicalista e vejam o que ela fez…

Num país em que se trabalha pouco – pode-se estar muitas horas no emprego para produzir quase nada – um dia de greve é mais um mau exemplo para a União Europeia.

Portugal necessita trabalhar mais e melhor. A crise que ora se vive também, quiçá, é culpa nossa. E assim, é tempo de arrepiar caminho, de colocarmos o nosso país no lugar que lhe é devido. Da pior maneira talvez, mas receio que não haja outra forma de o fazer.

Creio que aquilo que aqui escrevo não é de acordo de todos, mas é o meu sentimento.

Para terminar conto uma estória verdadeira. Nos anos 80 o meu sindicato convocou uma greve por razões salariais e contratação colectiva. Estimulado a fazer greve acabei por aderir mas sempre de má vontade. Dias depois um dos mentores da greve justificou a sua ausência naquele dia com um dia de férias. E pior: aquando da greve já o acordo estava assinado entre sindicatos e patronato.

Jurei para nunca mais… Chamem-me o que quiserem, mas greve? Só à greve…

Trinta e quatro anos

 

 

Faz hoje precisamente 34 anos que surgiu pela primeira vez, num jornal regional, o meu nome a assinar uma crónica.

 

Desde esse dia até hoje publiquei dezenas de textos para diversas publicações, todas elas de cariz regional. E escrevi de tudo um pouco: crónicas, ficção, crítica, comentários políticos ou reflexões quase filosóficas… e até poesia (pasmem-se!).

 

Conheci muita gente, fiz amigos, mudei a minha atitude perante o mundo e a vida. O miúdo que mal se continha de alegria nesse longínquo Outono de 1977 deu lugar a alguém maduro, mais sereno e preparado para as surpresas (boas e más!) que a vida ainda me tem reservadas.

 

A minha escrita mantêm-se ainda como forma de “terapia”, neste mundo frenético. Escrever já não é um acto de revolta, de inconformismo mas um gesto de pacificação interior.

 

Agora é tudo muito mais fácil. Os blogues são um desafio e ao mesmo tempo um repositório de pensamentos que naquele tempo apenas viviam na minha mente. Hoje posso livremente dizer (leia-se escrever) o que penso, como me sinto ou qual a minha ideia sobre… o que me aprouver.

 

Trinta e quatro anos de má escrita, confesso! Mas jamais fui capaz de fazer melhor. Sou o que sou sem pruridos e sem vaidades e ciente das minhas naturais limitações,

 

Mas também já não tenho idade nem paciência para mudar!

 

Quero finalmente deixar aqui o meu mais profundo agradecimento a todos os que tiveram a paciência para ler o que escrevi durante estes anos.

 

Bem-hajam.

 

Ver e sentir

 

Há momentos na nossa vida que são marcantes: o primeiro beijo numa namorada, a primeira noite fora de casa, a primeira volta de carro após exame de condução, o primeiro filho e tantas outras “primeiras” coisas…

 

Cada vez menos se dá importância a gestos singelos. Um sorriso, um abraço fraterno, uma chuva miudinha, o voo de uma ave, o ranger de uma árvore...

 

Num destes dias, estava de férias na serra da Gardunha, quando me surgiu um problema na vista direita. Os sintomas descreviam um descolamento da retina. E tendo em conta que o olho esquerdo já fora vítima de um mesmo problema assustei-me deveras com a situação, regressando a Lisboa rapidamente.

 

Curioso é que nessa tarde, enquanto esperava que me trouxessem para a capital, comecei a reparar em coisas que jamais me apercebera. No fundo da escada de mármore da minha casa, pequenos animais lutavam por um ínfimo naco de comida; as folhas castanhas que caíam á força do vento outonal tinham uma beleza estranha; os campos transpiravam água negra de terra fértil.

 

E nada disto teria observado se não pensasse que poderia ficar sem ver…

 

Mas tudo não passou de um valente susto. Tratado, visto e revisto, estou quase como novo.

 

Não fiquei a ver mais, mas vejo melhor…

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