Pois é, a vida tem destas coisas: obriga a partir quem apreciamos.
Toda a vida me lembro de Artur Agostinho. Primeiro na rádio, já nem sei em que programa, mais tarde na televisão.
E sempre apreciei aquela voz e aquela figura simpática. Era um comunicador por excelência e ao mesmo tempo de Jorge Alves, foram figuras relevantes na história da RTP.
Sportinguista convicto, tal como eu, ainda assim era um amante do desporto como poucos. E vibrava com as vitórias e sentia naturalmente o peso das derrotas.
Artur Agostinho deixou um legado de seriedade, profissionalismo, competência e amizade. E que devia ser escola (leia-se exemplo) para muitos dos que hoje fazem televisão em Portugal. No tempo em que os meios eram escassos este comunicador que hoje partiu, mostrou estar sempre à alturas dos desafios.
Mesmo quando aqueles que se diziam seus amigos o abandonaram após o 25 de Abril, como ele próprio referiu em entrevista recente.
Morreu mais que um gajo porreiro. Desapareceu o último dos enormes radialistas que Portugal fabricou. Como ele só Fernando Pessa ou Maria Leonor.
Amigo Artur, desculpe de o tratar assim, o senhor foi mais que um gajo porreiro, foi um Homem.
As saudades que vou ter de si...
Até sempre!