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Sempre gostei de Jorge Palma. É um daqueles músicos que sabe bem ouvir. Tem grandes canções, com letras fantásticas e não menos boas músicas.
Hoje deixo aqui um tema muito bom. Talvez do melhor que Jorge Palma fez.
Cada vez escrevo menos. A preguiça, o trabalho, a falta de tempo e os demasiados temas para escrever, tudo junto levam-me a fugir da escrita.
Gosto da serenidade, da calma, da boa companhia para que consiga despejar em palavras o que vai cá dentro. Mas tem sido tão difícil viver neste mundo tão feito à pressa.
Lembro-me assim dum acontecimento, vai para uns anos, na zona de Sintra. Procurava nesse dia um restaurante em Nafarros. Perdido pelas estradas saloias parei numa povoação e perguntei a um ansião o caminho.
O Idoso na calma dos muitos anos lá me foi indicando o caminho. A certa altura perguntei qualquer coisa e antes de terminar a questão o idoso advertiu-me com um: - Calma!
É verdade, nesse dia aprendi que a idade tem destas coisas: vê-se o tempo de forma diferente, sente-se a vida esvair-se como água por entre os dedos e nada podemos contra isso.´
Necessitava de parar. De olhar o que tenho entre mãos (figurativamente falando) e perceber o que me faz falta. Entender este mundo de guerras e contradições. Perceber este país de invejas e mentiras. Descobrir a paz em cada um de nós.
O meu romance não avança. Um outro muito menos e ando nisto, desejoso de parar e sentir as palavras fluírem, mas não consigo. Um dia partirei e não deixarei em herança a escrita.
Tenho saudades do tempo dos jornais. Da minha coluna de opinião. Dos textos escritos a correr para não falhar o prazo com o jornal. Tenho, acima de tudo, saudades de mim mesmo.
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