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LadosAB

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

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SEGREDOS

Certa noite veio o vento
e abriu-me a janela do coração.
Deixei então entrar a luz do sonho
Repleto de nuvens de estrelas.


Certa manhã surgiu
o temporal negro da tristeza,
Trazia consigo a raiva dos fracos
e a chuva fria dos perdidos.


E um dia chegou o brilho
De quem a ama a vida
E então sorri. Fortuna minha
Que vivi na alegria dos iluminados.


 


Poesia

É… forma do verbo SER

Estar sempre presente

É prodígio de alguns.

Dar a mão a quem a estende

É ser livre de escolher.

Criar alegria neste mundo rezingão

É loucura de iluminados.

Chorar uma lágrima salgada

É querer ser feliz.

Amar o Luar em dia radioso

É acreditar no sonho.

Esperar, ceder, resignar

É ser o amigo que não morre.

Finalmente, viver

É tudo o que nós precisamos.


QUASE SÓ UMA IMAGEM! (excerto)

Não direi, no entanto, que Brian é fácil de lidar!... tem características que oscilam em parâmetros opostos.

Podemos estar muito bem à sua beira, num dado momento e no momento seguinte, sentirmo-nos a asfixiar, prontos para fugir...

Deve-se isto a que Brian é  obsessivo. Se uma ideia o perturba ou emociona, só pode para todo o mundo ser vista como ele a entende, ou como ele a desejaria concretizar: com urgência total e com pleno nonsense.

Brian, perde-se em fantasias que para o mais desprevenido, podem parecer factos!

Porém, de vez em quando, dá-nos espaço para sermos também obsessivos e desta forma lhe alimentarmos a sua enorme apetência para se põr em causa. Claro que não o faz de ânimo leve, nem pacificamente...

 Se e quando estes pressupostos acontecem ele torna-se uma águia no puro sentido do termo:

 - Rapina-nos a alma!



Oração a Deus nenhum!

Porquê?
Meu Senhor:

 


-A vida é cheia de porquês e mais porquês, que a torto e a direito nos infernizam ou descontrolam o dia a dia.
- Uns, ainda assim que muito apreciamos, que nos motivam e duma maneira chantagista nos fazem esperar, por mais do mesmo, já que nos elevam ou tornam felizes!
 Mas outros, a maior parte, são do género que de todo não gostamos, rejeitamos, odiamos, nos complicam os dias, lhes tiram brilho e substância, nos tornam muito, muito infelizes, incompletos, desiludidos!
Porquê? Porquê? Porquê? - questionamo-nos nós incessantemente, sem obtermos as respostas...
A saturação pode vencer-nos quando a adversidade é uma constante.
 Nascemos para vivermos amenamente... mas o sofrimento vem em quantidades tais, que soterra essa premissa deixando-nos sem hipóteses de nos levantarmos todos os dias, leves e disponíveis para dessa forma nos sentirmos – amenos, suaves.
Ah, como viver por vezes cansa, satura, desespera?!
Ah! A felicidade, essa traidora, essa megera, essa promíscua!
Temos dias em que vamos aguentando com alguma estoicidade. Porém noutros, só nos apetece fechar os olhos e dormir, dormir... um sono reparador, que nos acalente e avive a memória do bom que tivemos – quando acordarmos.
É muito difícil o assumir de todos os nossos dias, principalmente se não há Sol! Apetece rejeitá-los qual Mãe degenerada e dá-los para adopção!
A “nossa” democracia enferma da mesma maleita. Não presta, mas dos males no género governativo, é o menor que temos na ementa. Há então que batalhar...
- Será assim tão atraente estar por cá?
Aí surgem os porquês:
- porquê eu?
-porquê comigo?
- porquê a ela?
 - porquê assim?
Porquê ontem? Porquê sempre e a toda a hora tanto desprazer?
Porquê a doença? A tristeza? A vida roubada? As tragédias? As alegrias? As madrugadas de insónia? Os amores incipientes? Os amores ausentes? E também os negligentes. Porquê?
Porquê o tédio? Porquê o assédio? Porquê o remédio? Porquê a angústia da espera?
Porquê a solidão? Para quê a velhice? Porquê as catástrofes, as moléstias, as ingratidões?
Para quê e o quê? Porquê Deus? Para quê a esperança? Porquê a terra tão pesada?
Só a leveza nos é útil!
Só a beleza nos acarinha!
Todo o supérfluo é essencial!
Abençoada vida que nos deixa a divagar! A pressa mata o prazer. Consome-o.

Relaxe total! Que a confusão, a insatisfação, o caos existam por todo o sempre!


Ámen!



Sílvio Agreste

Quinze anos, espigados e imberbes; cabelo curto como restolho, olhos castanhos, vivazes e atentos; boca grande denunciando dentes negros e mal tratados, tez morena. Assim era Sílvio, nascido e criado numa aldeia beirã embutida na serra pedregosa e fria nas invernias que tombavam serra abaixo e demasiado quente no Estio impossível de respirar, espraiando-se a seus pés planícies e charnecas férteis, cruzadas por ribeiros que encharcavam os lameiros sempre que a torrente vinda da encosta assim o exigia.
O rapazola, aos olhos do povo mordaz e cruel, tornara-se num gaiato bizarro. Não tinha amigos, não falava com ninguém, apenas breves e imperceptíveis saudações por quem passava, desaparecendo dias inteiros só surgindo véspera fora.
A mãe ralhava-lhe num discurso que sabia de cor e já nem ouvia. As irmãs, raladas umas, outras nem tanto, dividiam-se entre o incondicional apoio à mãe ou ao mano rebelde:
- Sílvio por onde andaste? – Perguntava Auzenda em tom azedo e ríspido como era seu timbre, sempre que a vítima era o varão, enquanto enxugava as mãos sapudas e molhadas num pano negro.
O costumado silêncio enfurecia-a:
- Estou farta deste traste. Nem escola, nem trabalho, nada… É um valdevinos…
- Oh mãe, não diga isso. Sempre que precisa dele, ele está por aí – desculpava-o a mana mais nova, enquanto afagava a barriga volumosa do fim duma gravidez indesejada e acidental.
A escola para Sílvio fora uma aventura da qual não guardara boas memórias. Nos bancos puídos de madeira de castanho sentara-se pouquíssimas vezes, preferindo o cuidado com um ninho de pintassilgo ou com a toca profunda de um coelho. Após uma breve passagem por uma escola das redondezas, não fosse a professora da terra exigente demais, acabou por desistir e apenas aprendeu a escrever o seu nome com dificuldade.
Os seus verdadeiros amigos eram por isso os animais, especialmente as cabras e os pombos, que ele criava com carinho e ralação. As gaiolas permanentemente abertas permitiam que as aves columbinas durante todo o dia voassem numa liberdade que ele jamais privara. À noite retornavam ao poleiro aguardando que Sílvio lhes trouxesse a costumada dose de farelos com milho e pão duro previamente demolhado. O tratador conhecia-os a todos e a cada um deles dedicara um nome: Farrusco, Farelo; Bico Torto… Quanto às cabras dominava-as como poucos e nem a irreverência natural dos animais lhe fazia frente. Bastava um assobio e os caprinos largavam o pasto e acorriam com ligeireza para perto do jovem pastor. Saía de casa sempre cedo, muitas das vezes nem o Sol despontara e já ordenhava as cabras sem crias ou carregava a manjedoura de feno e favas. Depois largava na cozinha, negra e suja, o tarro repleto e partia em busca do seu mundo. Seguia-o um cão, o qual tratava por Baixinho por ser minúsculo e rafeiro, de cor cinza, aqui e ali salpicado de preto. Mais um amigo incondicional e atento. E fiel…
O pai de Sílvio era carpinteiro de profissão e partia todos os anos assim que a Primavera surgia para terras de Espanha. Por lá andava aos meses, deixando na mão da Maria Auzenda a responsabilidade de tomar conta da casa e educar o descendente. Quando regressava, fugindo às intempéries castelhanas, adorava ver o seu rapaz cada vez mais crescido, quase um homem.
Juntos percorriam caminhos e carreiros ao redor do povoado durante todo o dia. O eucalipto da Ribeira Nova tombara finalmente, as oliveiras vergavam ao peso da azeitona quase madura, o chão da coxa fora vendido a alguém de fora; ou então nada diziam e caminhavam durante tempos infinitos em silêncio, gozando cada um a presença do outro. Uma simbiose quase perfeita que Auzenda não colhia mas invejava.
O Inverno chegara mais cedo. Primeiro viera o frio que penetrava na pouca roupa e arrefecia os corpos magros. Depois o vento que sacudia a aldeia com rajadas sucessivas quase sempre acompanhadas por chuva forte que tombava em revoadas diluvianas. Finalmente arribou a neve branca em flocos, que descia do céu negro como por magia.
Nascia uma dessas manhãs bravias de frio e chuva. Sílvio levantou-se madrugador e despachado. Vestiu a velha e surrada camisa, entrou nas calças de surrobeco rijo e pobre, alcançou a jaqueta e enfiou a boina na cabeça quase rapada.
Na cozinha procurou na arca costumada, um naco de pão duro e da gaveta da mesa retirou o resto de chouriço. Devorou tudo com gosto e prazer, partindo então em busca dos seus companheiros.
Abriu a gaiola dos pombos mas estes mantiveram-se imóveis. A madrugada ainda não clareara e o jovem não os brindara com a habitual refeição matutina. Alvoraçou-se a gaiola assim que o moço surgiu com os comedouros.
Depois foi a vez das cabras que se ajeitavam ao som dos passos do tratador. Manjedoura cheia, pias repletas, num ápice os animais tratavam de limpar a comida.
O dia queria despontar por detrás da serra mas as nuvens escuras encastelavam-se e teimavam em cobrir o sol arrepiado. A noite fora de temporal. Fios de água corriam pelos beirais até ao chão onde juntando-se a outros cresciam em pequenas levadas.
Libertadas da cerca, as cabras ocuparam o caminho sabendo qual a direcção a tomar. O soar metálico dos chocalhos deixava-se ouvir por todo o pópulo. Uma vara de marmeleiro e o costumado companheiro canino seguiram à distância o rebanho irrequieto. Duas corridas e chegou-se mais perto controlando as diabruras de cabras e filhos.
Sílvio afastou-se do povoado como era seu hábito. Palmilhou os carreiros com à-vontade. Sempre que uma cabra fugia do rebanho lá soava um assobio que a colocava junto às outras. Naquela manhã o jovem escolhera o Bosque das Luzes para pastar o gado. Aquele situava-se num vale pequeno, aconchegado pelas serranias. Havia mesmo quem contasse histórias mirabolantes desse local. Mas o rapaz pouco crente, nada temia e nada entendia. Ali chegado logo procurou um poiso onde pudesse sentar e descansar não olvidando a visão sobre o prado onde o gado já pastava em sossego. O Baixinho dormitava a seu lado mas de orelha sempre atenta, não fosse o dono necessitar dos seus préstimos.
O jovem sentou-se numa pedra que colocara junto ao pé de um imponente pinheiro e recostou-se ao tronco. Cerrou os olhos e deixou-se embalar pelos chocalhos das cabras. Era daqueles momentos que Sílvio gostava. Um torpor lento invadiu o corpo e em breve dormia serenamente.
Acordou ao som de um assobio. Admirado e incrédulo no que ouvira, procurou o gado e vendo-o demasiado longe ordenou ao canito:
- Vai buscá-las, anda!
O cão entendeu a ordem e correu encosta abaixo a cumprir o mando. Por seu lado o rapaz manteve-se atento aos sons da floresta. Como nunca mais ouvisse qualquer ruído estranho, pensou que tudo não tivesse passado de um sonho. Porém novo assobio soou. Desta vez o jovem teve a certeza do que ouvira. E vinha do interior do bosque. As cabras aproximavam-se em passo lento aproveitando a erva viçosa. Assim que chegaram perto Sílvio ordenou novamente ao seu companheiro.
- Não as deixes sair daqui. Eu vou ali dentro e já volto.
Como sempre o cão entendeu a ordem e deu um latido, compenetrado na sua função de guarda.
O jovem penetrou então no bosque sem receios. Conforme caminhava a mata adensava-se com as giestas a tomarem conta do espaço entre os pinheiros, sobreiros e alguns eucaliptos. Andou algumas centenas de metros até que ouviu uma vez mais o silvo. Agora muito mais próximo. Continuou a deambular pelo bosque até que lhe pareceu vislumbrar por entre uma folhagem uma pequena clareira. E foi aí que reparou na figura formosa que dançava no meio do pasto verde. Os cabelos cor de fogo, longos e fartos. Um longo vestido branco aqui e ali pintalgado de pequenas flores coloridas, davam-lhe um ar gaiato mas ao mesmo tempo selvagem.
Sílvio escondeu-se por detrás de um enorme penedo que fazia fronteira entre a clareira e o bosque. Saltitando e rodopiando a jovem iniciou uma cantiga:

Quando eu não te conhecia
De ti nada se me dava
Sem tormentos vivia
Sem cuidados acordava

Ora vira ao norte, vira ao norte,
Vira ao sul
Quando vira ao norte
Fica o céu azul

O jovem estava estarrecido. Em silêncio aproximou-se devagar da orla do prado, enfeitiçado pela voz da menina. Sentia-se tocado, como se alguém tivesse entrado na sua alma. Um arrepio atravessou-lhe a espinha e ganhando coragem deu força à curiosidade e apresentou-se à cachopa. Só que ela antecipou-se, quiçá adivinhando a intenção e cumprimentou apenas:
- Olá Sílvio.
Um tanto titubeante foi dizendo, meio a gaguejar, surpreendido pela facilidade da miúda:
- O… olá!
A seguir roído pela curiosidade que nunca tivera, perguntou de rajada:
- Quem és tu? Como sabes o meu nome?
Notando-lhe um sorriso meio trocista na face alva, continuou:
- Eu não te conheço…
A voz feminina surgiu como uma melodia:
- Conheço-te bem e aos teus pombos e às cabras que estão à entrada da floresta.
- Mas quem és tu?
- Eu sou a Cecília…
Rapidamente comentou:
- Não conheço. Quem é a tua mãe?
Na aldeia quando não se conhecia uma pessoa, pergunta-se pelo pai, mãe ou avó. Todos têm alguém que se conhece:
- A minha mãe é a Lua.
_ Hem?
- O meu pai é o Sol e sou neta do vento da tarde e da brisa matinal.
Para o jovem esta conversa criava-lhe muita confusão. Lua, Sol, vento e brisa eram coisas que ele conhecia de sobra, mas não havia ninguém com aqueles nomes na aldeia, pelo menos que ele soubesse:
- Oh, tás a mancar comigo…
E virou-se para entrar na floresta. Preocupava-o o gado. Mas numa corrida Cecília colocou-se à sua frente barrando-lhe o caminho.
- Já vais?
- Já!
- Porquê?
- Porque tás a brincar comigo…
- Sílvio, não estou a brincar. Já te disse como me chamo.
- Sim, mas o sol, Lua, brisa, vento?
- Sim é a minha família.
O rapaz olhou-a de frente como jamais fizera a alguém e viu então no seu olhar o azul do céu. Pela primeira vez Sílvio teve medo. Não sabia o que dizer e as coisas que ouvira toldavam-lhe o pensamento como uma nuvem plúmbea. Finalmente recompôs-se e voltou ao questionário:
- Mas onde vives?
- Vivo na mata, rodeada pelos coelhos, lebres, algumas cobras, sapos, rãs, corujas, melros, cucos…
A conversa agradava-lhe agora. Entrou no jogo.
- Eu também gosto de bichos. No ouriço é que não pego, pica que se farta.
- Pois pica – confirmou a miúda – E o lacrau?
- Vi um debaixo de um molho de feno e por pouco não me mordeu…
E ali ficaram os dois a conversar dos animais que conheciam e que mais gostavam. Sílvio nem deu pelo tempo passar, só reparou que o sol se escondia por detrás da Colina da Louca. Finalmente decidiu:
- Tenho de ir. Faz-se noite daqui a poucochinho. Mas gostei de falar contigo.
- Eu também.
- E amanhã estarás cá?
- Não sei, talvez…
O rapaz ia a entrar na floresta, quando de repente virou-se para a amiga e perguntou-lhe de supetão:
- Quem és tu?
- Eu? Sou uma fada…
E adivinhando a perplexidade, acrescentou:
- Não acreditas?
E perante o silêncio, concluiu:
- Sou a fada das Luzes!
Sílvio partiu por fim. Já fora da floresta regressou com as cabras e o Baixinho a casa enquanto comentava baixinho:
- Fada das Luzes? È tonta a cachopa…
Pela primeira vez o jovem pastor entrou em casa a cantarolar:

Quando eu não te conhecia...



 

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