Novas fronteiras
Os tempos conturbados que ora vivemos, trouxeram à superfície um lote de gente capaz dos maiores feitos.
Comecemos pelos políticos, sejam eles de esquerda, do centro ou da direita que, através de discursos inflamados e pungentes, assumem soluções simples e miraculosas.
Passemos aos autarcas, supostamente políticos de menor escala (??? houve um que chegou a PR), mas capazes de verdadeiras redenções das finanças locais. O problema vem obviamente depois quando os sucessores dão conta dos buracos financeiros deixados pelos anteriores presidentes das edilidades.
Outros que assumem tudo resolver são os líderes sindicais, uma classe cada vez menos representativa dos trabalhadores mas ainda assim com evidente capacidade mobilizadora, e sempre disponíveis para criticar qualquer norma ao mesmo tempo que sugerem propostas irrealizáveis e utópicas.
Finalmente os grandes mestres espiritualistas. Eis uma nova classe que, paulatinamente vêm ganhando terreno na busca de novas soluções para a generalidade do povo português. Todos os dias somos invadidos com publicidade destes senhores de poderes infindáveis, capazes de tudo alterar.
Não sei se há muita gente a usar dos serviços destes gurus. Mas há certamente quem creia profundamente nestes “cientistas do destino”, como já ouvi chamá-los. E o mais curioso é que tudo dominam e conseguem mudar: desde a falta de trabalho à sorte, do amor à inveja e há alguns até que dizem conseguir imensos feitos no futebol (à normal atenção de Paulo Fonseca!!!) .
Não me incomoda que alguém procure, nestas franjas cinzentas da verdade, algum consolo para o seu espírito ou encontre neles palavras que não escuta noutro lado. Porém o dinheiro despendido nestas “consultas” provavelmente faria mais sentido gastá-lo noutros bens.
Mas há sempre quem viva entre a fronteira doce do sonho e da cruel realidade.
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