Um Rio de vitórias e derrotas deu... à Costa
Ao contrário do que ouvi ontem e já li hoje, creio que o grande vencedor destas eleições foi… Rui Rio.
Poderá parecer um tanto estranho alguém que não foi a sufrágio ganhar eleições. Mas se pensarmos bem, o ainda Presidente da edilidade portuense, jamais aceitou ser candidato numa outra Câmara que não fosse a do Porto e não o podendo, por motivos constitucionais, preferiu não entrar no jogo político e de enviesados interesses, que tramou a maioria dos candidatos que assim procederam.
Rui Rio tem vindo a ser um crítico à máquina partidária do PSD. Um pouco na onda de Santana Lopes, quando numas autárquicas ganhou a Câmara da Figueira da Foz sem qualquer ajuda do seu Partido. Assumiu publicamente o seu desacordo com a escolha pelo seu partido de Meneses para candidato à Autarquia portuense, não o apoiando formalmente. E pelos vistos tinha toda a razão. Luís Filipe Meneses não conseguiu mais que um sofrível 3º lugar, muito aquém do que esperava e desejava, deixando o partido à beira de um ataque de nervos.
Quanto ao PS, António José Seguro não deve cair na tentação de dizer que ganhou as eleições. Conquistou muitas Câmaras, é verdade, mas isso aconteceu mais por demérito dos partidos do governo do que mérito seu. E pior… António Costa ao ganhar Lisboa com maioria absoluta, acabou por se tornar, não um mero fantasma mas uma sombra de Seguro, e preparado para assumir, assim que puder, a liderança do PS.
O PCP reconquistou baluartes no Alentejo e em Loures, perdidos em anteriores autárquicas, e terá sido o que mais beneficiou nestas eleições. Já o BE continua em queda…
Uma vez mais o grande partido destas eleições é… a abstenção. E não foi só o mau tempo que reteve as pessoas em casa. Muitos não acreditam nestes políticos, poucos lhes reconhecem competência, para gerir uma simples freguesia, quanto mais os destinos duma Câmara.
Caminhamos infelizmente a passos largos para o fim da democracia, sem ser necessário uma revolução ou um golpe de estado.