Ainda sobre o derby de ontem
Tentando desapaixonadamente – o que no meu caso considero tarefa hercúlea – analisar o jogo de ontem apetece-me dizer o seguinte:
O resultado foi menos mau para o Benfica e menos bom para o Sporting.
Na realidade o Sporting entrou logo de início em força, mostrando vontade, querer e empenhamento, culminando num golo de Fredy Montero, se bem que este jogador no primeiro passe estivesse em fora de jogo, que o árbitro não assinalou.
Todavia foi este mesmo juiz da partida que não viu, ou se viu não sancionou devidamente, diversas faltas de Maxi Pereira e de Matic sobre jogadores adversários e que deveriam ter originado cartões vermelhos.
Há um adágio popular que diz “há males quem vem por bem”. E duma forma fria e realista foi o que aconteceu com o Benfica na noite de sábado. Se os jogadores encarnados não se tivessem lesionado, obrigando o treinador a profundas mudanças, provavelmente hoje Jorge Jesus estaria a contas com mais uma derrota.
Na segunda parte o Benfica surgiu mais arrojado e afoito. E foi aqui que o Sporting perdeu os dois pontos. A equipa sportinguista não conseguiu, nesta altura do jogo, controlar as operações, recuando em demasia. E teve medo de fazer faltas. O golo encarnado é disso verdadeiro exemplo: o avançado sérvio ultrapassa um ror de jogadores do Sporting sem ninguém o travar. É preciso também não esquecer que Rojo foi, logo no início da partida, admoestado com um cartão amarelo, “a pedido” dos jogadores encarnados. Um critério que mais tarde não se viu aplicado a outros atletas.
Ainda assim foi um belíssimo desafio, empolgante e com a incerteza do resultado sempre a pairar. O Sporting acabou o jogo por cima do Benfica mas foi incapaz de alterar o resultado.
Quero finalmente destacar André Martins por parte do Sporting (um motor no meio campo) e Markovic do Benfica (um bonito golo) como os melhores em campo.
Do árbitro já disse (quase) tudo. Não esteve à altura dos acontecimentos. Falta-lhe tarimba e acima de tudo coragem, prejudicando ambas as equipas.