Comentadores televisivos – o perigo da opinião
Não sou grandemente apreciador de comentadores televisivos. Consideram-se (quase) sempre os maiores, com ideias brilhantes e soluções miraculosas para esta e outras crises. E já nem me refiro aos comentadores desportivos, mais conhecidos por “paineleiros”. Que estes são feitos geralmente de uma outra massa e portanto tem de ser tratados de forma diversa.
Por vezes dou comigo a percorrer canais de televisão em busca de notícias. Mas a única coisa que me é dado observar são os tais comentadores, tão do agrado de quase toda a gente. Aqueles debitam opiniões como quem come tremoços. Sentem-se senhores de verdades incontestáveis e nunca assumem o seu partidarismo (dizem que não têm???).
Criticam tudo e todos com uma veleidade e uma sobranceria invulgar. A verdade por que muitas vezes pugnam não tem cabimento neste país. E das duas uma: ou sabem isso e continuam, por teimosia ou estupidez a insistir na mesma tecla, ou por outro não têm consciência do que se passa no nosso país mais profundo.
Nestes comentadores não coloco, como é óbvio, aqueles que de uma forma ou doutra se encontram ou encontraram ligados aos partidos, mas os que se dizem equidistantes de partidos e interesses. Geralmente desconfio muito dos que se autoproclamam de independentes. Cheira-me sempre a outra coisa!
Também aqui neste espaço vou opinando e dizendo aquilo que sinto sobre este governo e outros que já existiram. Mas longe de mim ter a mínima veleidade de pensar que posso tornar-me num “opinion maker”. Quanto aos outros, televisionados por excelência, já não sei se terão este mesmo pensamento.