Hoje irei escrever sobre poesia neste que é o dia Mundial da dita!
Não será da minha, até porque tirando uns breves fogachos a que escrevi, é tão pobre que nem merece aqui qualquer referência.
Não me recordo do primeiro poema que li, mas certamente que o "IF" do nobel Rudyard Kipling marcou-me olimpicamente ainda muito jovem.
Quando frequentei a escola secundária (sei que nunca fui um estudante, porque este estuda e eu detestava tal desventura!) comecei a lidar com autores portugueses e com as suas poesias. Depois tinha na minha ínfima biblioteca um livro de poemas, odes e canções escritas por Luís de Camões e compiladas por um dos grandes escritores portugueses do século XX e que se chamou Vitorino Nemésio. Livro que ainda tenho e que de vez em quando folheio para reler um ou outro soneto, ou uma ou outra ode.
Diz-se que Portugal sempre foi um país de poetas. Eu quero acreditar que sim já que o património poético português é extremamente vasto e rico.
Certo que a par de Camões tivemos... Fernando Pessoa. Mas também tivemos Cesário Verde, Mário de Sá-Carneiro, Florbela Espanca ou Alexandre Oneil entre centenas de outros muito bons poetas. Já nem falo de Eugénio de Andrade ou Helberto Helder.
Com tantos e tão bons escritores de poesia há quem não a aprecie! Claro que é necessário uma sensibilidade específica para compreender alguns dos meandros de um poema, mas provavelmente também seria conveniente ensinar a ler poesia, às crianças na escola.
Tomo pouco ou nenhuma ateb«nção às datas de início das estações do ano. Por isso quando esta manhã reparei que a Primavera tinha principiado hoje até fiquei espantado.
Assim aproveito para mostrar o meu canteiro de flores que não conheço, mas cuja mistura até fez um efeito todo catita.
Aguardo entretanto que as roseiras comecem a dar os primeiros botões. O ano passado foi mau ano agrícola, todavia bom para as flores!
Há década e meia neste mesmo dia 18 de Março aventurei-me no mundo da blogosfera. Comecei receoso, inseguro e sem saber muito bem onde me estava a meter.
Iniciei-me noutra plataforma para três anos mais tarde migrar tudo para a SAPO. Foi aqui então que principiei os primeiros contactos, essencialmente através de comentários, com gente que eu não conhecia. Que hoje são verdadeiros amigos!
Anos mais tarde decidi impôr a mim mesmo uma certa disciplina de escrita. Sabia de antemão que quanto mais escrevesse, melhor sairiam as coisas. Para isso decidi que todos os dias publicaria um texto, mesmo que só tivesse uma linha.
Há quem me questione no sentido de saber como consigo ter tema para escrever diariamente. Respondo geralmente com a frase: basta estar de olhos e espirito bem abertos!
É curioso a forma como escrevo. Todos os dias ligo o portátil abro um postal novo e desato a escrever. Porém há dias que simplesmente não me ocorre nada e estou ali numa luta entre o meu pensamento e as minhas mãos. Estas desejosas de dedilhar letras que se transformarão em palavras e estas em postais, enquanto a mente quer somente repousar.
O resultado deste conflito deu origem, neste derradeiro ano, a 427 postais, 3559 comentários, 358 “likes” do feicebuque, 412 favoritos e mais de 22 mil visitas que originaram um número bem acima das 61 mil visualizações.
Por vezes percorro os textos que publiquei desde 2008 e que se encontram numa espécie de Base de dados e escolho um ao calhas! Na maioria das vezes gosto de reler esses nacos de prosa, mas há outros... valha-nos Deus... são uma miséria!
Para terminar não posso, como sempre faço aliás, de deixar de agradecer a todos os leitores e comentadores que me visitam. Sou um previligiado em ter uma tal fidelíssima corte arrigementada para ler e comentar o que escrevo.
A célebre máxima “o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por brutos e o rugby é um jogo de brutos jogado por cavalheiros” pressupõe, à partida, que os jogadores de futebol serão na sua maioria gente de bestunto mediano. Sabem fazer uns malabarismos com a bola, umas fintas, são vistos por olheiros mais ou menos competentes para depois se tornarem vedetas, algumas pagas a peso de ouro.
Porém o futebol como desporto requer, como tudo na vida, de inteligência. Por vezes daquela superlativa.
O golo de ontem no Emirates Stadium na bela cidade de Londres, casa do Arsenal e que já deve ter dado três voltas ao Mundo, é um perfeito exemplo do que acabei de escrever.
O transmontano Pedro Gonçalves que o Sporting em boa hora foi buscar ao Famalicão mostrou como se pode usar a inteligência no relvado. Não é só a técnica do remate, mas essencialmente ter a capacidade de perceber que dali donde se encontrava poderia ser feliz.
Obviamente que para tal necessitaria de rematar com conta, peso e medida. Foi o que fez o jogador leonino que tantas vezes é criticado, em outros jogos, pela sua postura menos assertiva ou alguma ineficácia.
A inteligência no futebol rege-se pela forma como o atleta em campo consegue perceber o momento em que pode ser feliz. Torna-se óbvio que necessita de ter técnica acima da média para executar um passe ou um remate, mas hoje em dia quase todos os jogadores profissionais são anormalmente habilidosos.
Jogadores verdadeiramente inteligentes não evoluem muitos nos nossos relvados. Infelizmente para o bom futebol!
Desde há uns meses decidi colocar painéis solares na minha casa.
Feitas as contas dos gastos, entre o antes e o depois, diria fica ela por ela nomeadamente durante os próximos cinco anos pois será o tempo em que estarei a pagar os painéis.
O curioso é que recentemente tenho sido invadido de telefonemas da mesma entidade fornecedora dos painéis a perguntar... se pretendo painéis. Uma confusão!
Será que a EDP Comercial não tem acesso à Base de Dados de clientes já municiados de painéis?
Será hora de avisar os senhores da EDP. com um... organizem-se!
(Ai se a empresa fosse totalmente de capitais lusos o que não haveria que dizer...)
A família tem vindo a crescer. Pela minha parte já cá cantam duas crianças, como dei conta aqui e aqui. Mas na linha paralela familiar há mais três infantes sendo que o mais velho tem seis anos.
O curioso é que em cinco crianças nascidas só um é do sexo masculino. Tudo o resto... cachopas!
Hoje fui ao parque infantil com a minha neta mais velha, já que a mais nova ainda não tem iniciativa para tanto. Lá chegará, digo eu!
Entretanto no recinto do parque algumas crianças. Contei quando cheguei cinco, para mais tarde somar mais duas ou três. Deste grupo infantil somente um varão!
Ao mesmo tempo que vou contactanto colegas e amigos estes vão-me devolvendo também a situação dos descendentes: só miúdas.
Uma antiga bloguer desta plataforma e que agora está aqui é neste momento mãe de quatro filhos sendo um rapaz (o mais novo) e três moçoilas.
Tudo somado fico já com a certeza que daqui a 20 anos a tal regra da paridade feminina deixará de fazer sentido. Ou provavelmente até fará!
Hoje recebi na minha caixa de correio um envelope contendo planfletos eleitorais de diversas listas, já que brevemente o meu sindicato irá a votos.
Naquele instante só soube pensar: já? É que nas eleições que colocaram a actual Direcção no meu sindicato eu ainda estava a trabalhar e fiz até parte de uma lista, não para o próprio sindicato, mas para um secretariado de empresa.
Sempre fui de opinião que um sindicalismo genuíno e organizado a favor dos trabalhadores e absolutamente contra ninguém, seria algo muito importante numa sociedade que se pretende justa.
Não me posso considerar um sindicalista, mas bati-me algumas vezes por novas ideias e ideais, sem ter grande sucesso. Mas fiz o que a minha consciência mandou.
Ao cabo de mais de 40 anos de trabalhador sindicalizado fiquei com a certeza que o sindicalismo serve para quase tudo menos para salvaguardar os trabalhadores. Tudo por culpa dos próprios dirigentes sindicais muitas vezes apoiados pelos delegados.
Conheci muitos dirigentes de sindicatos. No SITESE que foi o primeiro onde me inscrevi conheci o já falecido António Janeiro, co-fundador da UGT. Ao invés de outros que conheceria mais tarde sempre o tomei como uma pessoa séria e acima de tudo coerente, que nestas coisas de sindicatos é muito importante.
Quando passei para a Banca fui sindicalizado por uma figura que seria mais tarde bem conhecida, mas não pelas melhores razões e daí escusar-me a proferir o seu nome! Também neste sector conheci diversos dirigentes sindicais e convivi abertamente com alguns deles.
Todavia deste meu passado retenho a triste ideia que em Portugal o sindicalismo serve para quase tudo menos defender um trabalhador, já que se tornou uma arma de arremesso contra os diferentes Governos, azedando a tão desejada paz social.
Recordo a este propósito dois exemplos:
- o primeiro no tempo do PREC (Período Revolucionário Em Curso) naquele verão muito quente (politicamente falando) de 1975 quando a esquerda (leia-se PCP, MDP/CDE) estavam no governo através das mãos de um general que até teria direito a uma canção composta por alguém que muitos anos mais tarde haveria de ser um amigo, quando os sindicatos deixaram de fazer greve. Foi até criada uma palavra de ordem que era “não à greve pela greve”.
- o segundo foi no tempo da geringonça quando a esquerda apoiando de forma evidente o governo de António Costa da altura criou uma certa paz social que tantas vezes o Primeiro ministro evidenciou. Pudera!
Portanto o sindicalismo luso serve exclusivamente para dar tempo de antena aos dirigentes sindicais e consequentemente aos partidos a que estão umbicalmente ligados.
Talvez por tudo isto sejam cada vez menos os jovens trabalhadores que se sindicalizam.
Neste mesmo dia de 2020 Portugal assumia publicamente que tinha entre mãos um grave problema de saúde pública. Falamos obviamente do covid-19 que tantas vítimas fez e que obrigou a um recolhimento nunca visto em Portugal.
Era sexta-feira e as ordens recebidas eram de recolher a casa donde se trabalharia. Iniciei pela primeira e única vez o teletrabalho, que valha a verdade para mim nem era mau de todo. Desde este dia 13 de Março de 2020 até finais de Junho quando entrei de férias para depois passar à reforma, só voltei ao meu gabinete uma única vez.
Nesse dia 19 de Maio fiz o que havia a fazer numa enormíssima sala completamente vazia e silenciosa. Foi realmente um dia triste, após tantos anos a ver a sala sempre repleta de colegas. Saí do andar, desci as escada a pé, despedi-me dos seguranças e entrei na rua quase deserta.
Temi que me assaltasse aquele sentimento de nostalgia tão próprio de quem sai de um local onde jamais regressará. Tal não aconteceu!
Como também não aconteceu quando neste mesmo dia 13 de Março me apercebi que a minha vida iria mudar radicalmente com a assumpção da reforma no Agosto seguinte.
A vida tem os seus momentos, nomalmente efémeros. Ousar percebê-los e aceitá-los é apanágio de muito poucos.
Conhece-se um povo pela forma como aceita a cidadania... do outro. Bem vistas as coisas um cidadão só o é verdadeiramente na relação que mantém com as outras pessoas.
Dito isto há muito que por aqui vou defendendo a ideia de que a cidadania deveria ser uma disciplina obrigatória desde a escola primária. Já que muitas vezes os próprios pais não a sabem ensinar.
Diz o povo que "burro velho não aprende", mas nem sempre é verdade. Por isso diversas vezes toca-me um sino cá e aí vou eu tentando mostrar a outros o que é essa coisa da cidadania.
Duas moradias ao lado da minha há um restaurante. Assim às horas do almoço a rua enche-se de carros cujos condutores os estacionam quasem sempre em cima do passeio, obrigando os peões a sairem para a estrada pondo em risco asxsuas vidas.
Ontem alguém estava a estacionar no meu passeio e encostou tanto o carro à parede que mais uma vez impedia que um peão passasse.
Perante a situação disse ao cidadão, ironicamente:
- Pode encostar mais, sem problema! Os peões que vão para a estrada.
O cidadão retirou o carro do meu passeio, para o ir estacionar... em cima do passeio do outro lado da rua.
Portanto não percebeu a minha ironia. De todo!
E agora como se ensina esta gente o que é a cidadania e o respeito pelo próximo?