Há textos que dizem tudo
Hoje recebi um inesperado mail de alguém de quem gosto muito. Enviara-lhe também por mail, o meu livro compilado e jamais publicado, para ela ler e ela acabou por me responder com as palavras que abaixo transcrevo. Um momento de grande beleza e verdade!
Com a devida vénia MR.
Confesso que fico com uma espécie de inveja boa e com pena de ter perdido deliberadamente a capacidade de me espantar e maravilhar com tudo o que via, com todos os quase nadas que constroem a poesia e a beleza das coisas. Cada vez sinto os velhos sintomas, corro a entupir-me em tarefas tão "importantes" quanto sem sentido mas que sufocam eficazmente qualquer risco inadvertido de me entusiasmar, de sentir, de sonhar. Nada me magoa, sobrevivo sem viver e a noção de que já não há tempo para mudar assusta-me cada vez mais.
Talvez o teu exemplo, para além do prazer estético da leitura, me desperte os velhos bons fantasmas...