Alentejo: terra de belos contrastes
Atravessar o Alentejo é estar sujeito a muitas emoções, especialmente pictóricas.
Durante quilómetros assistimos a quilómetros de sobreiros por montes e vales rodeados de doirados fenos, muitos deles já ceifados e enfardados.
Ao longe surgem de súbito montes brancos de pedra. São as celebérrimas pedreiras que tantas vezes forram as nossas janelas.
Muito mais abaixo é a vez do Guadiana aparecer em todo o seu esplendor transformado no maior lago artificial da Europa. No meio do lago despontam pequenos ilhéus que procuram sobreviver ao próximo inverno.
Vou descendo na província. A estrada longa parece não ter fim...
De quando em vez percebo um grupo de homens e mulheres que já vindimam. São quilómetros de vinhas que matarão a sede e a fome a muita gente.
Novamente o Guadiana... Aquele lago parece interminável.
Umas nuvens plúmbeas toldam o céu ameaçando chuva. Quando passo Moura chove com alguma intensidade. Os campos exibem diversos verdes: uns quase negros das oliveiras carregadas, uns mais claros e mais joviais, de amendoeiras recentemente plantadas.
Chego a Serpa. O meu verdadeiro destino após Juromenha. Na cidade procuro o Museu do Relógio. Tenho alguns relógios para entregar e outros para receber.
Sou recebido com a costumada simpatia e calor alentejano
Demoro-me horas naquele local que enche o meu coração.
Finalmente de regresso a casa. A noite vai cainda assim como alguma chuva. A paisagem altera-se novamente. Após uns quilómetros de oliveiras, surgem as azinheiras e algum pinho manso.
O mar fica quase ali ao lado e a terra, que no interior era negra, agora aparece em tons mais brancos.
O Alentejo espaço de boa gastronomia, bons vinhos e fantásticas paisagens é outrossim um espaço de bonitos contrastes.
A pedir repetição de visita.