A alegria da tristeza
Nota de abertura
Ela escreveu este texto. Eu naturalmente comentei e lancei-lhe um desafio. Que a simpática Mula aceitou.
Então é assim:
O título supra parece um paradoxo, mas não é! E explico já porquê...
Quem me conhece sabe que dificilmente me vêem triste. Até já falei disso num texto anterior. Dizem que é de uma substância chamada serotonina. Que seja!
O que conta é que em quase tudo que faço, digo ou escrevo, tento sempre colocar uma pitada de humor qual Vatel da vida. Todavia nem sempre a minha alegria e fulgor exterior reflecte o que sinto por dentro. Por vezes um mar revolto de sentimentos controversos, a degladiarem-se por tomarem conta das minhas decisões, obrigam-me a serenar e a tudo relativisar.
É nestas alturas que saltitam as seguintes conclusões: se estou aborrecido com esta situação é porque estou vivo, porque ainda tenho discernimento suficiente para tentar decidir, seja bem ou mal. Quantos haverá que desejariam ter dúvidas, aborrecimentos mais que não fosse para se mostrarem que estão realmente bem vivos?
Assente nestes pressupostos acabo por olhar o horizonte com outros olhos e reconheço: tenho a alegria exterior de poder estar triste interiormente.