É comum acusarmos o Governo, os políticos da Assembleia da República, o Presidente da República os líderes partidários, da actual crise que o país atravessa. Mas se formos ver ao pormenor esta famigerada e reconhecida maleita, descobrimos que ela acarreta consigo também um enorme deficit de valores. Valores que até há alguns anos eram perfeitamente assumidos pelos portugueses, na sua generalidade, passaram a ser voláteis e sem qualquer impacto na vida das pessoas. Hoje já ninguém cumpre contractos escritos quanto mais apalavrados. Actualmente ninguém quer saber da família quanto mais do ambiente. E pior de tudo é que nos momentos que agora correm, o que outrora era dado como algo que nem valor tinha, como é a amizade, agora repito, é um valor perfeitamente transacionável.
E cada vez se transaciona a preços mais baixos, de saldo. Tipo feira de Carcavelos...
Os problemas sociais têm vindo a bater a quase todas as portas, sabemos isso. Mas como podemos ajudar os nossos descendentes se somos nós que deturpamos os antigos valores.
A amizade, a solidariedade, o dar sem esperar receber algo em troca, a palavra que tinha forma, tudo tem vindo a desaparecer da nossa sociedade.
Pior que a crise, o desemprego, a (não) justiça é a ausência permanente de valores.
Uma sociedade assim não tem qualquer esperança no futuro e obviamente não sobrevive...
Diz um velho ditado o seguinte: "Quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais". Lembro-me também que li algures esta pergunta: "Porque será que o melhor amigo do Homem não fala?"
Pegando nestas premissas direi que em ambos os casos há razões para sustentarem estas teorias. O homem relaciona-se mal com o ser humano e bem com os animais. Primeiro porque estes não têm a mesma linguagem e acima de tudo porque a preocupação principal de um animal é... sobreviver.
O homem por seu lado preocupa-se com tudo menos com a sobrevivência... (isto será tema para outro texto, claramente).
Por isso cada vez mais gosto dos animais, especialmente cães. Estes são sinceros onde o homem é cínico, são afeituosos quando o ser humano é repelente e acima de tudo são fiéis quando a humanidade previligia a falsidade.
O relato que a seguir descrevo aconteceu com o meu pai no tempo em que viveu na Marinha de Guerra, servindo o país. Numa das missões na Guiné adoeceu gravemente com papeira. A ordem médica veio no sentido de uma quarentena. Nesse navio havia um cão rafeiro de nome Jakumai ao qual o meu pai se ligou desde sempre e aquele a ele, de tal forma que durante toda a quarentena o cão não largou a tarimba onde o meu pai repousava. Saía apenas comer e alguma necessidade. Tive o previlégio de o conhecer. Bicho sem grande beleza e de raça desconhecida era muito inteligente e reconhecedor de amizade.
Hoje tenho uma cadela a quem só falta falar. Tudo entende e tudo percebe. E odeia que eu ralhe aos meus filhos, ladrando como a dizer: "Assim não!"
Gosto de cães e especialmente se são rafeiros.
Talvez um dia destes, um qualquer Soldado Chveik me possa arranjar um com pedigree... mas baratinho.
As férias, o Youtube e obviamente os anos já vividos levam-nos a uma mistura que pode ser explosiva ou encantadora.
Venho para este último caso pois o video que a seguir se apresenta é de alguém que foi uma das vozes mais discordantes nos anos sessenta e setenta, no que se refere à política americana da época. Todavia hoje é um homem já com alguma idade, com estatuto e um número de fans que não entendem realmente o que o cantor pretendia dizer com as suas canções.
Nestes dias de ripanço, o meu olhar e os meus outros sentidos procuram outras coisas. Ando onze meses a ver caras e mais caras, trabalho e mais trabalho.
Agora posso olhar o horizonte na praia e reparar como dois azuis bem diferentes se confundem naquela linha quase no infinito. A água de um mar calmo reflecte o sol como um espelho. A areia quase branca e fina esvai-se por entre os meus dedos. O Sol tenebroso aquece-me a cara.
Gosto de me deitar à beira-mar, sentindo a água fria invadir-me o corpo. Á minha volta um sem número de pessoas vão-se recriando com as ondas que o mar devolve constantemente à terra. Há quem grite e ria, quem chore e barafuste. E há também aqueles que nada dizem, sentem apenas.
Depois o almoço regado a bom vinho branco bem fresco. Uma sesta "sevilhana".
É notícia permanente em todas as estações de tv e rádio: o país está a arder!
Pior que os fogos e as vítimas que ele acaba por fazer é esta incapacidade de lutarmos contra este flagelo, que todos os anos ensombra o Verâo lusitano.
Ele é o Primeiro Ministro e o Presidente da Républica, os Presidentes de Câmara das regiões vitimadas e os Comandantes das corporações, todos falam e acham que têm razão.
Mas o fogo seja ele colocado por mãos criminosas ou oriundo de razões naturais não entende nada de leis e nem se preocupa de quem são as coisas e de quem tem ou não razão. Queima e pronto!
Não há soluções perfeitas para estes casos, mas devia de haver vontade de os resolver. Duma vez por todas...
Já fiz esta pergunta algures: a quem serve estes incêndios?
Saibam responder e talvez saibam encontrar a solução.
São quase duas da manhã. Estou no jardim da minha casa, de portátil "em riste" a escrever. A noite está serena, muito serena. Ouve-se de vez em quando um pulgas a ladrar. logo outro responde. Estou de férias. Leio (já li um livro de 600 páginas) comecei ontem um segundo, escrevo aqui no blog, vou à praia, recomeço aos poucos e poucos a recuperar de um ano louco...
É o melhor das férias: ter tempo para mim.
Reposto algum sono em atraso, vem agora a vontade de actividade mais lúdica, quiçá intelectual. Falta-me apenas o desejo de pegar nos meus projectos mais antigos e explorá-los, dar-lhes mais vida. A televisão continua a ser um sector sem interesse. Os jornais só falam em desgraças, nada de alento. Assim sobra a escrita que agora vou tentar manter amiúde, mesmo depois das férias.
E este calor que não abranda! Para a praia está optimo, o pior é depois em casa...
Amanhã vou até à Beira numa viagem relâmpago, ir e vir no mesmo dia...
Foi com profunda tristeza que recebi a última edição do jornal regional "O Alviela".
Há seis anos quando o Padre António Ribeiro me convidou para colaborar jamais pensei ligar-me tanto ao jornal. Bem feitas as contas foram quase meia dúzia de anos a escrever o que bem quis e me apeteceu. E sem um reparo nem uma crítica... E que dizer dos números deste ano de 2010? Fantásticos...
Até o último número com aquela página toda a negro pintada com as letras garrafais: Fim de um ciclo, foi feita com grande mestria.
Gostei de ali trabalhar, de ali escrever. E de lá recebi grandes elogios e muitas e boas palavras de amizade e conforto.
É obviamente decepcionante assistirmos assim ao desaparecimento de mais um elemento da imprensa regional. Mas é isto a vida. Nasce-se vive-se e um dia partimos. O ciclo perfeito!
Quero finalmente aqui elogiar a Ana Luísa pelo seu testemunho e pela força (e empenho) que colocou nestes últimos meses. O jornal estava bem melhor e esta jovem mostrou ter garra e muito talento para a coisa da escrita.
Finalmente quero pedir desculpa aos que se sentiram visados em algumas das minhas palavras. Não era minha intenção magoá-los.
Que o rio que tantos anos deu nome ao Jornal alague as mentes autárquicas e ajudem a recuperar uma fonte de informação, regional é certo, mas naturalmente muito importante.
O melhor das férias é não ter de olhar para as horas.
Hoje por exemplo almocei às cinco da tarde, dormi a sesta da seis até ás sete e meia e obviamente que tudo foi adiado para mais tarde. Jantei agora. São onze e meia de noite.
Recomecei nestas férias a ler, a escrever neste blog, a pensar noutros projectos.
Vivam as férias. Praia, sol, descanço e novas ideias.
O próximo ano vai trazer-me novos desafios. Tenho de recuperar as forças e a estaleca para os enfrentar.
Morreu o António Feio! Um actor que lembro desde criança. Uma referência no teatro, no cinema e na televisão. Gostava dele e pronto!
Morreu o Mário B. Resendes que foi director de um dos maiores jornais nacionais. Gostava dele e pronto!
E agora falta morrer quem? O PM? O PGR? O PR?
Não interessa! O que realmente importa é que estou de férias. Recomecei a ler (e a escrever). Ando com sono mesmo dormindo mais horas. O cansaço de um ano vem agora à flor da pele.
Quero recomeçar a escrever o meu livro ainda muito cambaleante devido à sua juventude. Precisa de trabalho, muito trabalho.
O calor aperta! Bebo algo fresco e recomeço.
Tal como a vida de cada um de nós: recomeça a cada instante e nós nem damos por isso.